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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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AMBIÇÕES FRAGMENTADAS

terça-feira, 13 de Novembro de 2012 | 11:00

Certo dia, assistindo à televisão, fiquei boquiaberto com uma matéria a respeito do número altamente significativo de certificados não retirados de um curso de aperfeiçoamento profissional. Não acredito que deixassem de ter valor de uma hora para outra ou que todos já estivessem empregados. Questionei os motivos pelos quais a “sequência lógica” foi interrompida. Lembro também de uma colocação que vai ao encontro da ambivalência citada: “quero tudo, não faço nada...”. Intrinsecamente, a frase demonstra ambição no que tange à vida e, de maneira paradoxal, não obstante o conhecimento racional do que deve ser feito para adquirirmos uma situação confortável, há falta de completude ou seguimento presente nas ações, como se tudo fosse surgir do zero. Portanto, o mágico passa a ser esperado. Superações e metas fragmentadas. O fato é que dinâmicas do tipo são muito mais comuns do que imaginamos.

Vivemos hoje num mundo extremamente competitivo. O tempo em que apenas um título superior tinha peso pertence ao passado. No transcorrer de cada dia, exigências ou qualificações maiores são pressões pertinentes para todos nós. Difícil certamente, no meio deste contexto corrosivo, sabermos com precisão qual o ponto que devemos parar para que possamos encontrar um equilíbrio interno e externo. Tenho andado um pouco pensativo em relação “aos objetivos parciais” que aparecem na realidade. Não me refiro aqui aos que não querem “nada com nada” e que, infelizmente, por questões sociais, pessoais ou ambas, paralisaram definitivamente suas atitudes no intuito de obterem um crescimento devido ou adequado. A análise busca focar indivíduos que, “por um detalhe”, têm todo um potencial obstaculizado, apesar da consciência supracitada. Estes atingiram um patamar e, a partir daí, a motivação, força de vontade ou o verbo “querer” foram afetados impiedosamente.

Essas angústias produzidas por uma sociedade extremamente exigente pode, sem sombra de dúvida, estar colaborando para o quadro atual. Os melhores resultados estão condicionados às pessoas inteligentes e perseverantes. A ideia de perfeição acerca destes deuses intocáveis é uma constante. Destarte, percorremos um determinado caminho e pensamentos negativos imediatos ocorrem no sentido de que o restante é algo inatingível, que não possuímos condições para tanto. Com o medo instaurado de não conseguirmos e as decorrentes críticas intrínsecas na nossa fantasia no que se refere às possíveis derrotas, resolvemos, consciente ou inconscientemente, não correr riscos. Zona de “conforto desconfortável” produzida. Sendo assim, a autoestima, de certa forma, fica preservada. Puro engano.

Modos de pensar confiantes em relação a nós mesmos são imprescindíveis. Temos, inquestionavelmente, que acreditar que somos capazes de tornar visível o invisível, o inativo em ativo ou o fragmentado numa totalidade...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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É ASSIM...

segunda-feira, 05 de Novembro de 2012 | 11:03

À medida que a nossa criticidade ou consciência vai aumentando com a chegada da adolescência queremos soltar a voz no que tange ao mundo. Todos os detalhes que o compõem sofrem uma análise minuciosa e nos sentimos inclinados a modificá-lo. Possuímos um ideal de como deve ocorrer o seu funcionamento e lutamos interna ou externamente neste sentido. Aceitar, portanto, não é um verbo fácil. Sensações naturais de poder, desencadeadas em parte pela vitalidade, são mescladas com o desejo de ingressar ou interferir no conjunto de fatores que constituem o universo adulto, manipulando ou ditando as regras que formatam uma sociedade. Todas as distorções, injustiças, ambiguidades e os demais pontos negativos existentes vão de encontro a uma motivação imensurável. A esperança e a vontade de que mudanças estruturais possam ser obtidas são, sem sombra de dúvida, um norte almejado na vida. Inúmeros projetos objetivando transformações, ideais, são extremamente ricos e ambiciosos. Em suma, provocar melhorias é o que desejamos. Portanto, a existência tem um brilho inigualável.

O sábio tempo, em doses homeopáticas, como se não quisesse nos causar uma dor incomensurável, vai nos mostrando o lado indesejável. Lembro de uma pessoa que, no final da adolescência, enfrentou determinado conflito no seu trabalho. Inteligente, não demorou muito para concluir que o novo arranjo, o qual passou a estar submetida, era um verdadeiro absurdo. Inconformada, conversou com uma colega que concordou com ela, porém, suas palavras foram de que “não se preocupasse”. Somado a isso, um “é assim” foi dito, desencadeando naturalmente lágrimas que tinham na essência uma agressividade impossibilitada de externalizar contra o sistema daquele local. Aliás, esta “aberração maior” foi acrescentada a outros pequenos fatos incongruentes geradores de desconforto. Sentimentos de impotência foram imediatamente produzidos, colocando em cheque toda uma gama de anseios e expectativas em relação ao seu papel naquele local e no todo. Imediatamente, a possibilidade de demissão foi rechaçada por dados de realidade “naquele momento”. Pane...

É difícil dizer para alguém que, por mais que queiramos, gostemos ou não, situações do tipo, não são raras. Agrupamento de seres ou instituições têm pactos silenciosos. Infelizmente, o peso ou forças inconscientes grupais é algo poderoso. Adaptações, como costumo dizer, não fazem bem para o indivíduo, são mal vistas. Destarte, ficamos num dilema significativo entre enfrentar e “concordar” com o altamente indigesto.

Talvez uma das aquisições necessárias nestes vários rituais impostos de passagem seja o aprender a lidar suficientemente bem com os horrores velados do meio circundante sem perdermos a esperança supracitada. Encontrar um modo de não sofrermos, demasiadamente, visando não nos tornamos um “pó psíquico” é uma conquista que não se pode prescindir...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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