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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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PESSOAS DETERMINADAS

terça-feira, 31 de Maio de 2016 | 14:11

Existem certas pessoas que, mesmo tendo todas as condições possíveis e imagináveis contrárias, conseguem superá-las. É interessante observarmos como lidam com os seus obstáculos ou revezes ao longo da vida. Lembro de uma jovem de origem humilde que resolveu fazer mestrado e doutorado. As suas escolhas, certamente indicadas, de vários modos contrastavam com o meio no qual vivia. Necessidades práticas, financeiras, imediatistas, simplesmente não eram congruentes com todos os anos de espera no sentido da obtenção de resultados. Em vários momentos, apesar da sua determinação, não deixava de questionar se estava no caminho certo. Afinal, as forças antagônicas, conscientes e inconscientes eram significativamente fortes. Curioso que, mesmo tendo um potencial intelectual diferenciado e a perseverança necessária para tal, duvidava, ocasionalmente, acerca da sua capacidade. Não deixava, absolutamente, de reconhecer todos os aspectos positivos que possuía, porém, lidava sempre com os dados de realidade ou as dificuldades inerentes à longa jornada. Seus pensamentos, um tanto desproporcionais e indevidos, não funcionavam como impeditivos no que tange a enfrentamentos. O modo como se definia era "teimosa". A palavra, indicada ou não, refletia o quanto realmente precisava insistir na escolha como um todo e as suas respectivas consequências no dia a dia. Podia e deveria trabalhar. Queria estudar. Paradoxalmente, o motivo de "orgulho" familiar, ao mesmo tempo, era um "problema". Não obstante, no fundo, desejava voos mais ambiciosos que desencadeassem sensações gratificantes. No seu discurso, não era observado uma ênfase no aspecto financeiro e sim na sua satisfação profissional. O mestrado, sob duras penas, no que se refere às finanças, foi concluído. O processo de seleção para o doutorado estava em andamento.

 Assim como o exemplo supracitado, é maravilhoso escutarmos histórias de determinações e superações. O óbvio no meio desse contexto é de que não existem situações fáceis, prontas. E, como costumamos dizer, com relativa frequência, tudo passa pelo verbo querer. De maneira honesta, não temos "sempre" um equilíbrio, estabilidade ou certezas em tudo. Às vezes chegamos a duvidar de nós mesmos. Porém, o que fazemos com todas essas questões e outras que naturalmente são desencadeadas, parece ser um dos diferenciais determinantes. Alguns, diante do menor empecilho, simplesmente travam a existência. Paralisam. Imaginam, constantemente, quase tudo perfeito e em decorrência disso se frustram ou sofrem. Outros, apesar das instabilidades internas e externas, das árduas batalhas travadas e, até mesmo, diante de algumas ou várias derrotas, simplesmente não desistem.

As nossas ousadias, transgressões e até mesmo "loucuras", quando bem pensadas e enfrentadas, sem sombra de dúvida, são responsáveis em grande parte pelo que intitulamos de felicidade. Realizações ou conquistas difíceis têm peso. Muito peso.


Escrito por Ricardo Carvalho

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PREGUIÇA

sexta-feira, 27 de Maio de 2016 | 10:47

O estado de prostração ou moleza, de causa orgânica ou psíquica, que leva o indivíduo à inatividade é algo que, se tivermos um olhar mais atento, vamos identificá-lo com relativa frequência. Lembro dos relatos constantes de uma senhora acerca do marido. Esse, literalmente, não trocava sequer uma lâmpada em casa. Ela, por sua vez, era extremamente ágil e empreendedora. Os contrastes desencadeados pela preguiça, sem dúvida, ocasionavam atritos significativos entre o casal.

A preguiça, excluídos todos os componentes físicos desencadeadores, normalmente, é sedimentada na infância. Nesse caso, tudo aquilo que uma criança precisa, imediatament e ou quase, obtém sem o menor esforço. Aspectos corriqueiros, cotidianamente, que envolveriam um tempo mínimo e certa dose de frustração, em decorrência de determinações de prioridades, são simplesmente facilitados. Portanto, “tudo nas mãos o tempo todo” passa a ser condicionado por meio do ciclo consciente e inconsciente que é formatado no âmbito familiar. A capacidade do indivíduo de lutar e esperar por resultados mais relevantes e próprios, com as suas consequentes gratificações, é afetada substancialmente. Num estudo longitudinal, a probabilidade de termos adolescentes e adultos com esse mesmo funcionamento é altamente expressiva. No fundo, são pessoas que sempre estão esperando algo dos outros. São imediatistas e ambiciosas, mesmo não agindo. Não se contentam com satisfações fragmentadas. Lutar e esperar são dados de realidade que, confrontados, criam um desconforto paralisante. Doações ou favorecimentos constantes, de “mãos beijadas”, embora não pareçam, têm um p reço. Como sequela, a sensação de impotência ou incapacidade é profundamente corrosiva. Por outro lado, não raro, o indivíduo, racionalmente, não deixa de fazer leituras adequadas da dinâmica estabelecida. De maneira paradoxal, em determinado momento, devido a sensação de inadequação, pode haver uma revolta substancial, em relação a todos aqueles que alimentaram em doses homeopáticas, a inércia. Destarte, irritação, agressividade, raiva, são sentimentos que funcionam como respostas absolutamente “naturais e esperadas”. Esse conjunto caótico produz pensamentos totalmente contraindicados no que tange. à autoestima e à autoconfiança.

A dose certa para frustrarmos uma criança e fazermos com que ela tenha paciência e aja diante de algo sonhado é uma verdadeira arte. No mundo contemporâneo, contrariamente, o supracitado imediatismo ou “para ontem”, as intermináveis e demasiadas facilitações que foram criadas, comprovadamente, fazem com que devamos ter um cu idado muito maior no modo como são educadas. Caso contrário, teremos, cada vez mais, gerações que buscam constantemente a lei do menor esforço. Qualquer dificuldade apresentada é o gatilho para procrastinações ou, até mesmo, desistências. Em suma, resultados positivos na vida e destino são incompatíveis com a preguiça.

 


Escrito por Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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