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QUATRO SÍLABAS INOCENTES

terça-feira, 05 de Maio de 2020 | 21:54

Uma vez ouvi uma história, história essa que não era sobre heróis, dragões, contos de fada ou até terror, muito pelo contrário... Era um maravilhoso conto sobre um cão e uma raposa que na juventude eram os mais improváveis melhores amigos do mundo, uma vez que, no cotidiano, os cães são inimigos naturais das raposas, ambos com diferentes modos de vida onde um caça o outro por instinto, mas dessa vez isso foi rompido. No conto um jovem raposo conhece um cachorro que também era uma criança, assim ambos passam anos e anos brincando, correndo para todos os lados, aprontando, sendo simples crianças. O tempo passa e o cão, agora um legítimo cão de caça, começa a caçar animais para seu dono, entre eles as raposas. A dona do raposo se assusta e decide, para protegê-lo, abandoná-lo na floresta aonde ele seria livre. Infelizmente o esperado acontece, o cão decide caçar o raposo após o mesmo ter ferido seu outro companheiro de caça, os dois travam uma feroz luta de tirar o fôlego, o raposo resiste mas o cão, infelizmente, mata o seu ex-companheiro. Ele logo se arrepende e chora desesperadamente, pois aquele que lhe deu os seus melhores momentos na infância agora foi morto por suas patas. Assim o cão foge e decide, num simples ato, juntar-se ao seu amigo no além, ele queria acima de tudo ver o seu amigo, queria ver aquele sorriso marcando as bochechas, queria voltar a correr e brincar com seu companheiro e viver só mais um dia ao lado dele.
E assim, ao se jogar num penhasco, ele põem fim nessa angústia que antes não existia... Profundo, não? “O Cão e a Raposa” é somente uma das mais diversas obras que nos fazem lembrar de momentos bons que tivemos com alguém em especial durante a vida, momentos como jogar um bom jogo, ir comer uma boa comida com o(s) mesmo(s), ou até viralizar na internet com tal pessoa, seja pelo “YouTube”, “Facebook”, “Tik Tok”, etc... E são nestes momentos que nos lembramos da palavra chave para tal convivência, e essa palavra é “amizade".
4 sílabas, 4 simples sílabas revelam uma palavra que, apesar de pequena, tem muito a contar e viver. Seja o seu amigo, alto, baixo, negro, quieto, engraçado, um parente, ou até mesmo um animal, você se diverte com tal pessoa, porque é com ela que você esta convivendo e criando laços afetivos que perduram nas nossas vidas por muitos anos. Tais laços não podem ser esquecidos, mesmo que seu amigo algum dia for embora, parar de falar com você, ou até falecer... Afastamentos como estes nos fazem perder a cabeça, talvez aquele amigo que você teve nunca mais o veja, talvez ele nunca volte, talvez nunca mais irás se divertir junto com tal, podendo romper laços que uma vez foram firmes. Mas há pessoas pelo mundo que simplesmente não se importam com o próximo, o mesmo que sempre tentou criar algum laço e ter a sua companhia, agora é simplesmente deixado de lado, e você acaba dando valor á quem você realmente quer receber atenção, e é aí que tu percebes que o verdadeiro afastamento não ocorre simplesmente por causa de um vírus, mas sim pela ignorância... Vidas diferentes nos fazem pessoas cada vez mais distintas, somos separados por um sistema de desigualdade social que atua até hoje sobre o pensamento dos mais velhos, mas para os mais jovens o palco muda, e quem permite isso é a simples inocência juvenil, um recém-nascido ainda não tem um vasto olhar sobre a sociedade, ele não sabe o que é o certo e o errado e aprende isso durante o seu caminho no mundo, tal caminho faz jovens dos mais variados jeitos de vida conviverem e criarem afetividades uns pelos outros, afetividades essas que, por mais que curtas sejam, sempre incluirão aquela simples palavra, de 4 sílabas inocentes , que começa com A.


Escrito por Pedro Buralde Alfaro

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CRÔNICA DO COTIDIANO DE UM CANHOTO

segunda-feira, 30 de Setembro de 2019 | 16:45

Representando uma parcela diminuta da população mundial, nós os canhotos temos sido amaldiçoados, perseguidos e discriminados ao longo dos tempos, historicamente até a higiene era função da mão esquerda. Crenças preconceituosas e palavras e ações pejorativas sempre lhe foram associadas. Os cumprimentos com a mão direita e até na Bíblia: “À direita de Deus Pai”, ficam as boas ovelhas. Óbvio que hoje, felizmente, se constata apenas um descaso para com as necessidades funcionais dos esquerdos.

