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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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AS INFLUÊNCIAS FAMILIARES NOS RELACIONAMENTOS

quinta-feira, 03 de Janeiro de 2013 | 13:57

Quando o cupido acerta os corações a razão fica cega, pelo menos, temporariamente. O brilho da vida é alterado de modo significativo pela química do amor. À medida que o tempo passa, as máscaras vão caindo de maneira natural e conhecemos o outro verdadeiramente. Algo de praxe, talvez nem tanto nos dias de hoje, é sondar a família a que pertence o (a) pretendente. Assim, a “ficha corrida”, dentro do possível, é obtida objetivandoatranquilidade dos pais. Nesta, está implícito uma avaliação familiar que pode influenciar ou ter relevância na personalidade do “atual - futuro” membro do clã. Costumeiramente, os apaixonados detestam ou rechaçam tal análise quando sentem a possibilidade de críticas. As influências ou origens, portanto, são negadas veementemente.

Herdamos a cor dos olhos, como também, o que vivenciamos do meio. Dificilmente, embora ocorra em pouquíssimos casos, somos “totalmente” diferentes dos progenitores. A educação, os exemplos, de forma consciente ou inconsciente, são passados ao longo do desenvolvimento. Esse modelo absorvido, em linhas gerais, é transmitido naturalmente. Sendo assim, conhecer os pais de quem amamos mostra partes interessantes, similares ou idênticas da nossa cara metade.

O óbvio é que essas leituras supracitadas não ocorrem da noite para o dia. Muitas vezes levamos um bom tempo para conectarmos “peças” que vão ao encontro de alguns aspectos que temíamos e negávamos. As identificações negativas, assimilações parciais ou generalizadas de atributos do genitor ou da genitora,apesar de serem“controladas”,são extremamente corrosivas para a relação. Do “nada”, surgem de uma hora para outra. Por outro lado, as inúmeras reedições nos dão uma ideia de um filme já visto. Até as histórias familiares de gerações anteriores vão determinando com muita força os traços apresentados no presente. Os pedaços formadores da colcha de retalhos no que tange aoEU de um indivíduo têm, inquestionavelmente, raízes no passado. Não raro, escutamos semelhanças “arcaicas” que estão interligadas na grande teia que compõem o todo.

Quando procuramos alguém para compartilharmos uma vida, no fundo, estamos atrás de valores que sejam compatíveis com os nossos ideais. Destarte, é mais prudente fazermos uma macro avaliação visando corrermos menos riscos. Muitas pessoas, por exemplo, movidas por uma compulsão a repetição casam e se separam várias vezes, adotando para todos os parceiros os mesmos comportamentos. Somente elas não se dão conta disso. Não conseguem perceber adequadamente os padrões repetitivos adotados no sofrimento pessoal e alheio. Traumas familiares na infância, grandes ou pequenos, são os desencadeadores das dificuldades. Isto tem peso, muito peso. Em suma, uma “olhadela geral” é altamente indicada...

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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FAZER BEM FEITO

quarta-feira, 26 de Dezembro de 2012 | 11:42

Certas coisas ficam eternizadas no cérebro quando somos criançase são determinantes nos caminhos percorridosnas nossas vidas. Perto da minha casa morava o “seu Alcides”. Era um senhor negro aposentado da Marinha como torneiro mecânico e com uma idade avançada.Após aaposentadoria, a arte trocou de material, deixou de trabalhar com ferro e passou a tornear madeira. Lembro que, além dos móveis de suaresidência, dos instrumentos musicais para as bandas da cidade, etc., fazia bolas de bilhar no torno.Segundo o meu pai, quem conseguia fazer isso manualmente se diferenciava,por ser extremamente difícil, requerendo uma enorme precisão.Comentava também o quão perfeito era o brilho obtido nas peças confeccionadas. O objetivo maior ia ao encontro do contentamento dos outros e não ao dinheiro. Claro que não poderia deixar de citar alguns brinquedos pertinentes à infância que eram feitos com extrema maestria. Sua filha, a “Zezé”, ficava visivelmente irritada quando eu, o garoto chato, ia incomodar seu pai com uma“ideia brilhante” produzida pela fantasia ou mente inquieta. Ele, por sua vez, estava sempre disposto a dar uma utilidade a sua calma, bondade e criatividade. De lá saia com certa “banca”, pois tinha um taco de madeira diferenciado, ferro com o cabo torneado para girar uma rodinha de borracha... Possuía dentro da escrivaninha uma flauta lindíssima pelo contraste:“ipê roxo” numa parte e, na outra, uma madeira amarelada. Pena que o ouvido, similar a uma “porta”, não conseguiu usufruir do presente na sua totalidade. Porém, possuo lembranças de quantas vezes analisei a sua perfeição,o que cada vez maisaumentava a admiração por aquele senhor. O tempo passou e, ocasionalmente, na minha juventude, levava de presente charutos ou cigarrilhas, o que lhe gerava prazer, entretanto, nada indicado. Ficávamos muito felizes. Meu simples modo de retribuí-lo por tanta atenção e carinho despendidos.

Aos noventa e seis anos de idade, numa cama de ferro branca e antiga,roncava e suspirava de uma maneira distante anunciando a sua partida. Tenho até hoje, um binóculo, balança, faca e algumas ferramentas que lhe pertenceram. Ficaram saudades do “seu Alcides”...

Fazer bem feito é uma das “essências da vida”. Hoje, não raramente, vejo pessoas queixosas sobre tudo e todos. Aquelas que trabalham simplesmente porque tem de trabalhar, gerando insatisfações principalmente em relação a si mesmo. Se não obtêm uma gratificação pessoal, os demais por sua vez... A sensação de obrigatoriedade é inimiga do detalhe, da busca pela perfeição, mesmo que saibamos que é algo utópico. Pesos ou fardos diários carregados acarretam diversos sintomas físicos e mentais. Buscas incansáveis pelo financeiro não se dando conta de que a qualidade oferecida como um todo está diretamente ligada. Deleite longínquo...

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/e-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br

 


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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