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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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ENCONTROS E DESENCONTROS

terça-feira, 25 de Abril de 2017 | 09:05

Um dos desejos do ser humano é que o todo da vida permaneça estável. Lutamos, consideravelmente, para nos sentirmos seguros. Porém, em doses homeopáticas, vamos nos dando conta de que não é bem assim. Na prática, temos que lidar com as constantes instabilidades ou contradições em vários aspectos. Em decorrência disso, para inúmeros, o nível de ansiedade é altíssimo. Não obstante, equivocadamente, julgam tudo pelo lado mais desfavorável e esperam sempre o pior.  

A tolerância as frustrações é um aprendizado que deve começar desde a tenra infância. Vontades correspondidas imediatamente, proteção demasiada, criam falsas expectativas.  Destarte, a onipotência gerada toma caminhos totalmente contraindicados. Contudo, num determinado dia, a pessoa se dá conta de que o mundo se encarrega de frustrar drasticamente a construção errônea. A partir desse momento, sofrimentos das mais variadas formas, ocorrem como consequência. Irritabilidade, dificuldades no âmbito social, vínculos afetivos precários ou instáveis, tristeza, muitas vezes profunda, sensações de fracasso, são outros sintomas agregados. Apesar da consciência e inteligência de quem apresenta o quadro, é complexa a possibi lidade de modificar a estrutura psíquica. No meio dessa dinâm ica interna e externa há, de maneira clara e notória, nos encontros, dificuldades de aceitação dos desencontros. Projeções são feitas tendo como pano de fundo a perfeição ou segundo os moldes esperados. Conviver com pessoas, evidentemente, não é algo fácil. Incompatibilidades, em algum grau, certamente, são pertinentes. Desse modo, não existem amores “perfeitos”. Esses, indiscutivelmente, são utópicos. Numa relação considerada “normal”, ocorre uma administração de positivos e negativos, prós e contras. De maneira idêntica, no que tange a profissão que escolhemos. Ninguém, absolutamente ninguém, deixa de ter determinadas queixas em algum sentido. Nas amizades, cedo ou tarde, as virtudes são contrastada s com os defeitos dos próximos que, por sua vez, desencadeiam espa nto e decepções. Em outras palavras, podemos até almejar um “jardim de rosas” na totalidade. Entretanto, sabemos de antemão, que ocorrerá somente nos nossos pensamentos, fruto do idealizado. Os dados de realidade, incontestavelmente, prevalecerão.

Nesse paradoxo existencial de encontros e desencontros, uma das melhores sínteses é a da Gestalt, segundo Perls: “Eu faço minhas coisas, você faz as suas. Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas, e você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas. Você é você, e eu sou eu. E se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, nada há a fazer”. Quando refletimos e assimilamos as sábias e profundas palavras, podemos desfrutar do nosso ciclo de uma maneira mais leve. Amenizamos, em grande parte, as contraindicadas cobranças e culpas em relação ao eu e aos outros. As dualidades passam a ser gerenciadas harmonicamente. Em suma, equilíbrio.


Escrito por Ricardo Carvalho

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FONTES DE PRAZER

terça-feira, 18 de Abril de 2017 | 09:15

 Todos nós, inquestionavelmente, temos problemas. Alguns, apresentam uma quantidade maior, outros, menos.        Nesse sentido, podemos pensar em intensidade e   frequência. A condição neurótica pertinente atesta que, em linhas gerais, os conflitos tendem a ser sempre os mesmos. As ruminações constantes, dia após dia, vão gerando sofrimentos relevantes. Destarte, vira e mexe, os pensamentos retornam aos pontos de origem. Essas fixações, por sua vez, acabam fazendo com que a pessoa perca a panorâmica do mundo. Em outras palavras, deixa de visualizar e vivenciar inúmeras possibilidades positivas ou prazerosas que a realidade oferece.

 Na experiência clínica é comum ouvirmos relatos equivocados acerca da tão sonhada felicidade. Normalmente, está associada a coisas grandiosas que, no fundo, na sua grande maioria, são inatingíveis. Portanto, o máximo é o mínimo a ser atingido. Desse modo, as frustrações decorrentes são inevitáveis e óbvias. Não obstante, com essa dinâmica, as fontes de prazer possíveis, reais, acessíveis, são negadas ou até mesmo rechaçadas. Lembro de um grupo de professoras aposentadas que se reúne semanalmente. A arte ou a técnica para criarem peças artesanais dos mais variados tipos é algo interessantíssimo. Estão sempre envolvidas com a compra do material, modelos obtidos na internet, trocas de exp eriências, etc. Ponto por ponto, detalhe por detalhe, o final é certamente surpreendente para elas mesmas. As “profissionais” se deparam com resultados que transcendem o esperado. Além do mais, algumas comilanças são preparadas com muito carinho. Risadas. O divertimento gerado é indescritível. Não poderíamos deixar de ressaltar que, obviamente, cada uma com a sua história de vida. Sendo assim, alegrias e tristezas, realizações e decepções. Porém, naquele momento, a “mágica” acontece. Aura diferenciada. Tudo aquilo que, digamos, não vai muito bem, é esquecido ou deletado. No consultório, costumo chamar de “desvios” e, diga-se de passagem, imprescindíveis para o nosso equilíbrio emocional. Há algum tempo atrás e com a mesma essência, assisti um programa sobre profissionais liber ais que tinham como “hobby” atividades totalmente diferentes. Exemplificando, um músico de sucesso que restaurava carros antigos.

 Certos problemas emocionais, inquestionavelmente, afetam de modo significativo, qualquer motivação para as iniciativas supracitadas. Fogem do controle pessoal. Por outro lado, excluindo esses casos graves ou incapacitantes, é imperativa a busca constante por fontes geradoras de prazer. São “antídotos naturais” que combatem vários aspectos considerados desconfortáveis na realidade circundante. O que, em princípio, pode parecer uma “bobagem”, não raro, altera toda uma química capaz de desencadear reflexões mais otimistas ou diferenciadas no que tange as questões existenciais. Nascentes extremamente saudáveis e indicadas para o que intitulamos de vida.              


Escrito por Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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