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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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MANIA DE DOENÇA

terça-feira, 12 de Novembro de 2013 | 16:37

É complicadíssimo alguns estrangeiros entenderem o modo como nos cumprimentamos. A tradicional pergunta “tudo bem?”, no fundo, não quer saber exatamente o estado em que a pessoa se encontra. É simplesmente uma apresentação, meio de desenvolvermos um diálogo, etc. Porém, para determinados indivíduos, o questionamento é um poderoso gatilho acionado imediatamente ou quase. Uma autêntica “ficha corrida” de todas as mazelas corpóreas e emocionais é colocada nos mínimos detalhes. Nada está bem. Por sua vez, o interlocutor escutar a enxurrada de insatisfações não é um exercício fácil. O grande paradoxo é que, enquanto há o padecimento, o outro se gratifica. Na verdade, a conversação é praticamente um monólogo. Prazer em possuir alguém para ouvir, ser querido, ter a sensação de “colo” é desencadeador de inúmeras queixas...

Priorizar os “padecimentos” nas conversas, exacerbá-los, falar intensa e incansavelmente da situação corporal é um sinal óbvio de que internamente as coisas não vão nada bem. Doenças graves passam pelo imaginário sem haver nenhum diagnóstico concreto que justifique a fantasia. Sendo assim, as preocupações com a velhice e a morte tornam-se constantes. Detalhes no que tange à montanha de remédios acumulados são buscados profundamente. Não obstante, há uma descrença sobre a capacidade destes de “curar a doença”.  Não raro, o queixoso vive cada dia como se fosse o último. Desta forma, pressões psicológicas generalizadas decorrentes são frequentes. Por melhor que sejam os médicos, tudo aquilo que é fornecido é insuficiente. A voracidade afetiva e emocional torna-se incongruente com os dados de realidade. Os relacionamentos sociais seguem a mesma dinâmica, já que um acolhimento especial ou diferenciado ao extremo é almejado. O ambiente é monopolizado, visando ao tratamento digno de um rei. Apesar da consciência do exagero, em muitos casos, por mais que seja “convencida” de que não possui nenhuma evidência que justifique o comportamento, não consegue modificar o descontentamento manifesto. Qualquer anormalidade que se apresente é amplificada e, em decorrência, é feita uma verdadeira peregrinação,almejando avaliar todas as condições imagináveis e os fatores desencadeantes. Além dos pontos supracitados, no trabalho,frequentemente, apresenta problemas, já que a “romaria” aos profissionais está diretamente relacionada às faltas “justificadas”.

Na história do portador das dificuldades, geralmente, encontramos elementos com debilidades físicas significativas e que, portanto, deixaram marcas. Lembranças traumáticas podem levar a uma identificação por meio do modelo introjetado. A impossibilidade de desfrutar das várias áreas da existência, geradoras de prazer, faz com que o pensamento funcione de uma maneira unilateral. Constantemente, as percepções ou conclusões em relação ao mundo são as mais pessimistas possíveis. O semelhante não tem vez. Somente o seu sofrimento é válido. Destarte, a ideia da doença dá um sentido único para que a vida possa “ser levada”. Em suma, mal da alma...


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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PSICOLOGIA E RELIGIÃO

quarta-feira, 30 de Outubro de 2013 | 13:52

Certa vez, há muitos anos, quando iniciei a carreira, atendi um cliente que era de outro local do Estado. Quando vinha a trabalho, marcávamos um encontro. No transcorrer de uma sessão, disse que citou o meu nome para o terapeuta da mãe na sua cidade de origem. Este, coincidentemente, colocou que foi meu professor na graduação e se lembrava perfeitamente de mim. Além de ter ficado contente pela recordação, fiquei perplexo com a imagem que possuía, até então, do mestre e a sua nova abordagem terapêutica. Estava plenamente envolvido com a religiosidade. O embasamento teórico, técnico e prático, tinha sido alterado drasticamente. Aglutinou duas “correntes” poderosíssimas de auxílio aos padecimentos humanos. Deste modo, a psicoterapia tinha como pano de fundo a fé. Um contraste enorme com a linha que aprendi com ele. Escutei também o relato de uma melhora significativa com o referido tratamento. Confesso que me senti, no mínimo, “intrigado”.

O tempo passou e, hoje, experiente, pelo contrário, vejo somente linguagens diferentes com objetivos idênticos. O que antes parecia antagônico ou quase, possui uma congruência inquestionável. Lembro que, há bem pouco, determinada pessoa assistiu a uma palestra num centro espírita. Na explanação, a palestrante citou um texto sobre família que eu escrevi. Fiquei imensamente gratificado em saber da sua utilidade num meio que tenho uma profunda admiração e respeito. A “ciência e a religião de mãos dadas” sendo ministradas por gente séria e competente. No consultório, não raro, recebo alguns textos que certos pacientes religiosos pedem para que eu leia. Fico impressionado com as inúmeras similaridades nas essências. As mensagens de força, esperança, entre outras, simplesmente são as mesmas com palavras modificadas. Não obstante, o foco do todo ou o objetivo maior é propiciar um encontro do indivíduo consigo mesmo e com o mundo. É gerar novas leituras e pensamentos acerca da realidade na qual estamos inseridos. É visível que, consciente ou inconscientemente, esses pacientes trazem conteúdos dos livros que são trabalhados durante as sessões e que fazem parte da sua vida. Coincidência? Certamente não... Buscam um “encaixe facilitador” que amplie e acelere um alcance em ambos os processos.

Hoje em dia, inquestionavelmente, não ocorrem dúvidas acerca do potencial de uma crença no que se refere a ajudar alguém. Destarte, o entendimento dos problemas existenciaisé processado de maneira bastante natural. Pesquisas comprovam o quanto crer faz bem. Isso minimiza ou cura várias enfermidades do corpo e da alma. As vicissitudes, pertinentes a todos nós, são enfrentadas de uma melhor forma. O SER, na sua totalidade, fica extremamente leve.

Em suma, não existem, absolutamente, fronteiras claras entre Psicologia e religiões. Temos é que aprofundar e desfrutar os infinitos pontos comuns com o único intuito de alcançarmos níveis mais interessantes como seres humanos...

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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