Logo Alfaro
Fale com o Alfaro
Promovendo cidadania com informação
banner Alfarobanner Alfarobanner Alfaro

Colunas

Colunista
Voltar

Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


Leia outras colunas



DESEJO DE REGREDIR

quarta-feira, 03 de Fevereiro de 2016 | 17:23

Conversar, como costumo dizer, é algo extremamente agradável. Existem pessoas que, pelo alcance ou cultura que possuem, são especiais. As horas transcorrem como se fossem segundos. Acrescentam barbaramente. Certa noite dessas, numa festa de aniversário, solicitei a um amigo que indicasse um tema para a próxima coluna, já que "não me ocorria nada". Aliás, essa não foi a primeira vez que sugeriu algo. Rapidamente, citou a música "Lady Laura" do Roberto Carlos. Disse que eu deveria olhar a letra. Tentei "cantar" um pouquinho e, confesso, não lembrei a maior parte. Fiquei intrigado. Qual o conteúdo e o motivo da associação? No dia seguinte, fui ao encontro da tal letra. Não poderia ser diferente. Tinha diante de mim, em pou quíssimas e belas palavras, uma das vontades ocasionais e mais fortes de um adulto ou ser humano: o desejo de regredir, voltar a ser menino.

No meio de tantas turbulências emocionais, internas e externas, o cérebro e a alma sofrem uma pane. Destarte, o homem quer ser um garoto aninhado no colo da mãe. Porto seguro que, não raro, não existe mais, gerando uma sensação de incompletude ou desamparo. Ou melhor, é concreto somente no imaginário. Esse, sem dúvida, nos reporta as doces e eternas lembranças de um tempo maravilhoso em que, palavras costumeiras, pronunciadas num tom de voz característico, acalmavam e muito. Não obstante, os citados problemas e angústias na música, no fundo, são uma constatação da realidade circundante. O apoio materno, os estímulos positivos, criavam, dia após dia, o sentimento de esperança de um mundo melhor ou mais feliz. As "h istórias bonitas" eram desvios plenamente indicados para minimizarem, ao máximo possível, as dores ou os sofrimentos. Tranqulizavam significativamente. Sendo assim, nos sentíamos como super-heróis prontos ou capazes de enfrentar quaisquer obstáculos.

Ser adulto não é uma tarefa fácil. As responsabilidades, compromissos, tomadas de decisões, entre outros, pesam muito. Nem sempre temos as respostas mais indicadas para tudo. Nem poderíamos. Fraquejamos, cambaleamos. Onipotentes, orgulhosos, questionamos e negamos simples lágrimas que ajudam como um bálsamo benigno. Deste modo, deixamos de lado, temporariamente, a certeza de que, por mais adultos que sejamos, o lado menino em alguns momentos prevalece. Inseguros, ansiosos, tristes, decepcionados, precisamos de uma mão para apertar, de um beijo e abraço. Não há nada de errado ou anormal nesse sentido. Pelo contrário, é imprescindível.

Demonstrar maturidade o tempo todo é desaconselhável ao extremo. É chato. Precisamos, indubitavelmente, em certas ocasiões, abrir as gavetas dos nossos traços infantis. Dizer bobagens, rir, brincar loucamente com as próprias crianças como se fôssemos uma, trocar sentimentos, são alguns caminhos simples e profundos. Não devemos, necessariamente, ficar somente no desejo de regredir obedecendo a padrões rígidos ou estereotipados. Regressão que desencadeia encontros e leveza.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


JUVENTUDE E FUTURO

quarta-feira, 27 de Janeiro de 2016 | 18:04

A geração contemporânea tem como dinâmica interna e externa a rapidez. Tudo ou quase deve funcionar como num computador. Um simples toque no teclado e, com uma velocidade incrível, o desejado é esperado e obtido na tela. Por um lado, esse "imediatismo" é interessante. Não perdemos tempo, nenhum segundo sequer. Por outro, nem tanto. Planejar que, indiscutivelmente, está interligado a esperar, "parece" estar com os dias contados.

O mundo está tão complicado que não sabemos exatamente quem é o responsável maior pela precariedade dos dados de realidade no que tange ao futuro. Desesperança instaurada. A visão do aqui e agora, em muitos casos, é predominante. Como exemplo, observamos jovens, em certos países, que possuem uma visão totalmente diferente da que fomos acostumados. A obtenção de trabalhos temporários geram períodos significativos de férias. As necessidades satisfeitas durante um recorte são suficientes. O ciclo, em tese, agrada. Ademais, considerando que uma pessoa ingresse no mercado de trabalho por volta dos vinte e cinco anos, o que está por vir nos próximos cinquenta, aproximadamente, não faz o "menor sentido". Destarte, a te rceira idade, com todas as suas peculiaridades, é negada ou racionalizada.

Além das questões que envolvem a segurança no trabalho, planejamento financeiro, há uma necessidade constante de afirmação social. Tudo indica que sentimentos de inferioridade produzidos pelo sistema possam estar interligados. Pessoas que obtêm uma carreira meteórica, fulgurante, de curta duração, são tidos como verdadeiros ídolos. Com esse funcionamento, salvo raríssimas exceções, caem no esquecimento num curto espaço. Viver intensamente, ao máximo, sem nenhuma privação ou reserva que vise às intempéries futuras é o leme do presente. Barco que navega rumo a falsas estrelas e que não possui um porto seguro.

Planejamentos implicam alicerces convincentes. Para isso, temos todo um processo que é indiscutível no que se refere à questão temporal. Dá trabalho. Dá muito trabalho. Eis aí um outro ponto interessantíssimo de ser abordado. Existe um bom número de casos que, além do supracitado desejo do imediato, rechaçam quaisquer possibilidades que exigem um esforço maior. Ao menor sinal da necessidade de empreendimento, dedicação, perseverança, desistem. A falsa ideia que possuem é de que resultados indicados não necessariamente estão atrelados a dificuldades e empenhos ao longo do tempo.

Questionamentos em busca de um equilíbrio emocional são imperativos. Se temos um mundo inseguro, instável, necessário pensar da melhor forma possível e imaginável em como obtermos a mínina segurança para que tenhamos uma vida apropriada. O que não pode acontecer é aceitarmos cegamente esses movimentos mundiais que estimulam a falta de solidez na condução dos caminhos da nossa existência. Em condições ditas normais, a filosofia do "sem problemas", é mera ilusão. O tempo, como costumamos dizer, é implacável no amplo sentido da palavra.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


  21-22-23-24-25-26-27  

^ topo

QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

ENTREVISTAS

O QUE EU LEIO

ÚLTIMAS 10 POSTAGENS


Ouça a Rádio Cultura Riograndina

ARQUIVOS

WD House

Blog do @lfaro - Todos os direitos reservados