É uma alegria poder retornar ao nosso Folha Gaúcha, agora em edição eletrônica, com visibilidade para o mundo, literalmente.
A atual fase da economia brasileira está bem complicada. E a culpa é nossa. Não adianta querer fazer crer que as crises internacionais são as culpadas por nossas mazelas. Enfrentamos – e é normal e cíclico - enormes problemas, como o preço do petróleo e o “petrolão”, que atingem também a economia de nossa cidade.
O Brasil entrou num jogo de profissionais ( do petróleo ) com um time amador. E deu vexame. Vou me permitir recordar um pouco a história econômica no que tange a nossas empreiteiras gigantes. A sucuri que nos sufoca hoje começou a ser criada no início dos governos militares. Em nome do NACIONALISMO foram as empreiteiras estrangeiras impedidas de participar de concorrências em grandes obras brasileiras, como por exemplo a hidrelétrica de Tucuruí e a Ponte Rio Niterói, dentre muitas.
Com isto as então pequenas Camargo Correa, OAS, Queiroz Galvão, etc. se agigantaram. E ganharam o mundo, como respeitadas empresas transnacionais por deterem tecnologia de ponta. Foi uma decisão, a meu ver, correta para a época. Não se tem notícia de militares que enriqueceram. Pelo menos não ostentaram.
Costumo dizer que sofremos da maldição dos “ismos”. Lula, em nome do mesmo nacionalismo, teve a idéia – ótima - de recuperar o setor naval brasileiro. Com o evento do pré sal, outra maldição que nos assombra ( a do petróleo ), orientou o estabelecimento de elevadíssimos índices de nacionalidade para concorrências em grandes obras e equipamentos. Mais: A Petrobrás passou a usar, sem moderação, a brecha que FHC criou para casos de obras e compras de equipamentos sem licitação.
A tragédia era prevista e anunciada. As cobras, então bem criadas, aliaram-se a um grupo de políticos desonestos, criminosos, como se prova na Lava Jato, e decidiram fazer um clube do bolinha e repartir entre si o bolo. Deu no que está dando.
Em Rio Grande, como se tudo isso não bastasse ( conjuntura ruim ) , sofremos de um mal chamado orfandade das profissões ( segundo o colunista Claudio de Moura Castro ). Ouvindo na Cultura Rio Grandina um comentário do colega Eng. Diniz entendi o porquê de sua veemência e indignação com a mutilação, chamada de poda, das árvores da Tamandaré. Não temos profissionais preparados para as tarefas necessárias. O fenômeno também ocorre no Cassino, onde a Prefeitura está cumprindo seu papel de tentar recuperar a, há muito abandonada, infra estrutura do bairro. Máquinas estão à todo o vapor, mas a qualidade dos serviços é crítica. Ressalto que os operadores não tem culpa, pois não tiveram a oportunidade de aprender certo. E...a fiscalização?
Pensem nisso – Economista* ( [email protected])
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Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.