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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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TRÊS SEGUNDOS

quarta-feira, 20 de Maio de 2015 | 11:37

Recentemente, um carro transgrediu uma preferencial e colidiu com outro. O que transitava normalmente teve a sua lateral dianteira atingida em cheio. Mãe e filho experimentaram, inusitadamente, a sensação de capotarem três vezes. O airbag acionado, o cinto de segurança utilizado e enorme dose de sorte ocasionaram escoriações leves. Mesmo assim, dores, ambulância, hospital, exames, angústias... Trauma. O carro, para termos uma dimensão do acidente, tudo indica, será avaliado pela seguradora como “perda total”. A notícia no jornal local, pela manhã, foi daquelas que olhamos ou sabemos através dos que estão próximos. Impacto? Claro que sim. Porém, caso não haja vítimas fatais e dependendo das consequências o cérebro está de alguma forma, tamanha a frequência com que fatos do tipo sucedem, a elaborar o psiquismo rapidamente.

Ao entardecer, o acontecimento supracitado teve outra conotação ao sabermos que os envolvidos do veículo tombado eram próximos. Destarte, imediatamente, sofremos uma “reprogramação” e queremos conhecer os detalhes dos detalhes. Nessas horas, somos inclinados a identificar quem foi o culpado, como aconteceu... As emoções, naturalmente, são exacerbadas. A tendência é de acharmos que coisas com esse peso ou magnitude não acontecem conosco ou pessoas queridas. Engano grosseiro movido por mecanismos defensivos. Mais uma vez, salvo raríssimas exceções, nos damos conta do óbvio: um pequeno descuido ou desatenção, uma fração de segundo, faz toda diferença. O limite tênue entre vida e morte está em jogo. Existência que até poderá continuar, mas, dependendo, com sequelas profundas e permanentes. Pesquisas comprovaram que, em média, três segundos de descuido do motorista podem provocar um acidente. Tem po que é praticamente inimaginável diante da capacidade de ceifar sonhos e produzir cicatrizes eternas para os que ficam.

Costumo dizer que no trânsito devemos estar bem, muito bem. Ao contrário, estamos fadados a sermos traídos pelos nossos pensamentos e viajarmos com eles para lugares distantes. Essa falta de atenção ou distração, portanto, pode ser determinante para a produção da infelicidade permanente. A amplitude dos efeitos de quem morre ou provoca mortes, na experiência clínica, é simplesmente terrível. Não existe nada, absolutamente nada, que “apague” a intensidade do todo gerador de transtornos psíquicos. Nesses casos, o máximo possível para um profissional é tentar minimizar as almas que tanto padecem. Em alguns arranjos, a frustração ou sentimento de impotência gerado são enormes. Embora queiramos que os argumentos produzam efeitos, são fracos, deixam a desejar.

Consciência e direção são palavras chaves que estão intimamente ligadas. Nesse caso, pensei que, no fundo, a “desgraça” são os danos materiais. Não obstante, a imensurável graça: vidas preservadas nas três capotagens decorrentes dos “três segundos”.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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IRRESPONSABILIDADE

quinta-feira, 14 de Maio de 2015 | 18:16

Hoje em dia, evidentemente, obter sucesso na vida implica inúmeros diferenciais positivos. Por outro lado, posso dizer que pouco se comenta, todavia, sentimos ou vivenciamos a irresponsabilidade de um número significativo daqueles que nos rodeiam. Está presente em vários ramos ou segmentos. Não raro, parece que se tornou “corriqueiro”.

Precocemente, podemos notar características que geram ou não irresponsabilidade. Essas têm fortes raízes na infância. No transcorrer da adolescência, grande parte do apresentado, até então, é potencializado. Descumprimento de prazos, procrastinações, promessas não realizadas, atrasos nos horários, etc., são atestados incontestáveis que estão interligados. Sendo assim, conviver com elementos que apresentam o referido perfil é um exercício árduo. Até certo ponto, desconhecendo o indivíduo, e, quando não temos uma certeza absoluta, relevamos. Somos levados a pensar qualquer coisa que realmente justifique as faltas apresentadas. Num período breve ou ao longo do tempo, constatamos um padrão constante de comportamento. Solicitações deixam a desejar. Nossas projeções favoráveis e pertinentes são confrontadas com dados de realidade decepcionantes. Estresse gerado.

Os prejuízos internos e externos causados pela irresponsabilidade são enormes. Naturalmente, em doses homeopáticas, a sociedade acaba rotulando alguém que poderia ter uma condição bastante promissora. Não obstante, afastamentos e falta de indicações dentro do mercado de trabalho são decorrências inevitáveis. A confiança, sentimento básico nas relações, fica afetada. Internamente, culpas e tristezas são frequentes. Pessoas irresponsáveis, mesmo tendo consciência do que apresentam e das queixas daqueles que os circundam, não conseguem mudar efetivamente. A irresponsabilidade, gradualmente, toma uma forma inegável. Em outras palavras, dissimulações, desculpas, não produzem mais o efeito desejado. É algo escancarado que fica à mercê dos julgamentos alheios. A capacidade e a velocidade com que o rótulo se espalha são fantásticas. Estereótipos são emitidos e ocorrem as suas respectivas retaliações. P erdas concretas. Alguns, simplesmente parecem nem se importar com o todo corrosivo ocasionado.

Rompimentos em elos afetivos, muitas vezes, possuem como pano de fundo a irresponsabilidade. Aspectos básicos que sustentam um vínculo não são cumpridos a termo. Destarte, as desilusões ou desapontamentos são gritantes. A sensação de não se sentir amparado, apoiado, de ter que fazer “tudo sozinho” frustra barbaramente.

Em suma, uma dinâmica irresponsável afeta, substancialmente, diversas áreas do sujeito. O campo profissional que deixa a desejar, somado aos desentendimentos afetivos, na imensa maioria dos casos, impede um crescimento pessoal maior. Reformulações no modo de pensar e agir são imprescindíveis.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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