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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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MANIAS DE GRANDEZA

segunda-feira, 23 de Julho de 2012 | 13:45

Há um bom tempo, um simpático senhor me contou uma história bastante interessante. Quando era jovem e trabalhava numa certa fábrica, comer frango era muito caro, sendo considerado um privilégio para poucos. Na hora do almoço, determinado colega pegava a sua marmita e, alegando um motivo ou outro, se afastava dizendo que iria almoçar a referida ave. Os demais, tendo de comer, diariamente arroz e feijão, ficavam indignados pela maneira como este afrontava verbalmente os companheiros que tinham, ao mesmo tempo, certeza da colocação mentirosa. Num momento de descuido, colocaram na sua comida uma substância, fazendo com que o “poderoso” vomitasse o mesmo alimento de todos. Risadas foram dadas e, consequentemente, perdeu o seu reinado.

Existem seres que vivem contando vantagens. São os melhores, acumulam precisamente o “conhecimento do universo”, tudo aquilo que lhes pertencem é fantástico, etc. Andam com o “nariz empinado”, parecem demonstrar uma segurança imensurável. A sensação que passam é a de que aqueles que estão ao seu redor não possuem nenhum valor. Viver com alguém assim é simplesmente algo insuportável. Sentimentos, os mais primitivos possíveis, são desencadeados de um modo natural diante de tamanha exposição ostentatória. Não raro, geralmente, é criticado, ironizado, velada ou manifestamente, bastando para isso se retirar do grupo. Normalmente, dificuldades ocorrem no sentido de possuírem vínculos duradouros com os próximos. Relacionamentos são mantidos superficialmente. Chatos, arrogantes, onipotentes, petulantes, são alguns adjetivos que qualificam uma personalidade com esta dinâmica.

Costumo dizer que o sentimento de inferioridade sentido pelo sujeito, consciente ou inconscientemente, busca incansavelmente, mecanismos acobertadores no âmbito social, visando a uma superioridade. Frequentemente, fazendo uma busca na infância dessas pessoas, encontraremos situações difíceis no âmbito familiar, desenvolvimento e relacionamentos, que implicaram em traumas, frustrações ou significativas privações. Carências, das diversas ordens, tanto no afetivo quanto no material, são vivenciadas de uma forma extremamente dolorosa.

Adler coloca que: “Quando predominam sentimentos de inferioridade ou quando o interesse social é subdesenvolvido, os indivíduos tendem a buscar superioridade pessoal pois lhes falta confiança em sua habilidade para atuar efetivamente e trabalhar de forma construtiva com outros. Tais indivíduos não dão contribuições de real valor para a sociedade e tornam-se fixados em modelos de comportamento autocentrados, levando, inevitavelmente, a um sentimento de fracasso. Essas pessoas se desviaram dos problemas reais da vida e estão engajadas na luta com a própria sombra para reassegurarem-se de sua força”.

Sintetizando e em simples palavras, podemos pensar que “nem tudo aquilo que reluz é ouro...”

 

PSICÓLOGO/FONES: 32324677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br

 


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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“QUINTAIS DE SAL”

segunda-feira, 16 de Julho de 2012 | 11:32

Ao longo da experiência clínica, vamos tendo uma visão multifacetada daquilo que chamamos de vida. Os livros, evidentemente, mostram somente recortes de outras vivências. Ouvir um relato minucioso de etapas é, sem sombra de dúvida, diferente. A complexidade e a riqueza de detalhes das histórias contadas são impressionantes. Têm arranjos específicos que realmente surpreendem. Assim, observamos o óbvio que viver ou vencer momentos difíceis é uma “verdadeira arte”. Inúmeras perguntas e, algumas sem respostas precisas, surgem no sentido de esclarecer os motivos dos porquês que alguns conseguem transcender conflitos, dinâmicas, fatos, que, no fundo, tinham tudo para suscitar uma trajetória nada indicada ou infeliz. Uns superam, outros não...

Lembro de uma pessoa que perdeu o pai durante a tenra infância ficando, deste modo, os cuidados e o suporte financeiro com a mãe. A quantidade de irmãos e o baixo salário desta faziam com que até o alimento para a família fosse insuficiente. Em certas situações, um determinado irmão sugeria que saciassem a fome “enchendo a barriga com água”. Outra, pobre, também possuindo um número significativo de irmãos relatou que na sua casa faziam apenas uma panela com comida e que quando ficava pronta era uma correria para se servirem. Simplesmente, na grande maioria das vezes, o último a chegar, não se alimentava.

Não obstante, nós sabemos de casos como os supracitados ou até mesmo piores. No terreno da carência das necessidades básicas, doenças, lutos, traumas, entre outros, as mazelas internas e externas são apavorantes. Nos acontecimentos relatados e que me sensibilizaram, estas pessoas não se entregaram absolutamente. Hoje, com todas as lembranças ou cicatrizes provocadas, possuem vidas extremamente dignas, assim como os demais. Não ficaram fixadas a tal ponto de paralisarem as suas existências com queixas eternas culpando tudo e todos. Criaram formas ou saídas visando a uma superação. Transformaram os “quintais de sal”, no qual viviam, em plantações produtivas. Certamente, tiveram pensamentos mais indicados para reverterem os quadros totalmente adversos. Acreditaram na capacidade interior de mudarem aquilo que, momentânea ou aparentemente, era irreversível. Chamaram para si a responsabilidade com uma “inspirada maestria”, sem depositarem no mundo, necessariamente, as enormes frustrações pelas quais passaram. Os clãs de vencedores são exemplos de perseverança ou garra, para os seus descendentes. É claro que são agentes das suas próprias vidas, pois buscaram um controle do incontrolável. Cada experiência ameaçadora para o EU, na verdade, serviu como uma mola propulsora para um crescimento elevado e de um reconhecimento social generalizado.

Acreditar que podemos alterar o curso da nossa realidade é algo imperativo. Platão, dentro da sua genialidade, disse: “Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo”.

 

PSICÓLOGO/FONES: 3232677 ou 91629292/E-mail: ricardof.carvalho@uol.com.br


Escrito por Dr. Ricardo Farias Carvalho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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