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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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PROIBIÇÕES ILÓGICAS

sexta-feira, 16 de Setembro de 2016 | 16:16

No mundo contemporâneo, educar um filho não é tarefa nada fácil. O respeito que havia antigamente em relação aos pais e o reconhecimento da autoridade desses, sem dúvida, ao longo tempo, foram sofrendo transformações. Um simples olhar, que antes comunicava muito, sinal de repreensão, praticamente perdeu seu peso. Sem dúvida, temos facetas positivas e negativas na nova dinâmica estabelecida. Proibições, limites, sempre existiram e existirão. Não há como educarmos, verdadeiramente, sem que espaços, regras, preceitos, entre outros, sejam estabelecidos e haja respeito e consideração. Destarte, nesse “modo antigo”, muitos pais foram criados. Trazem consigo, internamente, uma bagagem que vivenciaram como filhos. A questão da autoridade introjetada e radical, consciente ou inconscientemente, não raro, ao invés de aproximar, cumprir o seu papel, atrapalha. A flexibilidade e o alcance que progenitores devem possuir hoje em dia, certamente, precisa ser entendida, como também, reformulada em vários aspectos. Caso contrário, o distanciamento em relação aos filhos, sentimentos contraindicados no vínculo, problemas de ordem emocional e práticos, são algumas consequências geradas naturalmente.

Crianças ou adolescentes estão sempre muito “ligados”. A criticidade e a rebeldia também foram alvos de reformulações. Quando impedidos, frustrados por algum detalhe, imediatamente, as ditas proibições, passam por um crivo rígido. Portanto, há julgamentos rápidos, constantes e, podemos dizer, precisos. Em linhas gerais, se, no fundo, consideram algo justo, “repleto de razão”, embora o descontentamento visível gere inúmeras arestas, num curtíssimo período, o “vendaval” criado, assim como apareceu, tende a desaparecer. A elaboração oc orre sem problemas. Porém, se tivermos o contrário, pais que cerceiam, sedimentados somente “no modo automático”, ou seja, em prol da referida autoridade supracitada, o andamento do todo sofre alterações significativas. As mazelas familiares, num bom número de casos, ocorrem em função disso. Os pais, como não poderia ser diferente, estão absurdamente inseguros diante dos dados de realidade. São testados, diariamente, no tange as suas emoções. Solicitações, das mais variadas ordens, põem em cheque tudo aquilo que aprenderam até então e, acrescido a isso, pontos inimagináveis. Sendo assim, para não correrem riscos de tomarem alguma decisão precipitada ou inadequada, resolvem simplesmente proibir. A vontade de terem o controle total acerca dos perigos, cega, em demasia, a razão. Inferno criado.

As proibições devem possuir lógica e serem plenamente convincentes. O “proibir absoluto” é mais digestível psicologicamente. Os filhos, via de regra, de maneira inquestionável, sabem avaliar e valorizar pais zelosos. Cuidados sempre são bem vistos e administrados. O que, em tese, cria distância, na prática, é um poderosíssimo instrumento que reforça os laços de amor e incrementa a necessária segurança.


Escrito por Ricardo Carvalho

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FIXAÇÃO NOCIVA

quarta-feira, 24 de Agosto de 2016 | 10:52

Ao longo da existência, enfrentamos inúmeras situações que determinam a formação da nossa personalidade. Boas ou más, felizes ou infelizes, constroem o arquivo de vivências. A fase intrauterina, infância ou adolescência, sem dúvida, é responsável pela sedimentação psíquica que ocorre paulatinamente. Dependendo de como esse todo é conduzido, podem ficar marcas profundas que, ao menor esforço, são lembradas novamente. Lembranças que passam por uma atemporalidade. O passado, não suficientemente bem elaborado, é visto ou sentido “como se” fosse o presente. Fixação nociva.

É comum ouvirmos relatos de pacientes que sofrem em função de comportamentos ou fatos apresentados em etapas que ocorreram anteriormente. A fantasia de que os mesmos problemas possam ressuscitar, atormenta a alma. Aspectos similares evocam as referidas recordações negativas ou traumáticas e produzem um desconforto interno altamente significativo. Interessante também assinalarmos que, embora os indivíduos tenham consciência plena acerca dos pensamentos equivocados, não conseguem um controle. Destarte, deixam de observar e reconhecer as mudanças apresentadas na realidade circundante. Não raro, crescem, progridem e possuem uma vida considerada “normal”. Em outras palavras, não valorizam adequadamente o quanto foram tenazes a tal ponto de superarem os conflitos ou encontrarem respostas adequadas. Não obstante, a força apresentada ao longo da vida é desvalorizada tornando o indivíduo refém ou escravo de algo que, no fundo, acabou superando. Portanto, há uma incongruência, claro e notória, entre o discurso apresentado e os resultados práticos.

Além dos aspectos supracitados, não podemos esquecer que vamos determinando arranjos diferentes. O próprio mundo, a medida que o tempo transcorre, não é mais o mesmo, sofre alterações. Sendo assim, passamos por novas formatações e através da experiência, geralmente, encontramos soluções mais efetivas e eficazes. Não podemos, de modo algum, nos deter em fases ou recortes em que não apresentamos as saídas mais indicadas. Quando não possuímos a maturidade necessária é absolutamente normal titubearmos diante de inúmeros conflitos. Essas oscilaç&otil de;es, incertezas ou até mesmo erros, fazem parte da condição humana. O cambalear, andar em desequilíbrio, pode ser algo simplesmente momentâneo.

No balanço de perdas e danos da existência, precisamos desenvolver crenças mais “positivas e atuais” em relação a nós mesmos. É pernicioso voltarmos para um passado sem analisarmos, profundamente, todas as condições em que estávamos envolvidos. Partes deficitárias, não necessariamente, implicam a totalidade e na manutenção dessa. Algumas facetas que tenham deixado a desejar devem ter o seu peso minimizado em prol de uma maior “leveza contemporânea” do eu. É imperativo observarmos, constantemente, tudo aquilo que superamos ou representamos. Em suma, nossa capacidade ou valor .


Escrito por Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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