Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
Estando na cidade, é impossível não trocar ideias com ouvintes da Nativa, com leitores do Folha Gaúcha, com ex-professores e ex-colegas de magistério da FURG sobre assuntos palpitantes e alvissareiros como a posse de nova reitora da FURG, a primeira mulher a assumir a reitoria, o novo Prefeito, sua equipe completamente nova e dentro de um modelo que surpreendeu muita gente.
Semana passada, no NATIVA DEBATE, sob o comando há mais de uma década de ALBERTO AMARAL ALFARO, debatemos com o ex-vereador e também candidato a Prefeito Julio Martins. Ele é inteligente, motoqueiro destemido que viaja até os Andes em duas rodas. Tem uma lógica de pensamento bem estruturada. MAS... concordamos em raros pontos. Mas democracia é isto, um exercício permanente.
Um dos pontos debatidos foi o fato de o Prefeito eleito, Alexandre Lindenmeyer, ter inovado e surpreendido muita gente. Trouxe auxiliares de fora, agregou um time da FURG à sua equipe. Julio defende que o Prefeito deveria entregar a rapadura, como fez Lula, em nome do poder. Disse que falou “para o pessoal do PT que eles não aprenderam nada com Lula...”. Ele entende que, para governar Rio Grande há necessidade de ser, como Lula o foi, pragmático e fazer alianças com vereadores e dividir o poder. Vaticiou: “é assim que funciona a política”. Com todo o respeito, não concordei e entendo que o Prefeito, ao não ter aprendido a lição com Lula, está fazendo um tremendo bem para a cidade. Vai ficar complicado? A responsabilidade pelas escolhas é dele e responsabilidade não se delega.
Tenho ouvido demais a pergunta: será que não tinha gente em Rio Grande capacitada para os cargos? Claro que tem, mas... não vejo assim de forma tão simples a questão. Formar um time para administrar uma cidade é um quebra-cabeça infernal. Entendo que a estratégia usada por Lindenmayer seja a de radiografar a cidade e ter opiniões técnicas – com visão outra, sem afetações, para suas decisões.
A transição foi tranquilíssima, Falei com Fábio Branco que está absolutamente sereno e feliz com os resultados de seus mandatos. E, lógico, gostaria de ter ganho as eleições, me disse, mas também que não guarda nenhuma mágoa e nenhum ressentimento.
A FURG, até então verdadeiro reduto de Clubes do Bolinha, se já era boa vai ficar melhor com uma reitora. Podem apostar! Mulher no comando é jogo de ganha-ganha!
Eu fui, antes de ser professor na FURG, um dos primeiros funcionários concursados da antiga Escola Federal de Engenharia Industrial. Com Alcione Olinto, Volnir Marques de Oliveira e poucos outros, , sob o comando de Cícero Vassão, estruturamos a faculdade que foi o embrião da FURG. Fico feliz com o que constato hoje.
Pode-se afirmar que Rio Grande está politicamente madura. Financeiramente bem na foto e tem todas as condições – agora com sua auto estima recuperada, para ter um belo futuro.
Economista*
Quem passou o 31 de dezembro no Cassino teve a sensação de estar tendo a energia municiada por vaga lumes. Foi um tal de apaga acende apaga acende apaga sem fim.
Durante o ano, a situação não é diferente, mas não tão caótica. Bastou um temporalzinho, chuva forte e..trevas!
A Presidente Dilma, que entende de energia, autorizou os brasileiros a gargalharem se alguém disser que os apagões que vem ocorrendo no Brasil são causados por raios, temporais...Segundo a Presidente, as falhas são humanas.
No caso da CEEE, entendo que o melhor não é gargalhar, e sim sentar e chorar.
Chorar pelo descaso de governos sucessivos com o tema energia no RS. O discurso do atual governo Tarso é correto: “deve-se pensar em políticas de estado, e não de governos”...Mas o discurso é um e a prática é bem diferente!
Nosso sistema de transmissão, não se precisa ser técnico no tema, basta andar pelas estradas e cidades gaúchas e observar o estado geral da rede aérea de transmissão. É lamentável!
Difícil é entender como os abnegados funcionários e terceirizados conseguem manter, mesmo como vaga lume, o serviço de fornecimento de energia elétrica. Um espanto a habilidade e dedicação das equipes que vivem penduradas nos postes apagando incêndios.
Até quando?
O Rio Grande do Sul, não é segredo, tem quase todas as condições e capacidades para ser receptor de recursos nacionais e internacionais de projetos de longa maturação.
O conhecimento e interesse da comunidade internacional financeira sobre nosso Estado são densos. E a desconfiança existe, para a indicação de alocação de recursos em projetos, em razão do precário e visível e lamentável estado de nossas redes de transmissão.
Dá para contestar?
Impossível. Concordamos com a Presidente Dilma: o problema é humano, de estratégia dos governantes.
É o nosso sentimento.
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.