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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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O SENTIDO DA VIDA

sábado, 23 de Abril de 2016 | 11:43

Nascer, viver e morrer é o ciclo inevitável. Ao longo da experiência clínica vamos, em doses homeopáticas, associando a teoria à prática. As dinâmicas individuais e grupais são verdadeiras aulas diárias de vida. Detalhes relatados e que compõem as aflições humanas nos dão uma dimensão imensurável do todo. O óbvio é que, assim como ajudamos, somos ajudados. Reformulamos e enriquecemos vários dos nossos conceitos nessa ciranda de intenso aprendizado recíproco. Nos tornamos pessoas melhores.

No meio de tantas queixas comuns, pertinentes à essência, uma, em especial, é relativamente frequente e extremamente profunda: o sentido da vida. Questionamento eterno que, sem sombra de dúvida, permeia o pensamento de quase todos nós. Talvez esse seja o alicerce necessário para qualquer construção da alma. Num curtíssimo espaço temporal, a partir da aquisição do nosso pensamento abstrato, quando deixamos de ver e valorizar somente as coisas concretas, somos instigados, naturalmente, a filosofar sobre as relações que estabelecemos com o mundo. Relações essas que estão atreladas di reta ou indiretamente a tão sonhada “felicidade”. Vamos além. Venturosos aqueles que, muito cedo, conseguem estabelecer caminhos ou projetos existenciais no meio de uma infinidade de opções disponíveis. A sensação que passam é de um encontro desencadeante de leveza, irradiada e sentida por aqueles que se encontram ao redor. Até mesmo pessoas humildes são sábias e conduzem a existência virtuosamente. Ao contrário, temos indivíduos que funcionam de modo “mecânico” e nem sequer querem ter o trabalho de tentar descobrir as suas próprias verdades e metas. Vivem frustradas, tristes em simples repetições diárias que não as satisfazem nem um pouco. A falta de sintonia interna faz com que vejam a realidade de maneira bastante sombria. Destarte, essa é má, persegue e ataca. Em decorrência disso, viver não possui uma finalidade ou utilidade.

Difícil imaginarmos realizações destituídas do próximo. Como seres humanos e, em condições normais, precisamos visualizar e, principalmente, sentir o bem que desencadeamos. Esse “alimento”, portanto, passa a ser básico ou imperativo. Da atividade mais simples a mais complexa, temos de ir ao encontro do prazer que, por sua vez, implica algum grau de auxílio em relação ao semelhante. Devemos amar profundamente das mais variadas formas.

Encontrar um sentido que “justifique a existência” requer lutas ferrenhas. No mínimo, esforços, elaborações de lutos e honestidade. Ao invés de ficarmos responsabilizando as incontáveis facetas negativas que nos deparamos dia após dia, culparmos constante e cegamente o universo, a inegável neurose humana, entre outros, precisamos exercer a nossa capacidade de julgamento, dedução ou concepção acerca do nosso eu e dos fatos. Meditar, pensar insistentemente, concretizar, são verbos que são pouquíssimos usados no mundo contemporâneo, porém, fazem toda a diferença.


Escrito por Ricardo Carvalho

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ROMPIMENTOS E DORES

sábado, 23 de Abril de 2016 | 11:42

Um dos pontos bastante comuns na experiência clínica é a dificuldade do enfrentamento das dores. O ser humano tem uma tendência natural de evitá-las. Porém, o óbvio é que não existe vida sem algum grau de padecimento. Por mais que queiramos somente o prazer é algo impossível. Cedo ou tarde, de uma maneira ou de outra, sofreremos algum desgosto do espírito ou do coração. As decepções, desgraças, infortúnios, entre outros, aparecerão. É uma das certezas existenciais. Saber lidar suficientemente bem com as nossas adversidades é algo imperativo. A tentação de continuidade ou a simplifica ção de respostas, nas inúmeras facetas que compõem o todo, são extremamente sedutoras. Exagerando, ou não, qualquer passo no sentido de um crescimento, encontro, gera algum grau de dor. A sensação que temos, ocasionalmente, é de que tudo implica ferrenhas lutas internas e externas que deverão ser vencidas.

No que tange aos aspectos afetivos, talvez tenhamos uma “dor maior”. Relatos feitos demonstram a fragilidade e a submissão de muitos. Evitações, racionalizações, negações, das mais variadas formas, surgem no sentido de tornarem a alma prisioneira. Por um lado, temos elementos negativos contraindicados ou reconhecidos por nós e pelos outros. Nada ou quase no vínculo vai bem. Esse contradiz inúmeros aspectos que sonhamos ou desejamos encontrar. Por outro, essa mesma alma citada é contraditória. Reconhece, porém, não permite um rompimento. O paradoxo fantasiado é de que, embora as arestas incom patíveis doam, o corte no vínculo desencadeará uma dor absurda. É impressionante a incapacidade de uma visualização futura a médio ou longo prazo. Os desgastes pertinentes a qualquer relação, se projetados, nesse arranjo, simplesmente são terríveis. Destarte, ao invés da aceitação da presente e “futura” realidade caótica, há uma inclinação por pensamentos mágicos e salvadores. Alguma parte “boa” no elo passa a justificar todas as demais. Sendo assim, alimenta negativa e falsamente esperanças.

Romper rima com doer. Vários casos demonstram praticamente que, como costumamos colocar, as dores são úteis. Novas dinâmicas muito mais felizes são plenamente possíveis. Não podemos ser reféns de nós mesmos e das supracitadas “partes boas”. Essas, inegavelmente, ficarão na lembrança de modo eterno. Engavetadas, sem muito esforço da nossa parte, poderão ser evocadas a qualquer momento. Não temos como apagá-las. As mesmas lágrimas que são sinônimos do luto sentido devem servir como antídoto ou respostas propulsoras. Precisam, no seu tempo devido, ir em busca de novos arranjos mais coerente s ou apropriados. Devem alavancar encontros mais favoráveis ou prazerosos.

Sem dúvida, é extremamente importante um olhar e pensamentos diferenciados a respeito do que somos ou representamos. Incrementarmos a nossa autoestima, atribuirmos um valor real e devido ao nosso “eu” é uma premissa básica para viabilizarmos uma harmonia justa e merecida.

 

 


Escrito por Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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