Logo Alfaro
Fale com o Alfaro
Promovendo cidadania com informação
banner Alfarobanner Alfarobanner Alfaro

Colunas

Colunista
Voltar

Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


Leia outras colunas



AMOR CONTAGIANTE

terça-feira, 26 de Agosto de 2014 | 09:41

Conversar é extremamente prazeroso. No meio dos diálogos, geralmente, extraímos algo que seja interessante e que possa nos levar a reflexões. Certo dia desses, ouvi, por um bom tempo, uma pessoa próxima e possuidora de coração enorme. Repleta de histórias para contar, tem o pensamento, predominantemente, voltado para aqueles que estão ao redor. Uma das suas características é a paciência fantástica demonstrada com os que possuem idade avançada. Não raro, faz “apresentações” para estes e crianças. Contos e mensagens motivadoras são passados realmente com a alma. É visível.

Destarte, tive a felicidade de participar de um grupo de amigos e ouvir seu relato comovente. Quando pequena, no início de todos os anos, ia à casa de uma pobre família que possuía três filhos. Desfavorecidos, porém, com valores altamente positivos no que tange a todos os aspectos da vida. A cada um deles, fornecia vários cadernos escolares que, sem sombra de dúvida, aguardavam ansiosamente. O detalhe óbvio consistia na impossibilidade da compra de qualquer material. Portanto, foi um instrumento importantíssimo no sentido de dar continuidade ou assegurar os estudos de indivíduos bastante carentes. Por outro lado, a sua própria condição social não a possibilitava de maiores doações. Fazia para eles o máximo que podia. O tempo pas sou e estas crianças, evidentemente, cresceram. Devido à boa formação que tiveram, hoje, propiciam uma existência digna para os filhos. Voltando aos cadernos entregues, havia em cada folha deles uma figurinha colada pacientemente. Estímulo adicional. Acredito que era um hábito antigo relacionado aos privilegiados. Sendo assim, transmitia e garantia uma “pequena grande dose de alegria” durante o ano letivo. Hoje, ocorrem encontros ocasionais entre a senhora benevolente e uma destas crianças de outrora. Costumeiramente, vários agradecimentos são feitos demonstrando toda a gratidão pelo apoio imensurável numa fase de extrema necessidade. Nas recordações que implicam os “quintais de sal”, um fragmento tocou profundamente. Esta mãe diz que age atualmente de forma idêntica, ou seja, as supracitadas figurinhas são coladas nos cadernos dos descendentes. Detalhe do detalhe que passou a ter peso. Efeito multiplicado. Quando a benfeitora terminou a sua narração para o referido grupo, eu me vi ro e vejo os olhos lacrimejantes do seu marido. Momento marcante, delicado. Lágrimas que falaram...

Dizer que fazer o bem faz bem, é clichê. Não importa. Quanto mais acionarmos a mesma tecla, melhor. O cérebro humano com as suas memórias é o encarregado de evocar, sentir, todos os atos de amor que recebemos até mesmo antes do nosso nascimento. Não obstante, a premissa básica é a de que quando estamos impregnados de lembranças que implicam bondade, afeto, carinho, compaixão, dificilmente, deixamos de repassar o que recebemos. Contagia.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


FASE SUSCETÍVEL

terça-feira, 19 de Agosto de 2014 | 11:45

Encontrar alguém para que possamos desenvolver um relacionamento, existindo diversas possibilidades, parece fácil. Parece. A conhecida dose de química ou atração é um dos primeiros passos. Após, inúmeros aspectos precisam de uma sintonia mínima visando, diária e gradativamente, alimentarmos o que intitulamos de amor. Não obstante, quando estamos apaixonados, projetamos “alucinadamente” partes pessoais e boas no amado. A verdade é que muitas dessas projeções vão sendo confrontadas com a realidade e, num determinado momento, começamos a nos dar conta das incongruências frequentes, intensas e inegáveis no vínculo. Tudo aquilo que sonhamos ou imaginamos é corroído lentamente. Não raro, o motivo que justifica uma separação pode ser algo intenso ou incisivo. O choque, portanto, é abrupto e maior. O modo como nos encontramos afetivamente é um grande eixo. Caso as coisas não estejam bem, várias áreas ficam afetadas. Destarte, a tristeza passa a ser uma consequência natural. Em palavras diferenciadas, passamos a enfrentar um luto. Desta maneira, evidentemente, ocorre à nítida sensação de que a magia e o brilho pertencentes ao mundo deixam de existir. Os motivos desencadeadores do rompimento, culpas, entre outros, são atormentadores e constantes. Como resposta, há a tendência natural de nos fecharmos numa concha protetora. Sendo assim, nossas defesas internas ou externas são, naturalmente, enfraquecidas.

No meio do caos ou do turbilhão a forma precária como começamos a nos comportar é visível para aqueles que nos rodeiam. Num belo dia, um telefonema e batida na porta, representam um convite ou desejo tendo como finalidade a saída do desconfortável arranjo. Embora a relutância, as insistências são vencedoras e nos deparamos novamente com o que, até bem pouco tempo atrás, era indesejável. Afinal, a vida tem que prosseguir.

Este estado supramencionado, não significa que a totalidade esteja elaborada. Simplesmente, são facetas que saíram vencedoras de uma árdua batalha. As guerras, no fundo, debilitam. Fase ou período que ficamos suscetíveis e confusos. O referido luto ainda, no pensamento, emite sinais de desprazer. E, numa situação qualquer, uma nova pessoa aparece e projeções são feitas magicamente. “Antídoto ou redenção para todas as mazelas acumuladas”. A análise criteriosa que deveria ser feita, até mesmo devido à experiência anterior, é menosprezada. A felicidade volta a reinar. Apesar dos pesares, o cérebro, cede lugar para o traiçoeiro e impulsivo coração. Dentro de pouco tempo, a compulsão a repetição, no que se refere à escolha, produz dor es bastante semelhantes. O que parecia “perfeito”, no fundo, deixa a desejar. Ciclo reeditado.

Suportar uma “solidão temporária”, selecionar, filtrar, reconhecer necessidades mínimas a serem preenchidas, verdadeiramente, são passos imperativos para o amor. Caso contrário, temos como sinônimo, sofrimento.


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


  47-48-49-50-51-52-53  

^ topo

QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

ENTREVISTAS

O QUE EU LEIO

ÚLTIMAS 10 POSTAGENS


Ouça a Rádio Cultura Riograndina

ARQUIVOS

WD House

Blog do @lfaro - Todos os direitos reservados