Sempre que o Prefeito Municipal do Rio Grande Fábio Branco é instado a se manifestar sobre quem ousa questionar, criticar ou contrariar suas propostas ou ações, invariavelmente, ataca de maneira grotesca, ofensiva e anti republicana.
Vejam bem, neste início de ano o Executivo teve que recuar em Projeto Habitacional por denúncia de irregularidade do Ministério Público e também em outro projeto enviado, sorrateiramente, a Câmara Municipal de Vereadores, onde pretendia mudar a legislação vigente para levar adiante proposta de receber lixo de outras cidades da Região Sul.
Em entrevista coletiva, realizada dia 3 de fevereiro, visivelmente contrariado pela pressão recebida de todos os lados, inclusive da sua folgada base de apoio, o Prefeito, ao sepultar tamanho absurdo, resolve voltar o seu ataque a ínfima oposição existente, taxando-a de eleitoreira, e aos raríssimos meios de comunicação que ousam contraditá-lo, chamando-os de maldosos e sacanas.
Cá pra nós, não fica bem para um jovem, eleito pela segunda vez para o cargo mais importante da Cidade, proceder de maneira tão baixa e rasteira.
Dividir, como fez, uma Sociedade entre bons e maus, considerando a ótica dos seus interesses é uma prova latente de despreparo e desinteligência, pois ao contrário do que possa pensar o Chefe do Executivo, a Cidadania não calará.
Altivez e grandeza são o que se esperaria de quem é pago para servir o povo, ainda há tempo.
O povo brasileiro está irresignado com a sua representação política. Manifestações e protestos se fazem sentir do norte ao sul do país.
A corrupção, chaga presente em todos os tempos nasceu junto com o homem, com a sociedade.
Ao longo da história a manutenção do poder e suas benesses sempre foi objeto de luta e ações condenáveis. O interesse de grupos restritos, unidos pela religião ou consangüinidade, fixou e fez cumprir, com mão de ferro, as leis e regimentos que buscaram a perenidade dessas associações.
A realidade das divisões em castas, objeto de revolta até nos nossos dias, foi cunhada nos primórdios da civilização. Enfim, nada de novo nas relações entre o estado e os seus cidadãos, os fatos e saídas são repetitivos, recorrentes.
E uma pergunta se impõe no quadro atual: A corrupção está maior do que era em governos anteriores?... Ninguém sabe, as únicas certezas são a de que nunca tivemos tanta transparência no trato com o tema tão repugnante e que o Brasil será melhor a partir desta nova postura, que nos é assegurada pela democracia. A imprensa, com os riscos de denuncismo e o judiciário, apesar da morosidade, são ferramentas que temos para assegurar a transparência e a punibilidade dos responsáveis pelos abusos na gestão dos recursos do executivo e legislativo. Além das reformas política, econômica e tributária a cidadania tem que cobrar reformas sociais e educacionais. Acredito que o abismo que separa os muitos que nada tem, dos poucos “Donos do Brasil”, aliado a inacessibilidade à educação torna a massa preponderante da noção refém de interesses inconfessáveis.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.