Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.
Num dia desses, quando estava dirigindo, da cidade ao Cassino, demorou, exatamente, uma hora e trinta minutos. A chuva na estrada e um apagão num determinado trecho, somado a uma estrada caótica, foram corrosivos. Exercício de paciência. Muita paciência. O tráfego na nossa localidade, evidentemente, não é semelhante ao de poucos anos atrás. Hoje, mais do que nunca, vivenciamos o que víamos somente nas cidades grandes: engarrafamentos, indivíduos deitados na pista, ambulâncias velozes constantemente e, principalmente, elementos mal ou bem educados.
O modo como dirigimos é um reflexo daquilo que somos. Nos momentos de tensão o lado “animal” ou primitivo é exacerbado naturalmente. Caso tenhamos um controle interno maior, emitimos respostas favoráveis ou adequadas. Do contrário, o impulso ou as manifestações agressivas, geram um inferno desaconselhável generalizado.
Quase todos os dias, fico no meio do “turbilhão”, analisando o comportamento dos motoristas. Como exemplo, o simples fato de estarmos numa “preferencial” e isto significar que o outro deve esperar, não implica, necessariamente, a “vida toda”. Alguns, gentilmente, perdem segundos ou minutos no sentido de dividirem o “prejuízo” com os demais. Inúmeros, mesquinhamente, simplesmente ignoram a existência e a dificuldade do semelhante que se encontra no idêntico caos. Ceder jamais. Estes, tudo indica, que tenham uma visão egocêntrica, voltada para si, em infinitos aspectos no que se refere à vida.
Acho gratificante quando forneço espaço para condutores de ônibus, muitas vezes lotados. Quando não fazem um sinal com o polegar de agradecimento, ligam o pisca alerta que é retribuído rapidamente com a minha luz alta. É como se eu dissesse “de nada”. Vidas dentro do meio de transporte que também urgem pela questão do tempo. Profissional do coletivo que, durante o dia todo, diferentemente da maioria, enfrenta os revezes de algo que não vai nada bem.
Mensagens nada educadas com o dedo, mãos, movimentos com o carro de maneira brusca, “minha buzina, meu mundo”, etc., são sinais não verbais daqueles que ultrapassaram o seu baixo limite de tolerância à frustração. Acham que qualquer leitura que fazem está correta. Esquecem que, possivelmente, por detrás de um “apressadinho” pode, na realidade, estar existindo urgência, algum caso realmente grave ou no mínimo importante. Em outras palavras, nem sempre a pressa do próximo é sinônimo de querer levar vantagem.
Ademais, não raro, a demora num ponto e a facilidade encontrada noutro, “justifica” uma velocidade exagerada com os seus respectivos e lógicos riscos inerentes relacionados aos acidentes. Um segundo, uma batida e vidas ceifadas pelo “simples” fato de não termos o referido controle ou educação.
É imperativa uma tomada de consciência, pois, na cidade em que vivemos, país ou mundo, o trânsito extrapola as condições das leis. Vai muito além. É um processo que implica em sapiência e delicadeza...
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Os benefícios do amor são indiscutíveis. A leveza que sentimos quando estamos amando, fruto até mesmo da química alterada, chega a desencadear uma felicidade plena ou quase. Como se diz, o universo conspira a favor.
Amigos, objetivos, profissão, etc., preenchem em parte as lacunas que sentimos em relação à vida. E, dentro de uma normalidade, o esperado é que esse amor supracitado seja um complemento importantíssimo de várias formas na obtenção do prazer. Quando conseguimos um ponto de equilíbrio, nessas “inúmeras áreas”,tendemos a um menor sofrimento.
A experiência clínica mostra que muitos têm uma propensão às idealizações ou exclusividades. Geralmente, quando somos inexperientes no que se refere às vicissitudes da existência, depositamos todas as nossas partes boas no próximo. Não raramente, vamos nos frustrando ou decepcionando com as respostas dadas. Como exemplo, em função de um segundo constatamos que, aquele que era considerado “amigo”, no fundo, é uma pessoa que não nos serve para manter o vínculo. Algum detalhe significativo nos leva a uma certeza da necessidade imperativa da separação. Sendo assim, no meio de tantas adversidades normais ou pertinentes, podemos criar uma espécie de decepção ou descrença. Passamos a não acreditar tanto nas relações. Costumo dizer que o brilho é afetado e, relativamente, nos distanciamos em decorrência de mecanismos de defesa. Portanto, as tais fontes de satisfação ficam restritas ao máximo possível.
Num belo dia, um tanto fragilizados, somos atingidos com o tiro certeiro do amor. Relutantes, gradativamente, começamos a reedição da “fórmula mágica” de relacionamentos. A “coleção de desilusões” cai num funil, percorre um complexo sistema e se transforma numa esperança ou certeza de que encontramos a perfeição. Todas as buscas de prazeres encontram como único foco o (a) amado (a). Nada mais parece ter sentido.Apagamos tudo e todos. A ilusão de que o côncavo e o convexo, finalmente se encontraram,tem um peso relevante. Relevante e doentio.
Num mau dia, nos damos conta de que alguma coisa está acontecendo de errado. A reciprocidade ou correspondência do próximo encaixa, porém, não perfeitamente conforme o que pensamos. Frustrações ou tempestades gerando consequências. O “máximo desejado” vai de encontro ao normal, que tem suas virtudes e defeitos, altos e baixos... A não aceitação dessas “falhas” passa por outro mecanismo que amplifica e, em alguns casos, se torna extremamente relevante. Ademais, olhamos para trás e não vemos ou temos, na realidade, algo ou alguém para somar, compartilhar, desfrutar... A exclusividade cobra um preço. Acusamos como “única fonte de infelicidade” um ser que, há pouco tempo, era tudo. Implacável engano.
Carências obsessivas que buscam a posse exclusiva, ideal, tentativas de controle e a consequente evitação de dores, precisam de uma profunda avaliação e tomada de consciência interna.
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Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.