Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
Como sabem, moro em Rio Grande/Cassino e no Rio de Janeiro. E viajo, com minha mulher, Anita, de carro, pelo Brasil afora e ao exterior com muita freqüência. E temos o hábito de – notadamente aos domingos, freqüentar Shoppings.
Um casal, afilhado de casamento ( ele, oficial graduado da marinha e sua mulher ) foram morar em Rio grande. Ela não entendia o fato de, calor excessivo no verão e quase impossibilidade de se ir à praia aos domingos ( excesso de demanda/caos ), RG não possuir um bom Shopping para recreação e compras, notadamente aos domingos.
Pois é. Alguns empresários, com visão de futuro, vislumbraram o potencial da cidade, notadamente com a chegada do Pólo Naval.
Todos sabemos, o Shopping é um local privilegiado de lazer e compras, com área para estacionamento seguro e funcionamento diferenciado do comércio em geral, o que facilita – em muito – a vida de quem trabalha toda a semana e só dispõe do domingo para seu lazer e compras. Ou mesmo de muitos, como minha mulher e eu, que temos liberdade de horários em razão de nossas atividades, ir às compras no domingo é muito mais amigável – em razão do trânsito e outras - do que durante a semana.
Em todo o mundo, com exceções raríssimas ( caso de Rio Grande ), as lojas do interior dos Shoppings estão proibidas – exceto alimentação - de abrir aos domingos.
Os Sindicatos, em tese, existem para defender os empregos de seus filiados e também de abusos e ainda para pleitear melhores condições de remuneração e trabalho.
Em Rio Grande, tudo indica, alguns sindicalistas, com visão prejudicada sei lá o porquê, só enxergam uma banda. Não se dão conta de que, no caso papareia, sem um histórico de freqüência/vendas aos domingos é impossível – sob pena de prejuízos irrecuperáveis dos comerciantes – oferecer melhores condições aos empregados. Desconhecem ou desdenham as regras mais básicas de negociação. Exigir salários e benefícios além da possibilidade das receitas/faturamento é um contra senso incompreensível!
Hoje empregados e empresários são parceiros! Um não vive sem o outro! Bobagem achar que pode haver exploração. O que pode ocorrer, em RG, serão perdas de postos de trabalho ( demissões ). Mas... os dos sindicalistas estarão garantidos!
Nossa cidade, que já teve um projeto de construção de apartamentos à beira da praia do Cassino ( como ocorre no Brasil/mundo todo ) abortado pela Prefeitura, e justificado por Alberto Alfaro, em belo artigo, como uma recaída de nosso “complexo de vira lata”, se vê, agora, com este episódio, mais uma vez refém da “doença’. Devemos nos lembrar das agruras suportadas pela economia da cidade por longo tempo por comportamentos e atitudes auto destrutivos como esses.
Pense/reflita com carinho sobre isso! Economista
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.