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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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SEMANA “QUEBRADA”

terça-feira, 25 de Novembro de 2014 | 10:18

Recentemente, numa terça-feira à noite, quando estava na minha atividade física, conversando com um jovem professor, esse me disse que eu era o último aluno e depois da aula iria participar de um churrasco. Achei “estranho” e brinquei em relação ao dia incomum da festividade. Fiquei surpreso quando colocou que um dos seus amigos, costumeiramente, no meio da semana, organizava algo, tendo como finalidade se divertirem. Segundo ele, esta deve ser “quebrada” para que possamos, em outras palavras, torná-la mais “leve” e ficarmos próximos do final de semana.

Conversar, como costumo dizer é, sem dúvida, extremamente prazeroso. Geralmente, tiramos algum proveito, embora seja um pequeno detalhe. Não obstante, saí do local supracitado, refletindo sobre a maneira do grupo de lidar de forma “diferente” com a rotina semanal ou a vida. Fiquei imaginando as risadas, os “papos” e suas consequências positivas para o restante das responsabilidades a serem cumpridas. Imediatamente, confrontei com determinados depoimentos que ouvi de pessoas que, apesar de não ter uma obrigatoriedade pelo tipo de trabalho que executam, ocupam-se sistematicamente no sábado e domingo. Carência financeira? Não necessariamente. Simplesmente possuem uma voracidade relevante movida por circunstâncias variadas e pessoais. Sendo assim, conseguem usufruir parcialmente do todo. São impedidas de se deleitarem de inúmeras fontes geradoras de satisfação emocional. Trabalho, evidentemente, é importantíssimo, porém, não pode ou não deve ser o único foco almejado.

Caso não tenhamos um nível de equilíbrio satisfatório entre aquilo que produzimos e situações de distração ou divertimento, ficamos submetidos a um único polo e, diga-se de passagem, delicado ou corrosivo. No fundo, não é exclusivamente a semana que se torna chata ou a grande prejudicada. Destarte, diversas áreas vitais sofrem corrosões importantíssimas, muitas vezes, em doses homeopáticas e imperceptíveis. Num momento qualquer, o somatório explode. Não raro, são relatados problemas conjugais, crises existenciais, estresse... Certamente queixas principais de um rol bastante significativo. Portanto, tudo ou quase, fica um tanto quanto cinza, desprazeroso, desencadeando infinito e frequente desgosto.

“Receitas simples e geniais” devem ser buscadas constantemente na realidade, visando combater as condições contrárias em relação aos nossos desejos. Não somente nas questões relacionadas à labuta, os revezes precisam de antídotos eficientes e eficazes. “Quebrar”, romper, consciente ou inconscientemente, nos gera forças extras para processarmos e enfrentarmos as imprevisibilidades negativas e pertinentes a existência de todos nós. Saímos de um campo nefasto, rotineiro, e, sem nos darmos conta, encarregamos o cérebro para escolhas mais indicadas ou adequadas. Leveza.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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FILHOS PERFEITOS

terça-feira, 18 de Novembro de 2014 | 16:12

Numa concepção e gestação “normais”, um filho sofre uma série de projeções por parte do meio familiar. É o depositário de expectativas generalizadas. A sua criação estará fadada as essas influências que poderão ser benéficas ou não. Durante a infância, o “domínio” consciente ou inconsciente, sem sombra de dúvida, é relativamente fácil de ser exercido. À medida que o tempo passa, o dito poder vai perdendo a sua magnitude.

 

No período da adolescência, marcado pelas inevitáveis tempestades, a tendência óbvia de rebeldia ou oposição torna-se presente. Tudo aquilo que foi demasiadamente contido pelos progenitores, naturalmente, tende a se manifestar. Quem era para ser “perfeito”, exacerba os seus sinais de incompletude, insatisfações, neuroses... Sofrimentos assegurados para todas as partes.

A vontade de que o filho seja alguém grandioso, desprovido de falhas, é simplesmente um anseio familiar que, num bom número de casos, para não dizer na totalidade, desgasta os vínculos e desencadeia infelicidade. Nem tudo aquilo que foi almejado ou sonhado é correspondido. Destarte, as fantasias são confrontadas com os dados de realidade. Os afetados, nesses casos, ficam a mercê da análise das culpas e responsabilidades. Vivem num determinado mundo carregando fardos dos motivos pelos quais os objetivos maiores não deram certo. O que era para ser lindo ou maravilhoso passa a atacar e agredir. Idealizações transformadas em perseguidores internos e externos.

Diante da intensa competitividade pela qual passam os jovens nos dias de hoje, o difícil acesso ao mercado de trabalho, entre outros, verdadeiras programações que almejam a referida perfeição, desde a tenra infância, são buscadas e “concretizadas”. Estes devem dar o máximo possível, num curto espaço de tempo, para assegurarem um “lugar ao sol”. Não obstante, aspectos que deveriam ser levados em conta, são deixados de lado em função do que a “ausência de imperfeições” pode desencadear: sucesso. A essência, portanto, é afetada drasticamente em função de valores, no mínimo, questionáveis. Não é congruente. Sendo assim, temos uma geração “turbinada”, porém, sofredora.

A verdade inquestionável é de que nos encontramos num momento delicado no que se refere à verdadeira educação dos nossos filhos. Como pais, temos a difícil tarefa de impulsionarmos sem interferirmos nas várias áreas que implicam opções ou escolhas pessoais. Talvez tenhamos que repensar muito no significado de perfeição e contabilizarmos os prós e contras de direcionamentos unilaterais ou tendenciosos. Ademais, devemos elaborar o luto de que, embora não queiramos, cedo ou tarde, teremos diante de nós filhos que irão contradizer, contrariar e seguir caminhos diferenciados em relação aos que imaginamos como “indicados”. Precocemente, devemos abandonar os cordéis que, acionados, produzem movimentoscujo corp o e alma se ajustam “como uma luva”, porém, doentiamente, em nossas mãos.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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