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Alberto Amaral Alfaro
Advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.


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“ONDE ESTÃO OS “CARAS PINTADAS’’?

quinta-feira, 20 de Outubro de 2011 | 20:03

São crescentes na mídia as denúncias contra os “mal feitos”, neologismo criado pela Presidente Dilma, para denominar a velha e recorrente corrupção.

E ao contrário de outras oportunidades, são muito insípidos os movimentos populares de descontentamento e protesto contra o atual estágio das coisas.

Para se traçar um comparativo do nosso imobilismo, busco o caso do Chile, aonde os estudantes vêm protestando há cinco meses por educação pública gratuita e de qualidade, e conseguem mobilizar mais de cem mil pessoas. No Brasil, houve convocações de diversas entidades para protestos no último dia 12 de outubro, feriado nacional, em São Paulo 1.000 pessoas foram até a Avenida Paulista, e no Rio de Janeiro, tradicional “tambor nacional” apenas 2.000 pessoas dignaram-se a participar de protesto na orla de Copacabana.

Afinal, o que retém a voz das ruas, o que está faltando?

O presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, no dia da celebração da Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, tentou exortar os fiéis a se manifestar ativamente contra a corrupção, afirmando: “Quando não somos mais capazes de reagir e a nos indignar diante da corrupção, é porque nosso censo ético também ficou corrompido”, é dura a mensagem do Arcebispo de Aparecida, mas retrata o sentimento de boa parte da cidadania, inclusive, a do articulista.

Relembrem que quando das “Diretas Já” e do “Fora Collor”, esse mesmo que agora é Senador da base aliada do Governo Dilma, conseguimos mobilizar multidões, paradoxalmente, agora, com todas essas patifarias denunciadas em rede nacional, não se consegue mexer com os brios da população, apesar de contarmos com novos e eficientes mecanismos de comunicação como a internet.

Encontro algumas explicações para essa “anestesia moral”, a primeira é a melhora no padrão de vida de milhões de brasileiros e a sensação geral de otimismo, fruto de acertos nas políticas econômicas e sociais de FHC e Lula, que não os incentivam a protestar, mas a principal delas é a falta dos verdadeiros “guardiões da verdade”, os petistas, comprometidos até o último fio de cabelo com todo esse estado de coisas.

O PT, fiador da governabilidade, faz de tudo com todos, inclusive, inova criando mecanismos que constranjam qualquer iniciativa de mobilização contrária, como as “Patrulhas Virtuais”, que têm a missão de fazer propaganda e criticar a imprensa e os segmentos organizados que ousam denunciar os escândalos patrocinados ou aceitos pelo Governo Federal.

Os MAVs, núcleos de militância em ambientes virtuais, foram decididos no quarto congresso do Partido dos Trabalhadores, em setembro de 2011.

Como mobilizar a sociedade e os seus movimentos representativos se os “especialistas” nessas motivações têm interesses diversos dos nossos? Aí, está o grande desafio!


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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STEVE JOBS E A ONDA DE TRISTEZA

sexta-feira, 14 de Outubro de 2011 | 14:18

Embora não fosse um nome familiar à grande maioria das pessoas, apesar do seu trabalho ter alcançado notoriedade e repercussão universal, Steve Jobs não se popularizou como outras personagens internacionais, infelizmente, somente com a sua morte descortinou-se para todos nós uma vida intensa, totalmente dedicada à criação e a inovação tecnológica.

Walter Isaacson, autor de sua biografia autorizada, a ser publicada pela Companhia das Letras, apresentará ao mundo e a posteridade um gênio comparado a Thomas Edison e Henry Ford, que deixa um legado pelo que fez, e, com igual importância pelo que falou, pregou, ensinou.

Filho natural da terapeuta Joanne Schieble e do professor de ciência política, de origem síria, Abdulfattah Jandali, então jovens e estudantes, foi entregue a adoção pela mãe, desejosa que ele fosse criado por casal de formação universitária, fato que não se concretizou já que os que possuíam o perfil e estavam pré-selecionados haviam decidido que só aceitariam uma menina.

Com a recusa, os próximos da lista de espera, Paul e Clara Jobs, receberam um telefonema no meio da madrugada perguntando: “Temos um inesperado bebê masculino; vocês o querem?” Eles responderam: “É claro”, desconhecendo as condições impostas da mãe do menino.

Posteriormente, quando da assinatura dos documentos finais de adoção, a mãe biológica se recusou a autorizar só mudando de idéia alguns meses depois, com a promessa do casal Jobs de que proporcionariam ao bebê cursar universidade, o que os mesmos não tiveram.

Promessa feita, promessa cumprida, Steve foi matriculado aos 17 anos na Universidade de Reed, onde seus pais começaram a consumir toda a poupança de uma vida de classe trabalhadora, investimento no qual ele não conseguia enxergar mérito, abandonando-a seis meses após, optando desde então ao autodidatismo, onde buscou a gama de conhecimento que o tornaram o executivo de maior sucesso do século.

Muitas são as faces dos gênios, Steve se encaixa nas mil faces da genialidade, pois parte desse plano com seu sonho realizado mudou a história dos computadores, do cinema, da música e da comunicação. Enfim, mudou o mundo.

Brigou, na acepção da palavra, por suas idéias e convicções, tornando-se desde o dia 5 de outubro de 2011, quando faleceu vitimado pelo câncer de pâncreas, um novo ídolo, um novo referencial para todos nós, tão carentes de exemplos e decepcionados com as nossas escolhas políticas.

Pelo que deparei de tudo que li a seu respeito nestes últimos dias foi de que perdemos um homem comum, simples, que recomendou aos seus afilhados formandos da Universidade de Stanford, na Califórnia, que não desperdiçassem o tempo vivendo uma vida que não fosse a deles, não se aprisionassem em dogmas e nem deixassem que o ruído de opiniões alheias afogassem o que vinha do interior de cada um.

Apossado ainda por essa onda de tristeza que invade os corações de milhões de pessoas, presenteio os nossos leitores com a justificativa que Steve Jobbs deu ao incrédulo W. Isaacson, seu biógrafo , para que contasse sua vida: “Eu queria que meus filhos me conhecessem. Eu nem sempre estava presente, e queria que eles soubessem o porquê disso e entendessem o que fiz”, precisa dizer mais?


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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