Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.
À medida que vamos envelhecendo,possuímos uma panorâmica mais fidedigna de inúmeros aspectos que compõem a vida. Diria até que, com relativa frequência, nos deparamos com idosos em situações precárias ou quase. Sem entrarmos no mérito do descaso social ou das várias injustiças pelas quais passam, vamos abordar um ângulo que é uma consequência de um funcionamento interno e externo inadequado.
Na adolescência mediana, até um determinado ponto, observamos um recorte produtivo. Iniciamos e, num belo dia, por circunstâncias “esperadas”, temos indubitavelmente que parar. O corpo pede o descanso merecido. Nesse exato instante, passamos ou não, a desfrutar de uma condição digna. Viver, dentro de uma normalidade, implica num planejamento. É uma questão quantitativa do que ganhamos, gastamos e poupamos no decorrer da existência. Alguns têm essa visão longitudinal, outros, nem tanto. Citando um exemplo negativo e clássico, existem pessoas privilegiadas que recebem vultosas heranças e, num passe de mágica, botam simplesmente o montante a perder. Acham que o dinheiro é eterno, portanto, apesar dos gastos excessivos, nunca terminará. Não raro, numa etapa, agem desesperadamente e começam a vender objetos ou bens como último recurso. Interessante notar que, apesar da “lição”, continuam obedecendo ao mesmo padrão. Iludidos, vendem, gastam, vendem... Simplesmente negam os dados de realidade. As velhas necessidades de ostentação, de se sentirem seguros, com o controle das circunstâncias, etc., cria, paradoxalmente, o “eu posso tudo”. Fantasia que sai cara, caríssima. Esses esquecem que o tempo é contínuo e irreversível. Num certo dia, cobra de um modo qualquer, essa falta de controle. Caos estabelecido e a óbvia impossibilidade de reversão do quadro altamente desfavorável. Com uma visão contrária, há indivíduos menos favorecidos que sabem lidar suficientemente bem com questões que envolvem o futuro financeiro. Obedecem a toda uma lógica, vivem dentro de suas possibilidades ou priorizam as coisas realmente importantes. Os revezes, pertinentes a nós, são administrados de uma forma ponderada com um alicerce infinitamente estruturado.
Durante a minha adolescência, ficava perplexo com a dinâmica de um conhecido. Quando estava com alguma dificuldade, vendia o carro e comprava um mais barato. Os declínios constantes eram frutos de um todo que não ia nada bem. Muitos anos transcorreram sem vê-lo e acabei sabendo notícias a seu respeito. Os resultados, não somente em relação a sua saúde financeira, não eram nada positivos. Tudo indica quea incapacidade de se programar e executar foi generalizada.
Quando somos jovens pode até parecer “loucura” pensar no futuro financeiro. Representa uma faceta infinitamente distante. Porém, a sensação é de que transcorre exatamente ao contrário. É algo impossível de aplacar...
PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br
A velha colocação de que quando conhecemos alguém “tudo são flores” é uma grande verdade. Defeitos ou “imperfeições”de diversas maneiras, possíveis e imagináveis, são desvalorizados. Enaltecemos as virtudes reais e fantasiadas, consideravelmente. Porém, o paraíso tem um tempo. Gradativamente, nos desencantamos diante de pontos que, em princípio, eram desconhecidos ou não faziam parte da pessoa idealizada.
As influências genéticas, ambientais, somadas as vivências e o livre arbítrio, formatam a personalidade que possuímos. Sendo assim, o óbvio é que cada um leva para a relação o seu modelo ou funcionamento. Coisas realmente simples, muitas vezes, são veementemente rechaçadas pelo outro. De uma forma consciente ou inconsciente, os nossos aspectos neuróticos, inevitavelmente, vão aparecendo no campo. Facetas indesejáveis,triviais ou significativas, vão corroendo por meio de um somatório discutido ou silencioso. Território minado à vista. Numa ocasião qualquer, o limite interno de tolerância é ultrapassado. A separação é o único caminho viável. Divisão familiar e material.O mundo desaba. Aquilo que projetamos magicamente se transforma. Culpas, assinalamentos negativos, ressentimentos, raivas, acusações, são alguns componentes da mistura de emoções.
Com o vazio instaurado na alma e a consequente dor intensa, após um tempo e, quando possível internamente, vamos atrás de um preenchimento. Novas tentativas realizadas. Com o EU afetado e o crivo das críticas exacerbado pela experiência recente, ninguém serve. Acrescentado a isso, aquele indesejável afeto que ainda restou e a esperança de que talvez tenha sido um “mal entendido”. Mensagens, telefonemas, encontros para “conversas”, acabam desencadeando uma “cedência temporária”. O corpo pede, a alma clama e seres novamente unidos, meio que arredios ou desconfiados.Planejamento de um futuro redentor. Imbuídos também pelos ideais de uma família idealizada, indissolúvel, uma nova tentativa é feita. Todas as mazelas, “magicamente”, serão resolvidas. Tudo o que foi espatifado renasce com se fosse uma promessa. Bens novamentetotalizados. Felicidade efêmera...
Destarte, o esforço é enorme desejando “evitar magoar” ou tocar nas feridas novamente. Porém, geralmente, inexiste uma sustentabilidade quando as verdadeiras causas desencadeadoras dos problemas deixam de ser trabalhadas. O cérebro, infelizmente, trai. Não suporta a pressão intensa e contrária. E, num determinado instante, aflora com oindevido. Caos reeditado.
Novos pensamentos são necessários visando conhecermos, interpretarmos e sentirmos os fatos corriqueiros ou relevantes de um vínculo e, principalmente, nós mesmos. As idas e vindas constantes, não solucionam, simplesmente postergam uma tomada de decisão mais autêntica ou elaborada. Caso contrário, uma “libertação”, no amplo sentido da palavra, estará comprometida...
PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.