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Alberto Amaral Alfaro
Advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.


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A Corrupção e as Corporações estão matando o Brasil

quarta-feira, 26 de Junho de 2013 | 13:55

O povo brasileiro é historicamente um sonhador, sempre alimenta a esperança de que algo de extraordinário vai lhe acontecer e que terá uma boa vida, que poderá alcançar aos seus dependentes o conforto mínimo necessário. Sem ambição e alienado aos problemas que ultrapassam os umbrais das suas humildes habitações, e presa fácil para mercadores de ilusões, salvadores demagógicos vindos através da fé e da política de resultados, aquela do “é dando que se recebe”, onde as bondades oficiais são oferecidas em troca de votos.

É bolsa isto e bolsa aquilo, minha casa minha vida, programa de aceleração do crescimento e da Copa e agora o tal bolsa móveis e eletrodomésticos. Tudo massificado através de mídias caríssimas, passando a impressão de que estamos com quase todas as demandas atendidas, vivendo num paraíso.

A Presidente Dilma Rousseff, surfando numa imaginária onda de popularidade jamais vista na história deste País, parafraseando seu mentor Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu, de maneira irresponsável, antecipar o início do processo eleitoral. Até então, cenários maravilhosos, mar de almirante e céu de brigadeiro, até que de repente começam protestos questionando o valor da tarifa e a qualidade dos serviços de transporte coletivo. Tal qual rastilho de pólvora essas manifestações ganharam as ruas das principais cidades do País, até então era esse o pedido. A revogação de aumentos em várias cidades poderia representar o fim do movimento; ledo engano.

Passados alguns dias, a avalanche de reivindicações e insatisfações ganharam as ruas do Brasil inteiro, e a pauta tornou-se imensa, difusa e incontrolável, como as próprias lideranças do movimento, registre-se que desde o início os mobilizadores sociais se autodefiniram como horizontais, do povo para o povo. Os governos, em todos os níveis, independente de partidos, estão mais perdidos do que cusco em procissão. Uns “criando”, espertamente, grupo de interlocutores, ilegítimos, tentando “dourar a pílula” e se apropriar da iniciativa; outros atribuindo, como de costume, a movimentos reacionários de direita e responsabilizando a mídia por informações ditas tendenciosas. É a velha e esclerosada estratégia do escapismo.

Na realidade, ninguém está aguentando mais; a indignação tomou conta da cidadania. A incompetência dos governantes ultrapassou os limites, não dá para continuar do jeito que está. O copo transbordou e as pessoas foram para as ruas para demonstrar que não aceitarão mais esse descaso dos poderes constituídos. Um executivo que não executa e um legislativo que não fiscaliza, numa conivência criminosa. O que se vê, pelo País inteiro é uma corrupção endêmica e desenfreada, uma impunidade nojenta, tudo começando no Planalto e espraiando-se pela Nação afora.

Uma pesquisa realizada pelo IBOPE, após duas semanas de mobilizações, descortina as reais motivações para que esses milhões de brasileiros e brasileiras, de maneira assustadoramente crescente, continuem a ocupar as ruas. É o assunto da mobilidade urbana, da saúde, da insegurança, da educação, contra os gastos com Copa do Mundo, contra a PEC 37, entre outros, já que as queixas tornaram-se municipais. Mas o “nó górdio” dessa mega insatisfação é a política: vejam que a pesquisa apontou que, para 65% dos entrevistados, essa questão é a principal. Óbvio que dentro da política a corrupção é majoritária. Infelizmente nossos representantes perderam a “vergonha na cara”, mas a saída proposta para tamanho desconcerto é o encaminhamento de um ”Pacto pelo Brasil”, possivelmente liderado pela Presidente da República, desde que esta se disponha a ter grandeza e, com humildade busque, dentro da sociedade organizada, os atores para esta missão patriótica.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Copa do Mundo? Abro mão, quero saúde e educação

terça-feira, 18 de Junho de 2013 | 17:54

Longe de defender a baderna, menos a anarquia, mas pergunto aos meus leitores habituais, se algum deles não fecha com a proposta título deste artigo, uma das palavras de ordem dos movimentos que realizam essa onda de protestos pelo Brasil afora.

Bem próximo da dita melhor idade, guardo ainda dentro de mim esse desejo de participar e contribuir para que tenhamos uma sociedade mais justa, já que essas bandeiras reivindicativas foram apropriadas, ao longo da minha juventude, quase sempre, por segmentos sectários e ideologizados. Constato que a globalização dos meios de comunicação, concomitantemente à utilização das redes sociais, criou um novo modo de fazer política, onde as lideranças convencionais são dispensáveis, pelo menos na proposição das reivindicações.

Costumamos, conservadoramente, rotular qualquer movimento social diferente do convencional, proposto por nós, de “anarquistas”. É o que ocorreu nos primeiros dias dessas manifestações justificadas por alguns dos líderes do tal MPL – Movimento Passe Livre, que reivindica uma quase utopia, a gratuidade no transporte público, considerando a organização econômica vigente. Na realidade, a grande identidade desses movimentos com o Sistema Anárquico é a responsabilização do Estado, em todos os seus níveis de atuação, pela incapacidade de resolver questões fundamentais à vida das pessoas. Registro que entre esses grupos, subsidiariamente, estendem essa responsabilidade à classe política vigente, expondo isso em vários cartazes, afirmando que “nenhum partido nos representa”.

Não vou reprisar frases e chavões históricos a respeito da leniência social vigente, quem é acomodado já deve ter parado a leitura lá pelo segundo parágrafo, mas é forçoso reprisar que o tema de casa não tem sido feito pelos nossos governantes, menos ainda pelos nossos legislativos, e esses tais “interesses difusos” tornam-se, dia a dia, mais coletivos, mais abrangentes, mais claros e perceptíveis. Digna de análise é a constatação de que, entre os manifestantes, a maioria expressiva é de rapazes e moças de condições econômicas privilegiadas, ao contrário do que poderiam supor os analistas de plantão, sempre preconceituosos em suas avaliações.

Considerando todas as reivindicações e o momento político vivido no Brasil, tenho mil razões para apoiar essas manifestações e apenas uma para discordar, que é o uso de violência e ataque à propriedade pública e privada. No fundo, a grande chaga dos nossos dias e a grande propulsora de injustiças sociais vigentes é a Corrupção, serpente insaciável e incontrolável, que é a causa de todos esses males e só poderá ser sustada, contida, a partir do povo. Com a palavra, este povo.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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