Logo Alfaro
Fale com o Alfaro
Promovendo cidadania com informação
banner Alfarobanner Alfarobanner Alfaro

Colunas

Colunista
Voltar

Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


Leia outras colunas



TRAIÇÕES ACEITAS

terça-feira, 09 de Abril de 2013 | 11:22

Viver em grupo é difícil. Costumo dizer que um casal é um grupo de duas pessoas. Essa quantidade mínima de elementos possui, evidentemente, vários arranjos. Ao longo da experiência clínica, vamos observando as nuances do que realmente significa se relacionar com alguém. Existe um número expressivo de situações que são altamente paradoxais. O que, em princípio, não é aceitável,se tornaelemento de uma rotina, digamos, “normal”.

Interessante notarmos que determinados aspectos são considerados tabus dentro do âmbito familiar. No meio de tantos que se organizam de forma inconsciente ou silenciosa, certas traições não podem ser tocadas, pronunciadas, por crença, respeito, interesses ou pudor. A lei é bastante claraobjetivando criar mordaças psíquicas que impeçam comunicações e as consequentes possibilidades de mudanças. A sensação que possuímos é de que tudo está funcionando, aparentemente, de uma maneira “tranquila”. Sendo assim, por extensão, também não há nenhuma alteração no que se refere aos julgamentos sociais emitidos. O “como se” é a dinâmica que ocorre dia após dia, fazendo com que a roda continue a girar.

Impressionante, geralmente, é o grau de consciência que os envolvidos possuem no sentido da certeza de que a relação não tem mais as mínimas condições quanto a sua manutenção. Triângulos ou quartetos acobertados são novas formações que viabilizam uma continuidade corrosiva. Queixas, insatisfações, frustrações constantes de todas as partes envolvidas não são suficientes para gerar algo novo ou indicado na essência. Racionalizações ou desculpas infundadas são lançadas como antídotos impeditivos para um corte no vínculo doentio. Além das questões financeiras, tão assinaladas hoje em dia,percebemos de um modo profundo o “fantasma da solidão”, sinônimo de agente bloqueador. Todas as mazelas psíquicas sofridas no vínculo atual fazem com que o indivíduo tenha uma descrença significativano que tange a novos investimentos afetivos. Com medo de arriscar e sofrer novamente segue com a saída neurótica acreditando ser a melhor escolha. Puro engano. Outro fator é a negação dos dados de realidade. As facetas idealizadas por ocasião do conhecimento do amado parecem permanecer. A falsa esperança de que o “grande senhor tempo” se encarregará de modificar a estrutura psíquica entra em ação. “Tudo irá para o seu devido lugar é só esperar”. Frase que é fruto de uma fantasia inadequada e improdutiva.

Constantemente, é relatado o possível sofrimento dos filhos caso ocorra uma separação. Esses “não sabem de nada”. Ledo equívocoreeditado. Afetados, pagam um preço exacerbado por aquilo que é claro e notório “desde sempre”. Da incongruência do casal as traições em si, há um somatório e modelo nada indicado para vinculações futuras.

A única convicção que temos é de que não ocorre crescimento ou encontro interior sem alterarmos os nossos pensamentos, atitudes e suportarmos os seus respectivos “prejuízos”...

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


FAMÍLIA E SOLIDÃO

segunda-feira, 01 de Abril de 2013 | 13:54

Na época da nossa juventude, nem sempre damos a devida importância à família. A necessidade de individuação faz com que sejamos críticos exacerbados em relação a tudo e todos e vivamos boa parte da adolescência isolados. “Meu quarto, meu mundo” geralmente é a regra predominante dentro do ambiente familiar. Desta maneira, os amigos, o grupo, são os responsáveis por uma considerável parcela daquilo que vamos introjetando ao longo da fase. Consequentemente,as manifestações afetivas vão, aos poucos, perdendo força. Beijos e abraços vão cedendo lugar para um braço e uma mão que vão criando, consciente e inconscientemente, uma “noção certeza” de um invólucro que distancia. Criamos assim, um choque não muito bem compreendido por aqueles que estavam acostumados com um funcionamento e, de uma hora para outra, passam a nos ver totalmente diferentes. Divergindo de vários animais que, praticamente ao nascer, são independentes dos seus pais, possuímos no meio de tantas necessidades, uma “básica”: a de segurança. Indefesos, precisamos, sem sombra de dúvida, do próximo, visando satisfazer pontos vitais imprescindíveis. Caso contrário, não acumulamos forças suficientes para sobrevivermos.

Além das colocações supracitadas, vamos perdendo, por um período, a capacidade de valorizarmos adequadamente o quanto é importante tudo aquilo que representa uma verdadeira família. Destarte, caminhamos solitariamente maravilhados por umuniverso “diferenciado” que é descoberto dia após dia. Os nossos ideais de perfeição vão sendo confrontados, em doses homeopáticas, com os lados não tão perfeitos ou até mesmo maus dessa realidade implacável. E, mais cedo ou mais tarde, salvo raríssimas situações, quando o cerco da infelicidade, frustração, decepção, entre outros sentimentos indesejáveis aparecem, percebemoso enorme peso que possui a palavra família. É ela, negada ou renegada, que está lá para exercer o profundo perdão, somado a um apoio imensurável para que tenhamos um reencontro com o EU.

Quando somos adolescentes tardios, chegamos à conclusão simples e profunda que o lar é algo que difere de tudo aquilo que estamos acostumados. Pele e cheiro de pais são únicos e indescritíveis. Fazem bem. Acalmam a alma.

Não raro, à medida que vamos evoluindo profissionalmente, a distância passa a não ser uma “opção interna momentânea” e sim uma “obrigação da vida”. Separados por um curso desejado, amor, trabalho, etc., mais uma vez, reeditamos aquela época, porém, de uma forma totalmente distinta. O coração deseja ficar, porém, a razão impulsiona a lacuna, o distanciamento... Dor útil. Vida paradoxal.

O lobo solitário, como em quase a totalidade dos ciclos das espécies, está encarregado de perpetuar. Somado a isso, deve transmitir todos os bons valores que aprendeu na sua criação dando continuidade ao pensamento de Léon Tolstoi: “A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família”.


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

Comentários (0) | Indicar um amigo


  81-82-83-84-85-86-87  

^ topo

QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

ENTREVISTAS

O QUE EU LEIO

ÚLTIMAS 10 POSTAGENS


Ouça a Rádio Cultura Riograndina

ARQUIVOS

WD House

Blog do @lfaro - Todos os direitos reservados