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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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O PERFECCIONISTA

segunda-feira, 13 de Junho de 2011 | 16:00

Na sua essência, o ser humano possui uma ampla complexidade de problemas psíquicos que geram sofrimentos internos ou externos. Na clínica, o perfeccionismo, a busca pela perfeição é, podemos dizer, comum. A mínima possibilidade de imperfeição ou erro faz com que caia num poço de tristeza profundo. A palavra crítica não é aceita no seu vocabulário quando se trata da sua própria pessoa. Por outro lado, a criticidade em relação aos iguais é ácida ao extremo. Sendo assim, dificuldades nos relacionamentos e insatisfações existenciais generalizadas passam a ser uma constante.

Inúmeras queixas quanto ao funcionamento dos demais no dia-a-dia fazem com que a família ou os colegas de grupo paguem um preço altamente significativo. Resto de creme dental no lavatório deixado por alguém, lâmpadas acesas esquecidas, simetrias não respeitadas, valores extremamente rígidos não correspondidos, entre outros, são desencadeantes de sentimentos negativos e amplificados. Por ter qualidades “intelectuais e morais únicas”, o “perfeito” esquece do óbvio de que os indivíduos têm dinâmicas diferenciadas. Portanto, o desejo de controlar tudo e todos, durante todo o tempo, é, sem dúvida, impraticável e gerador de sensações de inadequação em relação ao meio.

Quando pensamos nos vários fatores desencadeantes, não raro, encontramos pais excessivamente exigentes ou críticos no período da infância. As ansiedades provocadas, o medo decorrente desses, a vontade de agradar ou corresponder às expectativas, vão formatando uma personalidade rígida e implacável.

Na adolescência, sendo essa uma fase basicamente questionadora dos costumes, comportamentos, padrões estéticos, etc., os padecimentos ou angústias chegam num grau máximo. Destarte, ser julgado é terrível.

Uma consequência natural desse grau de exigência é o travamento que ocorre em momentos que implicam na análise dos semelhantes. Lembro de um caso em que um paciente, após ter concluído o doutorado na sua área, sob “duras penas”, não conseguia defender a tese. Simplesmente, achava que tudo aquilo que escrevia não seria “inédito ou importante” e que passaria vergonha no julgamento da banca examinadora. Engavetado por um bom tempo, o conflito tinha como saída o álcool.  Outro, que sofria do quadro, certa vez disse que até mesmo os objetos da realidade eram imperfeitos na sua totalidade. Percepções geradoras de infelicidade.  

Um dos princípios básicos para lidarmos com a dificuldade é aceitarmos verdadeiramente que não somos perfeitos, nem os que convivemos, por extensão. Por mais que queiramos, não tem como... Avaliarmos situações mínimas com pensamentos diferenciados no sentido de vermos o quanto são realmente importantes para nós é algo interessante.  Uma das únicas certezas da falta de flexibilidade ou exigências demasiadas é o martírio psíquico que produzimos no transcorrer de uma existência...

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br


Escrito por Ricardo Farias Carvalho

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COLHEMOS O QUE PLANTAMOS

sexta-feira, 27 de Maio de 2011 | 17:25

Na vida, à medida que o tempo transcorre, as reflexões são naturais. Vários filmes do passado e presente são assistidos naturalmente, ocorrendo uma espécie de balanço dos resultados obtidos na longa caminhada. Certamente temos de elaborar alguns lutos no que tange a uma imagem idealizada que tínhamos quando jovens e o que nos tornamos realmente.

Hoje, além das reflexões, sou facilitado pela minha profissão. Tenho por intermédio dos pacientes uma panorâmica fidedigna do quanto os primeiros anos da nossa existência são determinantes numa série de aspectos. Podemos facilmente nos queixar da realidade e das suas dificuldades inerentes. Por outro lado, devemos analisar as causas e as consequências dos desenlaces que não são nada interessantes. Mudar é um verbo difícil. Obedecemos a certo padrão e as respostas emitidas como um todo seguem a “estrutura molecular psíquica” existente. Previsibilidade é uma palavra chave. Não precisamos de um olhar muito clínico ou “mágico” para prevermos o futuro de alguém, salvo raras exceções.

Sem esquecermos o peso da genética e do meio em que vivemos na formação da personalidade é imperativo refletirmos a respeito das escolhas ou opções que tomamos por livre arbítrio. Segundo Chico Buarque, “quem não tem governo, vergonha ou juízo nem nunca terá”. Assim, somos levados a deduzir que querer é outro verbo fundamental.

Amigos que não acrescentam absolutamente nada, drogas, irresponsabilidades generalizadas, relacionamentos doentios, ausência de perseverança, visões imediatistas ou impulsivas, desonestidade, falta de amor em relação a si mesmo e ao próximo, como também ambições desproporcionais são componentes de uma interminável lista que merece ser observada constantemente.

Ao invés de reclamarmos das injustiças do mundo, direcionarmos o dedo acusador para ele, devemos sim, apontá-lo para nós mesmos. Somos o que plantamos. Quantas vezes os caminhos banais são tentadores? A sedução pela lei do menor esforço, levar vantagem em tudo é terrível. Desejos verdadeiros da alma, não raro, são acobertados, distorcidos, facilitados por forças avassaladoras e inadequadas. Exemplos de pessoas com decorrências positivas criadas num meio extremamente adverso são provas incontestáveis que mudar, redirecionar, apesar do extremo esforço, é algo possível.

O terreno dos resultados é fértil. Porém, possuímos um período para o plantio. Diria que a fase para tal coincide com a adolescência e daí a sua inegável importância. Se formos descuidados, relapsos, pagaremos um preço muitas vezes eterno. Sementes inadequadas representam frutos indesejáveis e amargos... Pense e repense nos seus objetivos, metas, o que quer realmente para a sua trajetória daqui há vinte, trinta ou mais anos. Defina hoje o seu amanhã de forma flexível embora haja dificuldades inimagináveis. Lute no sentido de ter a tão sonhada e falada qualidade de vida. Jamais acredite em colheitas rápidas para você...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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