Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
Estudo realizado pela Associação de Consumidores de energia, a PROTESTE, nos indica que, doze anos após termos tido sérias dificuldades na área de energia , voltamos aos velhos hábitos, ou seja: desperdiçamos luz e não adotamos medidas alternativas. Nos últimos dez anos, apenas 32% dos consumidores brasileiros agiram para reduzir o consumo.
Segundo a Proteste, o brasileiro em geral é ansioso. Se não vê a possibilidade de ganho imediato com um investimento, acaba desistindo dele. Só 8% dos entrevistados fazem uso de painéis solares para aquecimento. A grande maioria ainda usa o jurássico e perdulário chuveiro elétrico. O pensamento é simplista: por que vou investir agora?
Investimos pouco em projetos arquitetônicos que fazem a circulação de luz e de ventilação, o que já reduz a necessidade de equipamentos para refrigerar ou aquecer os ambientes.
Em Rio Grande, temos ótimos escritórios de arquitetura. Recebemos o folder de um, STUDIO MAB-ARQUITETURA E DESIGN ( Josie@studiomab.com.br) , onde atua a jovem e brilhante arquiteta JOSIE ABRÃO - que podem oferecer inúmeras opções inteligentes não só de design, mas de economia de energia e sustentabilidade. O ganho maior não é com a economia de gastos, e sim no valor do imóvel, que ganha preço. Imóveis, mesmo reformados, ecologicamente corretos, tem sido vendidos mais rápido e por valores maiores.
Ótima notícia aqui no Folha publicada : Há postos de gasolina no Cassino cujo proprietário acredita e apostou em opções alternativas de fontes de energia. Vai ganhar! Além da economia no dia a dia, que compensará logo os investimentos, ganhará muito na conquista de clientes conscientes. Podem apostar!!!
Há outro motivo sério para se pensar em meios alternativos de energia. Teremos ( milagres inexistem ), aumentos em futuro breve nas contas de luz, como já acontece com o gás e vai acontecer com a gasolina. Some-se a isto, não é privilégio de Rio Grande ( CEEE – verdadeiro vaga lume, antes nos verões do Cassino, agora o ano inteiro ) o caos no fornecimento de energia elétrica. A gestão brasileira nesse setor é errática, politizada e negligencia riscos. Haja vista os apagões recentes no nordeste!
Assim, além de aplacar nossa consciência com o meio ambiente, vamos cuidar do nosso bolso. Se pensar em reformar ou construir, antes visite, consulte um escritório de arquitetura e invista sem receio em um bom projeto que contemple medidas ecológicas corretas, dentre elas a redução do consumo de energia. E no design também, por que ninguém é de ferro!!!
Pensem nisso!
Economista*
Semana passada estive em Montevidéu. A passeio, com minha mulher, em comemoração aos 40 anos de casados. Por lá passamos na lua de mel, em direção a Bariloche.
O Uruguai, mudou, mas não muito. Poder-se-ia dizer que é um privilégio ( desde que se tenha dólar no bolso ) viver lá e notadamente passear. O povo é hospitaleiro, educado e as ruas arborizadas e bem cuidadas lembram Porto Alegre em dia de domingo ( sem o mar de carros ).
Chegamos no dia 25/08, comemorativo da independência, em 1825. À época, a história nos mostra que o pensamento era bem diverso do de hoje. Dos 3 princípios basilares da independência, ressaltamos dois, hoje ao contrário: 1 – combater os imperialistas brasileiros; 2 – fortalecer os laços com as nações irmãs do Rio da Prata. Bueno, para o Uruguai conseguir alguma coisa hoje com a Argentina, necessita, segundo seu Presidente, recorrer ao Brasil.
Mas o DNA dos presidentes Mujica ( ex-tupamaro) e Cristina são o mesmo: POPULISMO.
O Uruguai, que se auto declara como socialista, possui características capitalistas fortes. Dois de seus melhores Cassinos, o Conrad, em Punta Del Este e o Carrasco, em Montevidéu, são privados, sob concessão do Estado. Dentre outras empresas.
As opções, em Montevidéu, não são muitas. A culinária – carnes - é de ótima qualidade, porém não muito variada e os pontos turísticos, poucos, se comparados aos nossos.
Isto pode ser bom. O economista Daniel Mcfadden, prêmio Nobel de 2002, diz que “Nossa capacidade de escolher é um recurso valioso e limitado”. E a psicóloga Kathlen Vohs, da Universidade de Minnesota, USA, mediu como o cansaço mental afeta a capacidade de julgamento. A sensação de que a vida foge do controle pode se dever não à falta de escolhas, mas ao cansaço mental para avaliar questões mais relevantes ( Revista Época, Ed. 597 ).
Nessa linha, Montevidéu ainda é um belo paraíso. Mas nem tudo são flores. O povo reclama da qualidade da educação e da saúde públicas ( gratuitas) , dos transportes públicos - os ônibus são humanizados, não tem catracas, como os nossos, mas são ultrapassados e nada cômodos) e os poucos trens, um caos terrível, caindo aos pedaços. Andar de carro – poucos podem comprar um – ainda é civilizado e tranqüilo.
Alguns bairros, como o Cerro, e o centro da cidade à noite apresentam graves problemas de segurança. A liberação da maconha não é defendida pela maioria da população, que já sofre com pessoas fumando em praças. Infelizmente, a maconha não é como o álcool, segundo alguns lá apregoam. Ela desencadeia processos psiquiátricos e neurológicos. O futuro nos mostrará o acerto ou não da medida.
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.