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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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SAÚDE E SORTE

quarta-feira, 09 de Novembro de 2016 | 10:29

Criar um filho não é, absolutamente, uma tarefa fácil. As preocupações inerentes, muitas vezes, são constantes e intensas. Podemos até dizer que é difícil para os progenitores relaxarem na totalidade. De uma forma ou de outra, sempre há algo que gere ansiedade ou desconforto. A partir do nascimento, as intituladas fases precisam ser superadas. Detalhes, dos mais simples aos mais complexos, não raro, abalam o eixo dos pais. O recorte do desenvolvimento adequado até as definições na idade adulta, produz a sensação da perda de tranquilidade de espirito. Para pais responsáveis, parece qu e o sossego passa a ser relativo ou, até mesmo, impossível de ser alcançado.

Em condições ditas normais, quando concebemos um filho, evidentemente, desejamos o melhor para ele. Traçamos, precocemente, metas a serem atingidas. Planejamento e execução que dependerão de uma série de fatores subjacentes. Em outras palavras, idealizamos. Não obstante, a vontade de que tudo transcorra nos moldes desejados é tamanha que dificilmente lembramos das facetas mais sombrias pertencentes ao mundo. À medida que crescem e têm de lidar com várias, as angústias aumentam significativamente para ambas as partes. A “certeza matemática” almejada, inquestionavelmente, é dissipada. Asp ectos que englobam saúde, realizações pessoais e profissionais oscilam e muito. As inúmeras surpresas a que estamos submetidos, algumas pesadas, atestam a fragilidade do ser humano. Um diagnóstico médico qualquer, num determinado momento, pode intensificar drasticamente as inquietações. Por outro lado, arranjos emocionais fortuitos desencadeiam sofrimentos que abalam almas estruturadas e fortes. No fundo, pais e filhos vivem inseguranças das mais variadas ordens. Por mais sonhado que transcorram ou vinguem somente pontos geradores de “felicidade”, os outros lados são inevitáveis.

Vivemos um momento peculiar no mundo. Cada vez mais, precisamos aprender a lidar com a ausência da confiança ou segurança. Infelizmente, não temos um prognóstico muito favorável nesse sentido. As esperanças, diariamente ou quase, são contaminadas com fatos que nos deixam boquiabertos. Destarte, é complicadíssimo criarmos filhos diante dos perniciosos dados de realidade. Como decorrência dessa constatação, surge a ideia mágica de deixarmos os descendentes envolvidos numa “bolha protetora”, portanto, imunes aos riscos e mazelas. Grande paradoxo. A partir do momento que protegemos demasiadamente, sem dúvida, adoecemos quem tanto queremos bem. Certos conflitos psicológicos das mais variadas ordens, familiares, são simplesmente reivindicações ou clamor es de liberdade.

No jogo da vida, aos pais, cabe a duríssima missão de propiciarem um “berço suficientemente bom” no todo. Intrinsecamente, sedimentarem ações concretas que visem e favoreçam as supracitadas realizações. Além disso, embora não tenham o controle total esperado, devem torcer em prol da tão obscura saúde, como também, pelo questionável e complexo fator “sorte”. Aflições normais asseguradas.


Escrito por Ricardo Carvalho

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FILHOS E DECEPÇÕES

terça-feira, 01 de Novembro de 2016 | 17:09

Ao longo da experiência clínica, observamos aspectos comuns nos lares. Queixas acerca dos filhos que, segundo o conhecimento empírico, “só trocam de endereço”. E é verdade. Sintomas, frustrações, surpresas, entre outros, num determinado ponto, minam a alma dos pais. Tudo aquilo que imaginaram, como num passe de mágica, é confrontado com uma dura e inesperada realidade. Em decorrência disso, a dor que sentem é altamente significativa.

O fácil controle obtido sobre os descendentes, até então, em doses homeopáticas, passa a lutar ferrenhamente contra desejos de liberdade. Liberdade que, dependendo da estrutura psíquica dos pais, poderá ser mais ou menos compreendida, aceita ou tolerada. As sensações de distanciamento, físico e emocional, não raro, geram profundas tristezas. O diálogo estabelecido cede lugar para um crescente, mútuo e corrosivo desinteresse interpessoal. Parece que absolutamente nada é agradável o suficiente para a manutenção da sintonia necessária. Relatos de progenitores que passam a considerar os filho s como “estranhos” dão a dimensão de como ocorre a dinâmica. Farpas, acusações de ambos os lados, parecem não ter fim. Todas as tentativas de aproximação ou apoio são insuficientes. A união “perfeita”, portanto, deixa de existir.

Pais que são mais controladores, exigentes, críticos, carentes, inflexíveis, possuem uma propensão maior para não saberem lidar adequadamente com a fase. Nas histórias narradas, são comuns e inegáveis identificações com os próprios pais. Em outras palavras, o que receberam é repassado no papel exercido. Não obstante, além da carga ambiental, esquecem as inegáveis mudanças do mundo. O modo como tratam os filhos é algo incongruente diante da realidade em constante metamorfose. Qualquer “vírgula” que não se encaixe dentro daquilo que idealizaram é desesp eradora. Em alguns casos, o afastamento é amplo no sentido de negarem ou racionalizarem os conflitos. O “ a partir de agora não estamos nem aí, faz o que tu quiseres”, dependendo do contexto, é um atestado inegável da precariedade ou fragilidade do vínculo. Destarte, olvidam a necessária busca de um ponto de equilíbrio. Simplesmente, desistem.

Pais e filhos, evidentemente, não são perfeitos. As relações humanas, idem. A grande verdade é que pais se decepcionam com filhos, assim como o inverso também é verdadeiro. Entretanto, a maneira como lidamos com esses desapontamentos em decorrência do alcance que temos, é algo determinante. Na grande maioria das vezes, o que observamos são circunstâncias que, com um pequeno movimento, criam aproximações imediatas e futuras. A indicada ou necessária capacidade de empatia, de nos colocarmos no lugar do outro, move montanhas. Pais que têm aspectos internos mais resolvidos, sem dúvida, lidam melhor com as oscilações pertinentes aos filhos, como também possuem um diferencial no que tange a suportarem melhor sentimentos ocasionais de tristezas ou desilusões desencadeadas.


Escrito por Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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