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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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MOTOS - VELOCIDADE E MORTES

quarta-feira, 11 de Setembro de 2013 | 11:02

Ao longo da vida vamos nos dando conta que temos algumas lembranças que jamais saem do nosso pensamento. Éramos pré-adolescentes. Ficávamos todos encantados com certa pessoa que, na época, possuía uma moto potente e maravilhosa. As medalhas que ganhava nas competições, as inúmeras garotas conquistadas, entre outros, eram o sonho comum. Num determinado dia, a notícia que ninguém jamais imaginava. Numa curva, entrou embaixo de um caminhão. O tempo passou e ouvimos que sua mãe deixou o veículo eternamente dentro do seu quarto e que passou a ser “intocável”.

Não faz muito, que assisti horrorizado a um programa de televisão abordando os acidentes com motociclistas em São Paulo. Por outro lado, nossa cidade cresceu muito e o número de motos existentes, proporcionalmente, é altamente significativo. Há poucos dias, fiquei chocado com o falecimento de um jovem próximo que, como costumamos dizer, era “gente fina”. O modo como se acidentou, segundo o que ouvi, foi o mesmo supracitado. O cérebro negou qualquer outra necessidade de informação, como se vinha em alta velocidade ou não. Não importa. Mais uma vida e uma família enlutada. Marcas eternas.

De um tempo para cá, passamos a nos “acostumar” com um trânsito enlouquecido. Congestionamentos, ambulâncias pra lá e pra cá, carros e motos apressados. Muito apressados. Dou uma ênfase maior ao veículo de duas rodas certamente movido pela tristeza recente. Não raro, quando estou dirigindo, comento o modo como alguns se portam. Para vários, a pressa, elevada à potência do infinito, é predominante. A possibilidade da perda de um segundo qualquer faz com que o acelerador vá às alturas. Planejamento nem pensar. Tenho a sensação de que imaginam que o corpo não morre. A onipotência ou a “segurança” sentida passam a ser mais fortes do que a razão. Talvez a necessidade de emoções ou o incremento da adrenalina falem mais alto. A única certeza que tenho é a minha angústia quando vejo determinados comportamentos que extrapolam o possível ou imaginável.

Voltando a matéria assistida, ainda tenho em mente um adolescente acidentado com enorme dificuldade de andar e falar. Mesmo no seu sofrimento maior, fez um apelo para que os motoqueiros tivessem o maior cuidado possível. Sequelas para sempre? Tudo indica...

Costumo dizer com relativa frequência que a dor não é só para quem parte. Os que ficam sofrem barbaramente. Algumas existências simplesmente se acabam com as mortes prematuras ou inesperadas. Os relatos ouvidos são indescritíveis e sensibilizam até mesmo um “profissional”.

Cabem aqui trechos de uma música antiga e brega de Kleber com a proposta de que escutem na íntegra: “A Moto”. Esta deveria ser sim um clássico no sentido de sensibilizar e prevenir: “... todas as manhãs quando ele saia alguém chorando lhe implorava: não corra muito nas avenidas, a sua vida, é minha estrada... Hoje ele corre pelas alturas em alta velocidade ao encontro de Deus...”.

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br 


Escrito por Dr, Ricardo Farias Carvalho

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IMPREVISTOS

quarta-feira, 28 de Agosto de 2013 | 17:45

No dia a dia, fazemos planejamentos que tinham tudo para dar certo. Vejam bem que eu disse “tinham”. Fico pensando que a palavra frustração poderia ser sinônimo de imprevisto. É raríssimo termos algo inesperado no sentido positivo. Na grande maioria das vezes, somos surpreendidos por fatos que nos desagradam um pouco ou profundamente. De um segundo para outro, perdemos o controle daquilo que tínhamos quase uma certeza absoluta de que seria correspondido na totalidade de acordo com as expectativas depositadas. Não raramente, pensamos que coisas do tipo são exclusividades que nos permeiam frequentemente. Para os demais, ocorre sempre do melhor modo possível. Portanto, a crença de “azarados”, incapazes, se torna uma consequência natural e corrosiva. Triste engano.

Quando educados, em condições normais, a palavra planejamento, para prevenir os imprevistos do cotidiano, está associada geralmente à vida financeira que possuímos. Destarte, há uma tendência de fazermos alguma reserva, visando termos uma base econômica que gere segurança diante de algum problema que apareça. Sem sombra de dúvida, é uma bela lição aprendida. Só que, evidentemente, soluções inexistem somentepor meio das facilidades que o saldo bancário propicia. Normalmente, como costumo dizer, em doses homeopáticas e silenciosas, vai ocorrendo um “somatório de imprevistos”. Num instante, aquilo que construímos mentalmente (ou as idealizações), vai por água abaixo. Neste ponto, havendo a necessidade de lidarmos com os reveses de um mododevido ou necessário, pecamos. Não obstante, na preparação pessoal para o enfrentamento de dificuldades inesperadas, absolutamente comuns, o processo educativo poderia ser intensificado. Ouço, constantemente, relatos de pessoas que simplesmente querem uma existência perfeita. O todo tem de estar de acordo com o desejado. Ao menor sinal do inesperado, a vida parece não terfinalidade. O céu torna-se sombrio. Contabilizam os aspectos ruins demasiadamente e se esquecem de valorizar os bons. Desabam. A impressão que dá é a de que falta, na realidade, um “lastro psíquico” para lutarem nos momentos adversos. Qualquer detalhe é uma fonte inesgotável de sofrimento.

Ao longo do amadurecimento, particularmente no início, é esperado que as respostas abruptas, nada almejadas, balancem a estrutura interna. Porém, cada combinação de acontecimentos superadadeve servir para um reforço na personalidade. A única certeza é de que o infrequente será mais ou menos uma constante, mesmo que seja indesejado. Se enfrentarmos de uma forma mais realista e indicada, consequentemente, a autoestima sofrerá um incremento. Sendo assim, a sensação de sermos capazes de solucionar as mazelas que surgem “do nada” é extremamente gratificante.

Em suma, gostaria de citar uma frase de Daniel Dantas que acho muito interessante: “Há três coisas certas na vida: a morte, o erro e o imprevisto”.

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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