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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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OSTENTAÇÕES

terça-feira, 15 de Abril de 2014 | 09:26

Certo dia, fiquei boquiaberto ao saber que um jovem gastou, em “roupas de grife”, em torno de novecentos reais, sendo que o seu salário é de um mil e duzentos. Quem me relatou o fato disse que é alguém de origem pobre, tendo várias limitações ou dificuldades. Questionei como seria o resto do mês e foi citada uma “vendinha” que fornece alimentação fiada. É dificílimo estabelecermos o que é ou não normal neste sentido. Não temos sequer o direito de julgarmos circunstâncias do tipo. Cada um, além das suas necessidades básicas, possui outras, portanto...

Retrocedi no tempo e vi similaridades. As ostentações contemporâneas não são muito diferentes das de outrora. Hoje, certamente, em função da mídia e redes sociais, ocorrem situações escancaradas ou exacerbadas. Ostentar tornou-se imprescindível. A diversidade de modos é quase infinita. Ser notado ou visível, aceito aos olhos da sociedade, parece uma obrigatoriedade corrosiva que vai de encontro a valores. De aspectos sutis aos notórios, é um atestado de capacidade ou poder. O quanto sou capaz, importante, muitas vezes, está diretamente associado a carências ou inseguranças. Interessante assinalarmos que somente pontos fortes ou até mesmo “mágicos” são salientados. As fraquezas, pertinentes a todos nós, ten dem a um acobertamento ferrenho. Raramente demonstramos ou publicamos o que deixa a desejar ou gera incompletude. Festas caríssimas e maravilhosas ocorridas em camarotes, carrões, cordões de ouro, corpos perfeitos, o número alcançado de fãs seguidores, fotos fantásticas, etc., são algumas evidências “corriqueiras, aceitáveis e indicadas”. Quando somos “reis” afastamos, evidentemente, a ideia atormentadora de sermos plebeus.

Vivemos numa busca constante que visa aos primeiros lugares em tudo. Todas as nossas ações têm como meta vitórias a qualquer preço. Desta maneira, o máximo pretendido é o mínimo desejável. Destarte, numa ciranda viva que busca superar inferioridades latentes ou acobertadas, vazio, produzimos doenças que são frutos de insatisfações internas. O “numero um” é traiçoeiro. Quanto mais nos aproximamos dele, paradoxalmente, em certo momento, nos distanciamos. No fundo, geralmente é efêmero, passageiro ou possui um período determinado. Como consequência, esforços extras e dependência criada.

Ficamos horrorizados com percepções que atestam uma impossibilidade de lidarmos com formas simples de se viver ou de obtermos prazer. Não obstante, definirmos o mundo como carente ou insatisfeito, parece pouco. Por outro lado, não sabemos definir exatamente se haverá uma progressão interna dos anseios ou aflições supramencionados. Precisamos estar atentos a possíveis evoluções para que não tenhamos, eternamente, “gerações ostentadoras”, fúteis, destituídas de interesses, preocupações e sentimentos proveitosos, desencadeando efeitos altamente perniciosos para si mesmas...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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PESSOAS CONTROLADORAS

terça-feira, 08 de Abril de 2014 | 09:25

Conviver com pessoas é uma verdadeira arte. Cada indivíduo apresenta suas peculiaridades formatadas ao longo da existência. Entendimento, flexibilidade, tolerância, neste sentido, são palavras chaves para viabilizarmos relações. Porém, não raro, algumas apresentam dificuldade de convivência. Tudo ou quase que desejam deve ser cumprido por aqueles que estão ao redor. As vontades dos outros se tornam secundárias e, portanto, na essência, sem valor.

Dialogar com alguém que possui o perfil supracitado não é algo tranquilo. Colocações têm como finalidade preparar e acionar armadilhas inteligentes, visando à correspondência dos seus interesses pessoais ou modo de pensar. O raciocínio é extremamente lógico, sedutor ou envolvente. Todas as possibilidades são previamente estudadas com intuito de não deixar nenhuma lacuna para que o interlocutor “triunfe” no que se refere a pontos de vistas naturalmente antagônicos. Podemos até mesmo salientar que o tempo, pertinente aos diálogos, não é respeitado “estrategicamente”. Há uma tendência à monopolização ou de se considerar o “centro do universo”.

Nas lutas conscientes ou inconscientes travadas temos, por um lado, necessidades de segurança e proteção. Caso contrário, as ansiedades passam a predominar, criando assim, um extremo desconforto. Sentimentos de traição, perseguição, frustração, prejuízos, etc., são acionados quando não há uma resposta nestes moldes. Em relação à outra parte, a liberdade, tão significativa na vida, é afetada drasticamente. Como consequências, distanciamentos sutis, evitações maiores e constantes, irritabilidade, raiva... Essas são expressões afetivas de desprazer no que tange ao vínculo estabelecido. Destarte, na família, trabalho, há uma tendência de lutas veladas ou explícitas em função da falta de sintonia ou incongruências apresentadas.

Muitos casais têm o enlace enfraquecido ou rompido quando um dos membros apresenta a referida dinâmica. Detalhes mínimos na rotina de uma casa servem para fontes de atritos. Lembro-me de um paciente que se queixava da esposa pelo simples fato de deslocar, ocasionalmente, o tapete do banheiro. Assinalamentos, discussões, confrontações, eram desencadeados por alguns centímetros não observados. Em vários outros aspectos, manifestava a mesma inclinação dominadora ou controladora. Sem dúvida, rigidez, perfeccionismos, estão interligados. Caso ele não tivesse este perfil paciencioso o elo seria rompido rapidamente.

Sensações de inadequação, traumas das mais variadas ordens, desde a tenra infância, podem estar associados às rígidas defesas elaboradas. Os desejos de controle, manipulações, no fundo, buscam evitar sofrimentos. O grande paradoxo é de que o envolvido, geralmente, não se dá conta, na totalidade, que as suas atitudes afetam substancialmente as interações. Em suma, desencadeia prejuízos para si e os demais...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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