Logo Alfaro
Fale com o Alfaro
Promovendo cidadania com informação
banner Alfarobanner Alfarobanner Alfaro

Colunas

Colunista
Voltar

Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


Leia outras colunas



ELETRÔNICA E ESTRESSE

terça-feira, 07 de Outubro de 2014 | 11:55

Antigamente, poucos botões numa televisão eram suficientes para gerarem contentamento. Tecnologia da época e ponto. Hoje, cada vez mais, aparelhos sofisticadíssimos e controles com infinitas funções estão presentes nos lares. Tudo ou quase perfeito. Por outro lado, estamos querendo sempre uma inovação que surpreenda. A quantidade que possuímos é tamanha que um engenheiro da NASA colocou que não entendia todos eles e se sentia estressado com inúmeros recursos.

Apesar das infinitas “mordomias”, não há o que negar. A eletrônica, ciência que cresceu barbaramente nos últimos anos, não para. Diariamente, novos avanços são obtidos nas variadas áreas. A vida foi facilitada por isso? Em parte sim. Porém, não devemos deixar de pensar na outra faceta que, às vezes, chega a ser cômica. Voltando à lista de facilidades, possuímos o universal computador. Como exemplo, costumo dizer que, para quem aprendeu datilografia numa “imensa" máquina, o Word é uma ferramenta espetacular. O problema maior é quando ocorre uma situação inesperada no instrumento, um detalhe é trocado, ou seja, a perda do controle sobre a situação. Não raro, uma “vírgula não dominada”, impossibilita a continuidade e ficamos travados interna e externamente. Portanto, sentimentos nega tivos surgem numa fração de segundos. Deixamos de reconhecer, pelo menos momentaneamente, que a nossa geração não incorporou tantos recursos visando solucionar problemas desde a tenra infância. Lá vamos nós para o técnico, assistência on-line, qualquer coisa que gere a retomada do supracitado controle e a paz decorrente. Rapidamente, para “não incomodar” o profissional, fazemos um pequeno teste. Porém, no momento que vamos realmente trabalhar, usar a “facilidade solucionada”, uma nova vírgula aparece. Chegamos ao cúmulo de pensar que falta QI. A tal da “vergonha ou o atestado da lacuna” é quando alguém diz: “é só apertar esta tecla”. Meio que “escondidos” lá vamos nós enfrentar um novo ciclo contínuo de paz e estresse. Na existência, aprendemos que o ônus tem um bônus. O cérebro está em contínua exigência e aperfeiçoamento.

 

Sempre lembro de um senhor dono de uma imobiliária que durante todo o mês fazia o levantamento manual, ficha por ficha, desejando que, na época dos pagamentos, tudo estivesse certinho. Não obstante, o filho resolveu implantar um “sistema fácil e rápido”. Na hora que o movimento aumentou, pane geral. O idoso “foi as alturas” diante da falha da modernidade.

A única certeza é de que, em princípio, não temos como abdicar das benesses eletrônicas. O mundo, neste sentido, mudou muito. Dita as suas regras. Lidar com os nossos limites e o equilíbrio emocional é algo imperativo. Não devemos deixar, absolutamente, que as limitações sejam colaboradoras para o estresse. Reconhecer que a complexidade é enorme e, consequentemente, a natural impotência apresentada, é um dos passos. Haja paciência.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


ANTAGONISMOS E PRAZER

quarta-feira, 03 de Setembro de 2014 | 11:07

Certo dia desses, numa viagem, fomos a um bar com amigos para assistir a um conjunto de samba bastante conhecido. Após o tempo de espera, a tão desejada mesa acabou aparecendo. Tivemos a felicidade de sentarmos ao lado dos músicos. Portanto, inúmeros detalhes que, frequentemente, passam despercebidos nestas ocasiões, foram avaliados na totalidade.

Não precisaria nem citar a qualidade do repertório das músicas contagiantes apresentadas atestando possuírem uma “longa estrada” na proposta de trabalho. Sendo assim, era difícil ficar parado sem cantar, “batucar”, frente a tanta energia irradiada. Como disse acima, ficamos perto dos componentes e de dois antagonismos que nos sensibilizaram significativamente. O primeiro, um senhor de oitenta e seis anos de idade, sentado, “quase imóvel”, usando um elegante chapéu, exibia a sua voz encantadora. Velhas canções saiam da alma com uma naturalidade impressionante. Cansaço? Sem dúvida, para caminhar no intervalo, não para cantar. O segundo instrumentista, com aproximadamente trinta e cinco anos, tocava seu pandeiro com maestria. As pontas dos d edos mal podiam ser observadas, tamanha a rapidez ou precisão dos movimentos. Ao contrário do idoso, todos os toques eram acompanhados de mudanças corporais. A sintonia entre o corpo e a música era impressionante. Nunca parou. Brincamos que talvez fosse hiperativo. Talvez. Não importa. A agitação motora e os sorrisos constantes expressavam um estado impossível de ser dissociado. O todo apresentado, no fundo, propiciava um campo convidativo para nos deleitarmos.

Destarte, arrisco dizer que, pelo fato de estarmos próximos e encantados, as nossas palmas, assobios, provavelmente tenham sido “mais ouvidos” perante o considerável número de pessoas. Pretensão? Corpos, vozes, que se encaixaram concomitantemente e com extrema naturalidade. Dois grupos que se comunicaram no mesmo ritmo. Depois da apresentação, envaidecidos, arrumaram um “jeitinho” e foram nos cumprimentar e falar sobre os demais shows que fariam. Em outras palavras, houve uma atração de ambas as partes no sentido de haver valorizações e agradecimentos mútuos. Côncavo e convexo.

Inundados de prazer, deixamos o local. Além das letras, dos sons, ficaram as imagens e sensações da “aula de vida” que recebemos. Duas faixas etárias que se salientaram barbaramente. Quem diz que alguém com idade avançada não pode ter momentos felizes, lutar por eles? Quem não acredita na compatibilidade das diferenças?

Em suma, no meio de tantos ensinamentos intrínsecos, uma única certeza: não estavam somente trabalhando. Tinham um “toque extra”, visível, claro, notório... Iam além da mera questão financeira necessária a todos nós. Espetáculo que extrapolou positivamente o esperado. Gente, tudo indica, simples, porém, com algo tão desejado por muitos: a “receita perfeita da felicidade”.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


  46-47-48-49-50-51-52  

^ topo

QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

ENTREVISTAS

O QUE EU LEIO

ÚLTIMAS 10 POSTAGENS


Ouça a Rádio Cultura Riograndina

ARQUIVOS

WD House

Blog do @lfaro - Todos os direitos reservados