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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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FILHOS CUIDADORES

quinta-feira, 13 de Novembro de 2014 | 15:15

Recentemente, recebi um e-mail contendo a foto de um amigo sentado ao lado da sua mãe que estava hospitalizada devido a uma cirurgia no joelho. Senhora simpática de 82 anos que obteve todo o carinho do mundo dos seus filhos no momento extremamente delicado. A “guerreira” teve “oscilações de frustrações, depressão, incapacidades e dependências”. Palavras ditas por alguém que presenciou os visíveis contrastes apresentados. Vinte e duas horas por dia eram gastas com cuidados. O restante do tempo foi alternado com uma filha. Período “suficiente”, único, para o deslocamento e banho. Na sequência de fotos enviadas, a longa cicatriz cedeu lugar a um andador que, em passos homeopáticos, associado ao sorriso de felicidade, caminhava e exaltava a vitória obtida por todos.

Em condições normais, chega num determinado ponto em que os papeis são invertidos. O zelo dos pais, força, são contrariados com a enorme fragilidade apresentada. Os limites físicos, desencadeadores da tão “temida” dependência, por mais racionais que possam parecer, indubitavelmente, são muito difíceis de serem elaborados na totalidade. Portanto, sintomas como os supracitados, são uma decorrência natural do quadro. Pais não pesam. Costumo dizer que aqueles que têm a oportunidade de vivenciarem situações dessa ordem, são privilegiados. Sinal claro e notório de que a vida obedeceu ao curso esperado. As mãos e a alma que tanto receberam apoios ou ensinamentos, simplesmente trocam de lado, porém, a ess ência é a mesma.

Não raro, ouço relatos de bons filhos que simplesmente fizeram o possível e imaginável, mesmo assim, se sentem culpados por certos “detalhes” que não cumpriram a termo. A sensação de desconforto ou incompletude, neste sentido, em determinados casos, é significativamente corrosiva. O óbvio, apesar de não querermos aceitar a ideia, é de que nunca poderemos obter uma totalidade apesar do empenho máximo. O amor, no fundo e paradoxalmente, torna-se crítico e cobra em demasia. Lidarmos com a nossa impotência, como filhos, diante de arranjos graves ou até terminais, é um árduo exercício interno. Não obstante, penso que a análise de aspectos positivos e negativos, no que se refere à existência, nem sempre é indicada.

Paciência, saber ouvir as pequenas grandes dores, usar o humor na hora propícia e no meio de tantas adversidades percebidas, assinalar aspectos interessantes embora pareça impossível, entre outros, é uma verdadeira arte. Felizes são os pais que possuem a referida zona de segurança durante o porvir e que, aninhados, abrigam-se no colo dos filhos. Felizes são os filhos que desfrutam da capacidade e sintonia que ajuda ou ameniza sofrimentos. É inquestionável, prazeroso ou gratificante quando somos instrumentos de auxílio nesta ciranda intitulada vida e retribuímos à altura toda a forte afeição que recebemos. Faz bem.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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BELEZA INCÔMODA

quarta-feira, 05 de Novembro de 2014 | 15:09

Numa união, por mais “perfeita” que pareça, podemos observar alguns aspectos conflitantes. A capacidade de contornarmos os problemas, que surgem ao longo do tempo, é um dos fatores que determinam a continuidade dos relacionamentos.

Não obstante, no mundo contemporâneo, talvez de maneira exacerbada, comparativamente falando, o culto ao belo é algo impressionante. Sem dúvida, atesta poder e possui a capacidade de fazer a economia girar barbaramente. Uma indústria que alavanca inúmeros segmentos com dados espantosos. Dita regras.

Nos lares e no cotidiano, esta dinâmica, dependendo, apresenta um relativo peso. Desgasta vínculos. Se hoje, possuímos os ideais estéticos incrementados ao máximo possível, na proporção devida, somos levados consciente e inconscientemente a excitações que muitas vezes fogem do “controle esperado”. Digo de modo inconsciente devido a termos incutidos através da mídia, constantemente, belezas “formatadas e inquestionáveis”. Destarte, olhar, apreciar, sentir desejo, são respostas absolutamente naturais. Pertencem ao que intitulamos de instinto. Portanto, o belo realmente seduz, é indiscutível. Porém, esta condição previamente conhecida e amplificada, não é aceita na totalidade. Neste ponto, temos de questionar “como” o universo feminino e o masculino reagem frente aos estímulos. Uma paciente indignada pelo fato do marido “olhar as mulheres na rua” colocou que os homens não são nada discretos quando atraídos fisicamente por alguém. Ao contrário, as mulheres “disfarçam melhor” em episódios idênticos. Independentemente de quem está com a razão e as várias teorias interpretativas, o óbvio é que não devemos lutar e sofrer diante do inevitável. Ambos os sexos, querendo, concordando ou não, se sentem seduzidos em certas circunstâncias. Costumo dizer que propagandas buscam vender seus produtos sedimentadas no conhecimento supracitado. A simples presença delas nos lares, não raro, criam um clima de extremo desconforto nos casais. O lindo, embora numa tela, tende a desencadear arestas.

Ocorre uma enorme diferença entre o imaginário e o real. Fantasiar, não necessariamente, implica uma concretização. Cabe também ressaltar a forma como situações do tipo são conduzidas. Pessoas inseguras tendem, naturalmente, a serem significativamente ciumentas. Ao menor sinal apresentado por parte do outro reagem desproporcionalmente. Criam o que não existe. Vivem desconfiadas eternamente e, sendo assim, são impossibilitadas de investirem em facetas mais interessantes e alimentadoras da relação. Esta tem a chance de continuar, mas de um jeito bastante corrosivo e contra indicado.

Em suma, um olhar criterioso a respeito de si mesmo, de quem está próximo e do todo, é imperativo. Na grande maioria dos relatos ouvidos a beleza é secundária. Pode, num primeiro momento, atrair, mas não funciona somente como “alicerce eterno de laços”...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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