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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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DESRESPEITO

segunda-feira, 10 de Dezembro de 2012 | 17:31

Sou de um tempo em que um simples olhar, geralmente o do pai, bastava para que o comportamento desejado ocorresse. Contrastando com isso, recentemente, gostaria de relatar uma cena que se tornou um “clássico”. Num determinado estabelecimento bancário, início de mês, abarrotado por indivíduos ansiosos ou apressados para realizarem as suas movimentações, chega alguém e, aproveitando-se do tumulto, fica “sem querer” no início da fila. No meio do barulho característico, literalmente um som penetrante e público foi emitido, assinalando o descontentamento somado ao dedo indicador em riste: “-Moço, o final da fila é ali”. Sem ao menos um pedido de desculpas, visivelmente contrariado pelo óbvio, em silêncio, se deslocou para o local devido.

Cenas do gênero geram um desconforto generalizado e nos fazem pensar. O que será que anda acontecendo com os bons costumes? Esquecemos o que é consideração e respeito? Interessante observarmos que, além da “raiva” momentânea, há certa inversão de valores, desencadeando a sensação de que em algumas situações estamos, até mesmo, equivocados ou sendo muito exigentes...

Costumo dizer que educação não se compra em botequim. Frequentemente, e de forma paradoxal, conhecemos pessoas cultas que não são nem um pouco educadas. Educação, sem dúvida, é fruto de um processo ao longo da vida. Transcende uma simples formação acadêmica ou um quociente intelectual. E, certamente, hoje em dia, é um produto raro de ser encontrado. Fico abismado com a tendência para as transgressões existentes. Se pararmos um pouquinho para avaliarmos, grande parte delas estão no departamento do “aceitável”. Incorporamos uma gama tal que o errado passou a ser certo. O desprezo pelo próximo ocorre no trânsito, contas a pagar, etc. Temos uma “normal anormalidade” estabelecida. Porém, não podemos esquecer que concordâncias do tipo vão provocando ou reforçando novas atitudes inadequadas. Viver em sociedade, evidentemente, implica numa aceitação tácita de respeitarmos os limites existentes formatados pela cultura. Consciência e bom senso parecem estar em desuso. Com isso, construímos a invisibilidade do nosso semelhante.

Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Ditado popular verdadeiro. Toda a ação má ou inadequada, seguindo a lei do eterno retorno, sempre voltará. Segundo Nietzsche: “E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência...”.

No fundo, tratarmos os demais, com respeito e estima, simplesmente extrapola o verbo querer...

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br

 


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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DEUSAS INCOMODATIVAS

segunda-feira, 03 de Dezembro de 2012 | 17:57

Ricardo Carvalho

No universo feminino, a beleza tem um peso relevante. Hoje em dia, a busca pelo encanto é algo que por um lado é extremamente desejado e, por outro, é fonte de imensos sofrimentos. Tudo ou quase é feito visando atingir uma “perfeição” estética. Até mesmo o risco significativo de morte em alguns casos de cirurgias plásticas é superado pelo ideal.

A tão antiga competitividade entre as mulheres no que se refere à beleza parece ter tomado um rumo jamais visto. Digo, frequentemente, que um simples e bonito brinco comprado “dá o que falar”. A bijuteria se torna, naturalmente, fonte de inesgotáveis comentários de muitas, principalmente alicerçados na inveja e ciúme. Ver o belo, portanto, incomoda. Lembro-me de uma pessoa com uma boa aparência que numa noite foi a uma determinada festa. Chegando lá, se sentiu entristecida, “arrasada”, pois “todas as mulheres estavam lindas”... A percepção das “deusas” fez com que sua autoestima diminuísse ao extremo. Deste modo, o humor, como também o seu poder de sedução, não foi suficiente ou indicado o que reforçou a sua crença: “eu não sou interessante”. Paradoxalmente, num novo contexto, foi a preferida por um “ficante” em relação a alguém que considerava bastante atraente. Este abertamente, tendo a possibilidade de escolha, disse para ela que não se interessava pela “panicat”. Santo remédio. A situação concreta ajudou, substancialmente, no sentido de possibilitar questionamentos diversos a respeito da imagem que possuía de si (interna) e a real (externa). A discrepância entre elas reformulou quase que imediatamente o seu autoconceito.

Na grande maioria das vezes, nós temos a filosofia do tudo ou nada. Se não houver um alcance em relação ao idealizado simplesmente não serve. O automático do feio ou inadequado é uma consequência avassaladora. Aliás, regra que tem uma ampla aplicabilidade em inúmeros aspectos da vida. Ser ou ter o melhor é o único objetivo almejado. Quem não se enquadra no “top” é o resto desprezível com suas respectivas sequelas emocionais desencadeadas...

Precisamos, urgentemente, refazer o condicionamento supracitado. Certamente, a aparência possui peso num primeiro momento, porém, não é o que costuma manter os vínculos. Mulheres ou homens que são esteticamente “perfeitos” não têm com isso uma felicidade plena assegurada nas suas vidas pessoais ou afetivas. Portanto, a velha utopia ou desejo de que se eu “fosse assim seria feliz” não passa de mero projeto de natureza irrealizável. Destarte, a valorização do nosso “conteúdo” é imprescindível. Nele estão sedimentados os relacionamentos verdadeiros e duradouros. É, em outras palavras, uma questão de aura passada e sentida por aqueles que estão ao redor. No fundo, não podemos esquecer o clichê que existem indivíduos belos e feios e, ao contrário, feios e belos... Em suma, se ame e se valorize mais...

 


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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