Meu falecido pai Alberto e meu filho Gustavo pertencem a essa representação, confirmando uma probabilidade já estudada pela genética, o canhotismo é hereditário. Meu pai, de acordo com a cultura reinante nos idos de 1920, tornou-se ambidestro, inclusive com castigos físicos, a não escrever com a “mão errada”. Sua escrita era belíssima com ambas as mãos, nas demais atividades como alimentar-se, cavalgar e jogar futebol manteve sua origem.

Eu me classifico como “Canhoto Total” e sempre fui adaptando-me com as dificuldades de um mundo, todo preparado para a maioria absoluta de destros. A última há pouco, suportei num curso de tiro, até as armas utilizadas me deram mais uma experiência dessas vicissitudes. Registro que só tenho duas ações catalogadas como iniciativas para melhorar a nossa vida, uma em 1954, ano do meu nascimento, quando uma metalúrgica finlandesa produziu as primeiras tesouras com as lâminas invertidas. Depois em 70, à época do Presidente Figueiredo, canhoto, que andou sugerindo medidas, entre elas a de que 5% das carteiras de aula tinham que ser com apoio no lado esquerdo.

Um registro positivo é de que nos esportes em geral, mas particularmente nas lutas, segundo registros olímpicos, as melhores marcas são dos canhotos. Ufa!... Nos EUA e em alguns países da Europa existem associações que batalham por nossos direitos. No Brasil, para variar, criaram no final da década de 70 a Abracan – Associação Brasileira de Canhotos, que encerrou suas atividades em 1982, por falta de recursos, deixando milhões de canhotos sem representação ou na mão dos destros. Aos jovens, desejo que lutem e tenham melhores dias, o atavismo é nossa marca de sempre, vamos a luta.

 Representando uma parcela diminuta da população mundial, nós os canhotos temos sido amaldiçoados, perseguidos e discriminados ao longo dos tempos, historicamente até a higiene era função da mão esquerda. Crenças preconceituosas e palavras e ações pejorativas sempre lhe foram associadas. Os cumprimentos com a mão direita e até na Bíblia: “À direita de Deus Pai”, ficam as boas ovelhas.  Óbvio que hoje, felizmente, se constata apenas um descaso para com as necessidades funcionais dos esquerdos.

Meu falecido pai Alberto e meu filho Gustavo pertencem a essa representação, confirmando uma probabilidade já estudada pela genética, o canhotismo é hereditário. Meu pai, de acordo com a cultura reinante nos idos de 1920, tornou-se ambidestro, inclusive com castigos físicos, a não escrever com a “mão errada”. Sua escrita era belíssima com ambas as mãos, nas demais atividades como alimentar-se, cavalgar e jogar futebol manteve sua origem.

Eu me classifico como “Canhoto Total” e sempre fui adaptando-me com as dificuldades de um mundo, todo preparado para a maioria absoluta de destros. A última há pouco, suportei num curso de tiro, até as armas utilizadas me deram mais uma experiência dessas vicissitudes.  Registro que só tenho duas ações catalogadas como iniciativas para melhorar a nossa vida, uma em 1954, ano do meu nascimento, quando uma metalúrgica finlandesa produziu as primeiras tesouras com as lâminas invertidas. Depois em 70, à época do Presidente Figueiredo, canhoto, que andou sugerindo medidas, entre elas a de que 5% das carteiras de aula tinham que ser com apoio no lado esquerdo.

Um registro positivo é de que nos esportes em geral, mas particularmente nas lutas, segundo registros olímpicos, as melhores marcas são dos canhotos. Ufa!... Nos EUA e em alguns países da Europa existem associações que batalham por nossos direitos. No Brasil, para variar, criaram no final da década de 70 a Abracan – Associação Brasileira de Canhotos, que encerrou suas atividades em 1982, por falta de recursos, deixando milhões de canhotos sem representação ou na mão dos destros. Aos jovens, desejo que lutem e tenham melhores dias, o atavismo é nossa marca de sempre, vamos a luta.  


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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