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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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SONHOS PROPULSORES

terça-feira, 27 de Maio de 2014 | 09:46

O cérebro é bastante complexo e fantástico. É um incansável que está sempre trabalhando, produzindo pensamentos, emoções, sonhos, etc. Mesmo quando dormimos, a sua atividade é importantíssima. Conteúdos são processados visando encontrarmos soluções ou saídas relacionadas à imensa gama de conflitos pertinentes aos seres humanos. Sendo assim, elaboramos uma infinidade de situações que nos ocorrem no dia a dia das nossas vidas.

Essa mesma “máquina” supramencionada, no meio de tanto potencial, é capaz de produzir os sonhos. Falo dos sonhos que alimentam a alma, impulsionam ou dão sentido à existência. Estes, se pararmos um pouco para pensar, estão presentes desde a tenra infância. Várias vezes somos levados por eles de um modo mágico. Sonhamos com o “impossível” como se este fosse realidade ou estivesse diante de nós. Desta maneira, acobertamos algumas fragilidades, dificuldades e, numa fração de segundos, nos tornamos invencíveis ou poderosos. Não obstante, os superpoderes são incorporados temporariamente e lidamos de uma forma adequada com as vicissitudes que, inegavelmente, devemos enfrentar.

Fazendo um trocadilho, sonhar é preciso. Até porque se não sonhássemos a vida seria demasiadamente chata, descabida de metas ou objetivos a serem alcançados. Há pouco tempo, uma pessoa solicitou que eu lesse um livro infantil que contava a história de uma vaca que voava. Livro de leitura rapidíssima. Fino e profundo. Após treinar incansavelmente, a referida vaca, para o espanto de todos, conseguiu o desejado. Antes disso, sofreu inúmeras críticas. Foi alvo de um inconsciente coletivo que dizia que “vacas não voam, somente os pássaros”. Perseguida pelo governo com regras locais, foi exposta a ataques. Ofuscava o brilho de alguns, portanto, gerava ciúmes. E, depois de tanto insistirem que desistisse do “sonho louco”, os demais bichos passar am a copiá-la e a quererem voar também. Todos tiveram êxito e, no fim, se sentiam capazes e livres nos seus voos. O poder notoriamente não teve força para suportar o “desejo do povo” e foi vencido. Liberdade.

Sonhar talvez implique este transgredir. É, sem dúvida, alimentar os nossos próprios sonhos e concretizá-los, não os dos próximos. Em outras palavras, é frustrar tudo aquilo que esperam de nós em prol da felicidade ou encontro interior. É uma busca constante do “quase inatingível”. Destarte, mobiliza, mexe, altera conceitos ou dinâmicas estruturadas ao longo da caminhada. Sonhar é uma mola propulsora que faz com que possamos atingir “verdades” internas e externas. Toca no âmago ou na essência da longa trajetória que temos de percorrer.

Feliz daquele que alimenta os sonhos e não se sente pequeno diante das dificuldades, barreiras ou que deseja algo verdadeiramente. Como é gratificante quando percebemos que as limitações, no fundo, em grande parte, são simplesmente fantasias atormentadoras e impeditivas de um crescimento pessoal...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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PÓ COM TECLAS

sábado, 17 de Maio de 2014 | 18:00

Certo dia, participava de um aniversário e, na mesa, predominantemente, constavam indivíduos adultos. Num determinado instante, sentou ao meu lado um adolescente. Pessoa simpática e “boa gente”. Quase que imediatamente me voltei para ele e começamos a dialogar. Conversa vai, conversa vem, e, quando num milésimo de segundo, dei atenção para alguém próximo, fiquei surpreso com um novo elemento. Um belo celular fezcom que eu sentisse a interação “diferente”, ou seja, já não possuía a qualidade inicial. Algumas frases colocadas “por obrigação” e dedos a funcionar de maneira alucinada. Lá pelas tantas, não aguentei e perguntei com quantos estava falando naquele momento. O diálogo entre dois, simplesmente, continha mais dez.

O fato supracitado desencadeou lembranças da minha infância ou adolescência. Os pais pegavam cadeiras de madeira e lona, geralmente listrada, chimarrão e iam para frente das casas conversarem e as crianças ficavam brincando. Olho no olho. O tempo passou e,para marcarmos um encontro, o telefone era raramente utilizado. Vejam bem, marcar um encontro. Roda, risadas, sentimentos e papos “ao vivo e a cores”.

Confesso o meu espantoao perceber que, numa mesma residência, familiares conversam por meio dos notes, celulares, etc. Uma distância mínima que se transforma em infinitas milhas. O dito “normal” é incorporado gradativamente. Indivíduosunidos, porém, separados.

Neste sentido, me causou perplexidade uma espécie de prisão na China para pessoas viciadas na parafernália eletrônica. Em fila, jovens caminhando rumo a uma cela. Grades grossas, guardas, visual horrível ou sombrio no todo. Somado à aparência deplorável, uma rotina de exercícios do tipo militar. Ademais, serviço caro. Alguns, após um período, extremamente abalados, choravam copiosamente no que se deparavam com a impossibilidade real de usarem qualquer instrumento gerador do vício.Deste modo,um conjunto de sintomas com o impedimento era apresentado. Portanto, a conhecida “síndrome de abstinência” passava a ter peso.Não obstante,a família era impossibilitada de visitas. Inferno. “Pó com teclas”. Sinais da modernidade.

Hoje, não raro, temos jovens que perdem o sentido para as facetas práticas da vida. A desmotivação, além dos aspectos pertinentes à fase, certamente está ligada ao uso contínuo e intenso da sedutora eletrônica. Um mundo à parte é criado defensivamente. Os enfrentamentos, frustrações, entre outros, são deixados de lado em prol de “satisfações controláveis”.

No meio da rapidez do processamento ou intensificação, encontram-se os pais. Atordoados, atônitos, ficam em constantesconflitos entre o permitir, proibir ou limitar. Verbos complicadíssimos. Precisamos refletir e agir diante da constatação de que nossos filhos acordam e dormemsubmetidos a teclas. Estão sendo os chineses exagerados ao compararem o uso demasiado da internet com drogas pesadas como a heroína?


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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