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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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PAIS DITADORES?

quarta-feira, 03 de Agosto de 2016 | 14:22

Através da experiência clínica, ao longo do tempo, vamos observando queixas comuns nos lares. No que tange a educação dos filhos, observamos, constantemente, diferenças significativas no modo de educar entre pais e mães. Sem dúvida, não possuem o mesmo funcionamento. Nem poderiam. Em vários momentos, relatos atestam conflitos que surgem diariamente no âmbito familiar. Instabilidades, confusões e sofrimentos assegurados de maneira generalizada.

Costumamos dizer que as mães, pelo fato de gerarem os filhos, levam uma “pequena vantagem” no que tange ao vínculo. Destarte, o “cordão umbilical psicológico” tende a permanecer durante um tempo prolongado. A importância do pai, evidentemente, ocorre desde a concepção. Porém, o peso maior nos primeiros meses da vida do bebê, pertence a mãe. O “coadjuvante” deve estar ao lado dando todo o apoio necessário ou devido. Aos poucos, seu papel sofre modificações até o ponto de ser igualado quase que na totalidade. Em outras palavras, é tão importante quanto a mãe. É o encarregado de romper o elo de ligação supracitado visando com que o filho seja lançado ao mundo. Processo natural que, diga-se de passagem , não é muito fácil praticamente. Sendo assim, temos por um lado, mães mais protetoras e benevolentes. Por outro, pais “cobradores”, ávidos para que os filhos possam enfrentar as situações pertinentes a dura realidade do mundo contemporâneo. Nessa construção importantíssima e gradual, as divergências de opiniões em relação a educação dos filhos, dependerão muito das circunstâncias como o casal foi educado. O modelo introjetado passa a ser relevante.

Num determinado momento, os pais, pela necessidade imperativa dos ditos “empurrões”, facilmente deixam o status de heróis e são taxados de “ditadores”; encarregados das regras, leis e os respectivos cumprimentos. A nossa cultura, apesar dos avanços em prol da diminuição das diferenças, ainda permanece com a dinâmica em questão. Destarte, observamos mães mais flexíveis, tolerantes em relação as variadas exigências que são comuns ao desenvolvimento dos filhos. A forma como isso ocorre, a “balança psíquica”, certamente, determinará consequências importantíssimas na personalidade em formação.

Em suma, no fundo, não há como existir “sempre” uma convergência de opiniões. Portanto, as divergências devem ser discutidas previamente entre os pais, para que um ponto de equilíbrio seja alcançado. Desse modo, os filhos deixam de fazer a divisão clássica, contraindicada e, geralmente temporária, que implica em pensamentos acerca da existência de um “bom” e um “mau”. A segurança transmitida pelos progenitores nos momentos de conflito, demonstrações de união, propiciam maior estabilidade emocional e segurança para quem tanto necessita. Não obstante, aumentam as possibilidades de encontrarem respostas mais interessantes ou indicadas. Pais e mães, obviamente, devem somar e não dividir.


Escrito por Ricardo Carvalho

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TENTAR OUTRA VEZ

quinta-feira, 21 de Julho de 2016 | 10:49

Independentemente da orientação sexual, o ser humano necessita amar e ser amado. Num determinado momento, conhecemos alguém e nele depositamos todas as nossas expectativas possíveis. O nosso lado instintivo ou desejo é despertado abrupta e intensamente. Associado a isso, dependendo do arranjo, afeição e ternura formam um complemento desencadeador de uma alteração química e emocional fantástica. Passamos a sentir e vivenciar o que intitulamos de amor. Destarte, temos a sensação nítida de que a felicidade sentida será eterna. Porém, como todo o relacionamento humano, é impossível ser perfeito.

Em certos casos, gradativamente, de um modo quase imperceptível, o tempo é o encarregado de fazer com que facetas mais sombrias, até então desconhecidas, comecem a aparecer. Incompatibilidades pequenas ou significativas, ao longo desse, são o atestado irrefutável de que a relação não tem condições de corresponder ao futuro fantasiado ou almejado. Somatório demonstrativo de que não há mais nada a fazer a não ser a separação. Dessa forma, as dores, ressentimentos, culpas, entre outros, minam o pensamento. A intensidade, frequência e significado dos problemas perturbam, negativa e consideravelmente, o cérebro. Pequenos ou grandes traumas vão de encontro ao todo maravilhoso inicial. Paradoxos e sofrimentos das mais variadas ordens. 

A elaboração ou resolução do rompimento do vínculo, evidentemente, dependerá muito do modo como o todo ocorreu e das estruturas das personalidades. Não obstante, certo receio ou até mesmo temor de um novo envolvimento afetivo, corrói a alma. A ideia de que poderá haver uma reedição gera um profundo desconforto. Mecanismos de racionalização, negação e evitação são ativados. Mesmo assim, apesar das apreensões ou cicatrizes, num outro momento, surge um novo interesse. A bagagem trazida do anterior, pode ser, em algum grau, projetada. Projeções essas que geram uma instabilidade na qualidade do relacionamento atual. Caso o filtro interno não seja suficientemente capaz de reconhecer e modificar esses conflitos do passado recente ou remoto, as chances de haver uma ruptura do elo são grandes. Portanto, novo ciclo prejudicial que reforça a tendência de considerar o amor tendo como sinônimo o impossível. No turbilhão, para piorar, escolhas equivocadas reais são feitas e, como consequência, agravam crenças negativas: “nada dá certo mesmo; só escolho quem não presta; não consigo me relacionar com ninguém”, são algumas das queixas bastante faladas na clínica.

No fundo, amar implica correr riscos. É uma aposta que não possuímos, absolutamente, todas as certezas do mundo. Nesse sentido, a frase filosófica “tudo é um vir a ser” é bastante adequada. Buscar um conhecimento próprio visando uma seleção mais coerente, como também, uma maior valorização pessoal, no meio de tantos outros fatores, é importantíssimo ou imperativo. O óbvio é que as tentativas relacionadas ao amor não podem ser frutos simplesmente de impulsos ou carências.


Escrito por Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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