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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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CELULARES E INCONVENIÊNCIAS

quinta-feira, 11 de Junho de 2015 | 17:14

Era um churrasco em família que tinha tudo para transcorrer bem. Bom número de participantes e fartura. Era. Não demorou muito e um senhor, indignado, disse alto e em bom tom um palavrão somado a “desliguem isso”. Foi contrário, se rebelou. Desejava uma “união plena”. Dois jovens parentes, desajeitados e com sorrisos sem graça, obedeceram e desligaram os celulares de amizades virtuais. Colocou ainda que, frequentemente, se comunicavam desta forma entre eles, nas extremidades da mesa, em outras festividades.

Recentemente, ouvi de uma pessoa próxima queixas relacionadas à esposa. O WHATSAPP ou “passarinho” dando, alucinada e frequentemente, sinais de mensagens e indivíduos conectados. O marido, por sua vez, sentia-se totalmente desconectado. Destarte, o isolamento vivenciado é incômodo. Ciumento? Egocêntrico? Chato?

Na clínica é interessante o uso dos aparelhos. Cheguei à conclusão de que não é adequado impedir o uso. Portanto, o paciente tem a liberdade de receber ou fazer ligações. Essas, certamente, ocasionais. Num determinado momento toca o telefone. O clima de conluio ou cumplicidade entre terapeuta e paciente é afetado barbaramente. Há um corte, uma cisão. Retomar o ponto, fatos, relatos e associar aos sentimentos implícitos é uma missão praticamente impossível. É delicado haver uma retomada, quando há. Curioso que vários, embora se dando conta e ouvindo “observações” da minha parte, simplesmente não conseguem desligar o causador do transtorno. A sensação é de que estamos diante de alguém que está viciado com o sistema. Digo isso devido ao fato de que, geralmente, são situações que não possuem uma importância maior.

Corro o risco de dizer que estamos vivendo um grande paradoxo. Ao mesmo tempo em que a modernidade privilegia estabelecimento de comunicações, de outro modo, afasta ou afeta vínculos íntimos. A impressão que ocorre para quem tem um diálogo interrompido é altamente desagradável. Pode acontecer uma ideia ou pensamentos de pouco valor, não estar sendo interessante, ser “desprezível”, etc.

Quando éramos crianças, jamais poderíamos imaginar que o telefone feito com latas e barbantes poderia avançar tanto. Essa brincadeira tinha a capacidade de aglutinar todos aqueles que estavam na volta, apesar da precariedade evidente. Todos. No mundo contemporâneo, tudo indica, temos de repensar ou elaborar melhor o quanto este mais está gerando menos. São visíveis e inquestionáveis os prejuízos desencadeados através da facilitação. Não obstante, nos lares, diálogos profundos são contaminados por frases ou palavras abreviadas que não desencadeiam uma “plenitude” na comunicação. Destarte, olhos nos olhos, expressões faciais, sorrisos, valorizações reais do semelhante, extremamente importantes nos elos, cedem, paulatinamente, lugar para as teclas, sons e suas respectivas imagens.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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AMORES, REJEIÇÕES E AUTOESTIMA

quarta-feira, 03 de Junho de 2015 | 11:55

Amar, evidentemente, é interessantíssimo. A química desencadeada nos leva, sem dúvida, ao paraíso. Conhecer alguém nos dias de hoje é, no mínimo, delicado. Vivemos num mundo em que encontros são estabelecidos de modo rapidíssimo. Portanto, esse tempo destinado à conquista sofreu um abalo significativo. Não obstante, num bom número de casos, vínculos são formados sem um conhecimento mútuo e mínimo necessário objetivando que a possibilidade de dar certo triunfe. Vejam bem que eu disse “possibilidade”.

Na ânsia de que tudo seja perfeito, e, num curtíssimo período, projetamos uma série de aspectos que nos pertencem e não necessariamente fazem parte de quem está próximo. Jogos de palavras e emoções exploradas dão a sensação de segurança que tanto almejamos. Visualizamos um futuro promissor numa fração de segundos. Em outras palavras, concedemos a nossa alma com a finalidade de obtermos correspondências à altura do desejado.

Passada a “lua de mel”, no amplo sentido da expressão, as características indesejáveis e negativas pertinentes vão aparecendo em doses homeopáticas. O dia a dia, os compromissos, responsabilidade e a bagagem neurótica que cada um possui vão criando as divergências ou arestas. O óbvio, até então negado, é finalmente constatado: nada é perfeito.

No meio de tantos arranjos possíveis em relação às uniões temos, basicamente, uma chance de continuidade ou rompimento. Se tudo conspirar a favor ou as imperfeições recíprocas forem suportáveis, quase a totalidade do que imaginamos é confirmada. Ao contrário, se internamente o peso das incompatibilidades pesar mais, a tendência é a ruptura. Podemos ser agentes da separação ou sermos simplesmente rejeitados ou preteridos. Destarte, quando abruptamente, sem muitas explicações convincentes, deixamos de ser objetos de desejo, observamos um agravante. E, no momento em que os castelos erguidos no imaginário são desmantelados pelo próximo o natural é que o sofrimento seja maior e torne-se companheiro implacável, assim como as interrogações intermináveis. Análises frequentes acerca dos “erros cometidos”, consequentemente, são inevitáveis. O valor que tínhamos, até então, sobre nós mesmos, cai vertigi nosamente. Não raro, possuímos uma tendência a assumirmos culpas. Cegamente, deixamos de avaliar os pontos contraindicados ou incongruentes no que tange ao amado. Absorvemos e produzimos angústias. Caso existam experiências similares no passado, o fundo do poço é infinitamente extenso.

Cisões de relações não devem afetar valores pessoais. Obrigatoriedades de encaixes perfeitos é algo utópico. O reconhecimento de todos os traços positivos que possuímos como pessoas somado à viabilidade de elos verdadeiros e futuros, deve ocorrer de forma imperativa. Amor próprio ou autoestima é o primeiro passo a ser dado para cogitarmos amar de uma maneira psicologicamente estável ou indicada.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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