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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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TRABALHO DETESTÁVEL

terça-feira, 12 de Janeiro de 2016 | 11:12

Certo dia desses, pessoas conversavam enquanto uma permanecia absolutamente calada e pensativa. Numa tentativa de incluí-la, alguém brincou e disse que deveria "trocar de assunto". Para a minha surpresa, respondeu que estava deprimida pois voltaria a trabalhar. Portanto, o que era aparentemente um simples silêncio, encobria algo mais significativo.

Não raro, observamos colocações quanto à atividade produtiva que implicam uma espécie de obrigatoriedade. A dificuldade mundial contemporânea de se arrumar trabalho, necessidade financeira, os desvios de áreas pretendidas, instabilidades e indefinições internas, entre outros, geram insatisfações que minam o indivíduo. A irritabilidade e a tristeza são alguns componentes que tornam a vida um tanto quanto sombria. O relógio, que deveria ser consultado ocasionalmente, é visto a cada segundo. Esse, sem dúvida, é um instrumento que atesta insatisfação ou prazer. Ao contrário, quando estamos adequados e felizes com o que fazemos, o tempo transcorre rapidamente. Destarte, no final do dia, apresentamos uma sensação de l eveza infinitamente maior, apesar dos problemas inerentes a qualquer tipo de atividade. É algo que não pesa.

Passarmos uma existência inteira fazendo o que não gostamos afeta o brilho. Com certeza, nem uma remuneração mais sedutora possui a capacidade de eliminar as ansiedades, angústias ou sofrimentos de modo eterno. Muitos, equivocadamente, depositam todas as frustrações na questão salarial. Puro engano. Indivíduos que possuem salários invejáveis, quando não apresentam uma verdadeira sintonia na sua proposta de trabalho, apresentam, de modo indiscutível, as mesmas insatisfações em relação aos que não são tão bem gratificados financeiramente.

Quando nos sentimos infelizes profissionalmente é hora de repensarmos profundamente o todo. A realidade, praticamente, mostra exemplos de trocas simples ou complexas que foram ao encontro do esperado ou desejado. É fascinante observamos as mudanças apresentadas. O que parecia inacessível, no fundo, tinha como passo inicial a coragem. Mudar, apostar, exige a firmeza de espírito para enfrentar situações emocionalmente ou moralmente difíceis. As influências alheias, os parâmetros sociais, via de regra, são amarras complicadíssimas que podem interferir nas nossas escolhas ou caminhos indicados.

Velhas e conhecidas desculpas como: "não há mais tempo, sou velho, azarado ou é impossível", fazem parte de um rol de racionalizações e negações que nos remetem a uma falsa zona de conforto. Descontentamentos, aborrecimentos, internos e externos, impedimentos de satisfações, dia após dia, em doses homeopáticas, afetam o sistema imunológico, provocando os sintomas tão comuns apresentados nos consultórios. Em suma, trabalho e felicidade, sem dúvida, são companheiros inseparáveis e demandam, num primeiro plano, honestidade em relação a nós mesmos.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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VIDA E RISCOS

terça-feira, 05 de Janeiro de 2016 | 20:10

Existem certas leituras que, quando nos deparamos, são simplesmente maravilhosas. A capacidade ou alcance de quem escreve é surpreendente. Em poucas palavras, conseguem definir a essência e atingir o inconsciente coletivo. Gostaria, inicialmente, de dividir com vocês "VIVER É CORRER RISCOS" de Sêneca, filósofo, escritor e pensador estoico Romano - Século I d.C.:

"Rir é correr o risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e ideias diante dos outros é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos. Porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco. Não fazem nada, n ão obtém nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões. Mas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, viram escravas de si mesmas. Para não correr risco, privam-se de sua bondade. Somente quem se atreve a correr o risco é realmente livre!"

No mundo contemporâneo, observamos pessoas com necessidades constantes e intensas de se sentirem seguras. Destarte, dificuldades claras e notórias são apresentadas quando existe a possibilidade de saírem da sua zona de conforto. Como costumo dizer, querem um "seguro total" para mazelas psíquicas. Apólice inexistente. Qualquer passo no sentido de um crescimento, interno e externo, implica os supracitados riscos. As chances de que os desejos não sejam correspondidos em parte ou, até mesmo, na totalidade, são extremamente significativas. Viver, no amplo sentido da palavra, gera a necessidad e imperativa de sabermos lidar com as inerentes frustrações. Pequenos, médios e grandes problemas, simplesmente aparecem como se fossem do "nada". Balançam o eu e nos testam constantemente. Colocam à prova toda a paciência, experiência e inteligência que possuímos. Muitos, por mais que queiramos, já estão solucionados na sua essência. Embora não sejam agradáveis, pertencem aos dados de uma realidade nem sempre benevolente. Podemos ficar fixados nesses, sofrermos demasiadamente ou encontramos novas fórmulas que possibilitem superações e encontros inusitados interessantes. Sendo assim, a única certeza: correr mais riscos.

Não arriscarmos absolutamente nada, construirmos castelos nos seus mínimos detalhes, assim como possuirmos todas as chaves e regras criadas por nós mesmos é uma alternativa sedutora. Porém, o isolamento ou distanciamento dos infortúnios, situações ou pessoas, não raro, produz sintomas, adoece. Enorme paradoxo. Desse modo, as sensações de isolamento, vazio, incompletude, tristeza, incongruência, entre outros, são também riscos a serem considerados nessa contabilidade não libertadora e imprecisa.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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