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Gostaires Gonzalez o 'escrevinhador’. Natural de Santa Vitória do Palmar, reside em Rio Grande desde 1980. Autor de dois livros realçando as memórias dos GONZALEZ. Próprio de quem não quer deixar no esquecimento uma série de relatos que esclarecem uma nesga do tempo num lugar incomum.


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Maré vermelha!

quinta-feira, 09 de Agosto de 2012 | 11:13

Em maio de 1978, no centro de Santa vitória do Palmar ouve uma grande concentração de pessoas, um levante ecológico em defesa das águas, se tratando do Hermenegildo.

Atingido um mês antes, por um turbilhão de mortandade de animais marinhos, “a chamada maré vermelha”. Fenômeno totalmente natural dos oceanos, provocado pela proliferação de minúsculos vegetais dinoflagelados que expelem toxinas nocivas aos seres vivos...

Pois bem! Eu estava lá e presenciei o ocorrido nas manchetes e ao vivo.

Como decorrência da manifestação da cidade, saiu uma comitiva em procissão: autoridades, ecologistas, estudantes, professores, colunistas, pesquisadores e eu. Embarcamos numa caravana e de gaiato sem entender da gravidade do ocorrido: numa ressaca tempestuosa que sacudiu a costa sul, des do Cabo Polônio no Uruguai até o Hermenegildo.

No ar odor de ovo podre causado por gás tóxico sulfúrico, nas ondas uma cor marrom avermelhada em esteiras, a areia da praia coalhou de marisco morto intercalados a peixes se tornando inóspita a viveres. Não foi só: Golfinhos, Leões e lobos marinhos, no continente pássaros, gatos, cães, um cavalo e um humano na Barra do Chuí.

A comitiva a beira mar, inconformada num coreto improvisado buscava um culpado pra tanta fúria das ondas em vagalhões quebrando e ecoando ruidosamente, o vento varrendo a areia como querendo expulsar os intrusos intrometidos.

Eu gelado ouvindo discursos de quem queria uma vaga no plenário, um espaço na mídia ou sei o que! Com irritação na garganta tossia, os olhos chorosos provocavam coriza.

Sabia eu do epicentro, em abril de 1971, o navio cargueiro “Taquary” naufragou sobre um rochedo denominado “Ilha Rasa” próximo ao Cabo Polônio a quatro Quilômetros da costa, afundando depois por completo, transportava defensivo, agrotóxicos, soda cáustica sólida, dietylene olycol, dowzene, magnésio, propylene, etyleminine e mercúrio, tudo em túneis metálicos fechados.

Eu fiquei ate hoje confuso com a definição.

Maré vermelha?


Escrito por Goistaires Gonzales Acosta

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O Engenheiro

segunda-feira, 30 de Julho de 2012 | 11:54

Na década de noventa eu integrava o grupo Bertoli Arquitetos. Construía a ampliação frontal da APAE na Rua Duque de Caxias. Num tempo nada distante.

Na construção civil, trabalhávamos sem as exigências dos equipamentos de segurança: empoleirados sem cinto, sem luvas, sem seguro... Sob a periculosidade e insalubridade da segurança necessária. O sindicato da construção atuava, e eram implacáveis, preferencialmente sobre os salários, horários, rescisões...da peonada.

O escritório que integrava, construía e elaborava projetos para outras empresas e engenheiros civis. Entre eles, para o meu amigo PEDRO ALBERTO QUARESMA JEISMANN, que atuava na construtora AZ.

Pedro, engenheiro novato se destacava no oficio de construir aos seus vinte e oito anos de idade. Para Cálculos, soluções estruturais, marquises avançadas, lajes nervuradas, vãos esbeltos, na implantação da pré-laje, do fulget, nas fundações as micros estacas strauss... Continuava nas aplicações de aditivos, contenções, impermeabilizações, selantes, argamassas, concretos e concretos celular.

De administrador de fino trato as engenhosas criações, do acesso descomplicado as soluções imediatas – era um profissional respeitado, pois fazia questão de verificar in loco suas deliberações sem levar em conta esforços nem tempo.

No dia 12 de janeiro de 1993, Pedro embarcou numa viagem sem volta – Na Rua General Câmara no edifício Dona Florinda. Ao vistoriar um complexo de dutos de chaminés das lareiras - quando o jau que o conduzia por fora do prédio pelo lado oeste, ao alçar a altura do quarto pavimento, despencou uma das pontas.

Dizem que, quebrou o pino da catraca! Despejando junto três ocupantes do alto.

Tendo ai uma historia trágica e com desfecho dramático para os seis anos de casamento com Vera Regina e seu filho Pedrinho de seis meses.

Somente Pedro faleceu naquele dia fatal. Interrompendo seus sonhos aos seus vinte e oito anos, as dez horas e quinze minutos.

Faleceu o destemido e pouco precavido, definido como o responsável o ousado engenheiro das construções de grande porte da época.

Prestes há completar vinte anos da tragédia.

Eu fazia parte do circulo das atividades deste notável. Naquele dia estava ali e vi a hora que meu amigo subia aos céus.


Escrito por Goistaires Gonzales Acosta

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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