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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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SELVAGERIA NOS ESTÁDIOS

terça-feira, 17 de Dezembro de 2013 | 18:51

Há um bom tempo, quando era adolescente, fui a assistir a uma partida de futebol entre Grêmio e Brasil de Pelotas. Tinha tudo para ser um grande jogo. Estádio cheio, sol, e a importância do evento. Tinha. Estava sentado na arquibancada superior e, de repente, a minha direita, os torcedores começaram a correr “do nada”. Lembro-me de ter tido condições de perguntar o motivo e uma pessoa disse que alguém disparava tiros. Numa fração de segundos, presenciei uma cena que jamais esquecerei. O forte barulho parecia o estouro de uma boiada. Num determinado momento, fui atingido por uma bandeira na cabeça e corri para baixo. O alambrado, que separava o campo da torcida, com suas colunas de concreto, simplesmente foi levado pela multidão. O cálculo estrutural do ferro não suportou. No dia seguinte, me contaram que indivíduos desesperados se jogaram do ponto mais alto para um campo ao lado. A altura em relação ao chão era extremamente considerável. Ossos quebrados? Certamente.A rádio local também apelou para que localizassem a perna mecânica perdida, durante o tumulto, de um deficiente físico.Felizmente, foi encontrada e devolvida.

Nunca fui alucinado por futebol. No rol de prazeres que busco, este é uma opção. Recentemente, fiquei perplexo com o ocorrido entre Atlético e Vasco. Nova cena selvagem ou brutal, que chocou a todos. Corpos caídos e desfalecidos, polícia, seguranças, balas de borracha, sangue e tristeza. Muita tristeza... Ver um pai protegendo o filho, sentindo a possibilidade da morte foi terrível.

Retrocedendo um pouco, num outro jogo do campeonato brasileiro, achei um cartaz bastante curioso, escrito para o time que não se encontrava bem na tabela: “A nossa felicidade está nos pés de vocês”. Entendi, porém, questionei. Cada um tem a sua maneira de buscar a referida felicidade do seu jeito. Todavia, se é o “único” modo, é complicadíssimo. Costumo dizer que idealizações nos perseguem, atacam, causam prejuízos. Depositar todas as “fichas” da vida numa única faceta, no mínimo, é discutível. Fanatismo a caminho. Somado a isso, o óbvio, os aspectos maus inerentes à espécie. O tempo passou e nos dois episódios a essência permanece: o lado cruel e implacável de alguns que nem merecem ser chamados de pessoas. Certos agressores, por meio das cenas e identificações eram reincidentes. Ou seja, vão para os jogos com finalidades adversas.

Cada um que passa por uma situação dessasfica com marcas, pelo menos, na alma. Um trauma é algo fortíssimo. Conto nos dedos, depois do que sofri, as minhas idas a campos de futebol. Fico imaginando como estarão aqueles que enfrentaram o ocorrido com a sua respectiva intensidade. Qual será, atualmente e, em particular, o estado emocional do garotinho?

Fatos bárbaros desse tipo precisam ser repensados de todas as formas. Segurança mais adequada? Ainda é pouco. Precisamos, sem sombra de dúvida, não sei exatamente como, nos tornarmos conscientes e humanos...


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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LÍDERES PERNICIOSOS

terça-feira, 10 de Dezembro de 2013 | 11:02

Ao longo da evolução da humanidade, elegemos líderes. Uns bons, outros maus. Porém, podemos pensar que não conseguimos nos desprender desses. É um processo natural.As facetas deficitárias ou fracas que possuímos encontram, naturalmente, um depositário forte em quem podemos projetá-las e, portanto,“modificá-las”. Lembro-me deum paciente que numa etapa da sua vida e, diante da precariedade sentida em vários aspectos, passava vendo filmes. Relatavasensações de prazer se identificando com personagens que demonstravam poder, eram sedutores, lideravam, etc. Desta maneira, magicamente, tinha sentimentos de superioridade momentâneos. Passado o “efeito da dose”, o contraste diante da realidade, fazia com que a necessidade fosse suprida novamente. Sua existência, infelizmente, estava fadada a um quarto e o pseudo fortalecimento obtido.

Em períodos ou fases que nos sentimos mais fragilizados, como exemplo a adolescência, idealizamos figuras de liderança. Representam o todo que gostaríamos de ser e que, absolutamente, não somos. O que por um lado nos reforça, impulsiona, pode se tornar algo extremamente maléfico. Com certa frequência, ouço relatos de comportamentos aversivos que são apresentados em função da aprovação dos “líderes”. O raciocínio é simples: se me identifico, correspondo, sou aprovado, aceito... Temos aqui uma lógica que implica em extremos. Fatos que pertencem a uma “normalidade” contrastam com inaceitáveis ou repudiáveis pela sociedade. Estabelecer o limite de tolerância até transgredirmos drasticamente émuito complexo. Em fração de segundos, dependendo da situação, ou de como são conduzidas, passamos para um inferno nada indicado. Em boa parte de casos hediondos, comportamentos grupais são incongruentes com personalidades analisadas individualmente. Apesar de existir uma relativa predisposição de alguns indivíduos, isoladamente, não apresentam a mesma frieza demonstrada. Destarte, a liderança negativa é determinante no sentido de potencializar e canalizar as tendências, de modo a obter o que considera desejado. O próximo sempre está a serviço do seu jeito de pensar ou analisar o mundo. No fundo, não se importa com ninguém, a nãoser consigo próprio.

A forma e a intensidade com que essas relações de “submissões” são conduzidas frequentemente deixam sequelas até mesmo permanentes. As circunstâncias têm um limite. Num certo momento, precisamos aflorar verdadeiramente o potencial interno acobertado, deixando assim, as amarras psíquicas e doentias.

Em suma, minimizar o “ouro” dos líderes negativos e priorizar o EU é imperativo. Devemos também ter um olhar diferenciado visando observarmos e valorizarmos tudo aquilo que compõe positivamente a nossa personalidade.É essencial reconhecer, aceitar as limitações e imperfeições pertinentes à essência humana. Líderes construtivospossuem uma essência diferenciada que é facílima de ser verificada ou sentida: o bem comum.


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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