Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
Esta semana estive em São Paulo. Dia dos pais com filhos e neta. Semana passada almocei com o Diretor Internacional da Vale do Rio Doce, Econ.(Phd) Roberto Castello Branco, ex-diretor de Mercado de Capitais do Banco Central, de quem fui chefe de sua assessoria técnica.
Em São Paulo, fala-se muito no embróglio pela suspeita de cartel de empresas que prestam serviços aos metrôs de todo o mundo. Os paulistas me pareceram satisfeitos com a ação proativa de seu governador, Geraldo Alckmin, que mandou abrir inquérito para apurar se houve, de fato, e punir irregularidades. Diferentemente do governo Federal, quando eclodiu o escândalo do “mensalão” que, ao invés de mandar investigar, negou. Deu no que deu.
O mar não está para peixe em nossa economia. Mas, se soubermos surfar, podemos obter ganhos significativos no mercado de capitais. O momento é muito interessante para investimento a longo prazo. Há opções bem atrativas no mercado acionário e até no de títulos públicos. Nunca esquecendo, óbvio, de pesquisar produtos, comparar rentabilidade e riscos.
Duas gigantes brasileiras que atuam na Bolsa de Valores = Vale do Rio Doce e Petrobrás, divulgaram semana passada balanços que nos mostram queda no lucro do segundo trimestre, justificado pela alta de cerca de 10% do dólar no período.
Apesar de as ações das duas gigantes apresentarem queda no ano, analistas recomendam a compra de ações dessas empresas como investimento de longo prazo.
De 15 recomendações de analistas para ações da Vale, desde junho passado, 14 são para compra, segundo dados da Bloomberg News. O valor projetado para a ação em 12 meses varia na faixa de preço de R$41,00 a 54,00. Nada mal. Uma valorização estimada entre 36 e 80%. A Vale de hoje é muito diferente da Vale de alguns anos atrás. Está voltada para dentro do Brasil, com foco em mineração, na logística e na eficiência.
Paralelamente, a Petrobrás faz um excelente dever de casa. Conseguiu reduzir despesas operacionais e perdas cambiais de R$11 para R$3,1 bilhões no segundo trimestre. Verdade que usou de um artifício contábil, que alguns chamam de mágica, mas que é um expediente legal e tecnicamente válido: contabilidade de “hedge”. Essa prática, usada cada vez mais por empresas exportadoras, ameniza o impacto da valorização do dólar e permite vincular 70% da dívida em dólar à receita com exportações. Nada de errado!
O BB Investimentos recomenda a compra de papéis da Petrobrás, não só pelo resultado contábil, mas porque é esperado um aumento da produtividade com o início de funcionamento de novas plataformas, que Rio Grande tem ajudado a construir. A curto prazo, entendo, os resultados estão comprometidos. Já a longo prazo, é bom negócio!
Se for investir, pesquise, analise. E não deixe de olhar com carinho essas opções.
Economista*
Nerino Dionello Piotto/RJ*
Diz um ditado que, depois que se passa dos sessenta, são poucas as coisas que nos parecem absurdas. Mas...
O freio que trava o desenvolvimento humano do País, o sistema de nosso Ensino Médio, é uma delas. Ele possui um currículo pouco atraente e desatualizado. Segundo especialistas, professores mal formados e infraestrutura precária completam o quadro.
Não era assim. Não é saudosismo, se alguém achar que é, tudo bem, mas, haja vista a qualidade do Ensino Médio em Rio Grande nas décadas de 50,60,70 e hoje.
Dados do IDH para os 5.565 município brasileiros ( IDMH ) divulgados pelo PNUD ( Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento mostram que, na faixa etária entre 18 a 20 anos, 58,99% dos jovens não concluíram o ensino médio. O PISA ( Programa Internacional de Avaliação de Alunos ) da OCDE ( Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ) já havia mostrado, em 2009, uma foto pouco confortável para o Brasil: 53ª. posição entre 65 países, atrás do Uruguai, do México, Chile...
O Brasil melhorou, mas os outros não ficaram parados. Temos mais alunos em sala de aula do que antes, muito mais. Mas, temos uma realidade cruel, pois, como antes,hoje, ainda poucos aprendem, embora muitos freqüentem a escola. Isto entristece.
O número de Rio Grande no ranking do IDHM no que tange à educação ( 0,637 ) preocupa, pois põe em dúvida se estamos preparados para assimilar e usufruir os benefícios do rápido desenvolvimento da cidade. Não bastasse isto, há outras realidades papareias que, mesmo após os sessenta, ainda me chocam, e muito.
A falta de consciência e respeito ao meio ambiente. Basta circular no entorno da área da hidráulica e constatar o volume brutal de lixo e descartes jogados nas valetas. A maldade com que são tratados os cavalos atrelados em carroças que circulam pelas vias pavimentadas da cidade. Isto é Medieval! E os cães e outros animais errantes?
Espanto maior será se o IPHAE chancelar a desfiguração do Canalete. Para desafogar o trânsito? Pelo contrário, vai afogar ainda mais. Ele é uma barreira natural da cidade contra o uso exagerado de carros. Se fossem eliminadas as carroças das ruas, criados corredores expressos para ônibus, um circular tipo “fresquinho” que serve a linha Cassino ligando a cidade nova – onde poderiam ser os carros deixados - ao centro e boas ciclovias ( bicicletas são veículos para transporte, não só para lazer e esporte ) , e mais uma zona azul vigorosa e bem fiscalizada, duvido que não ocorreria uma sensível melhora. E a um custo mil vezes menor do que onerosas obras. E... de rápidas implantação, expansão e adaptação.
Mesmo depois dos sessenta, ainda,contradizendo ao ditado, muitas coisas em Rio Grande, no meu entendimento, não parecem, são absurdas. Vamos pensar seriamente nisso?
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.