Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
Retornamos de São Paulo, onde sentimos “clima” de insegurança e medo reinantes. É o retrato fiel do Brasil, onde temos imposto de rico e serviços públicos de pobre. Não é à toa que estamos na rabeira no ranking dos países que dão maior retorno dos impostos ao contribuinte. Em 30. Lugar, com carga tributária de 36,02% e IDH 0,718, atrás de Eslovênia = 17; Uruguai = 13. E Argentina = 21.
Mas, em compensação, se isto vale como consolo, em janeiro pagaremos em torno de 8% menos de IPVA, resultado da baixa dos preços dos veículos usados.
Quem for viajar, atenção: o dólar está ladeira a cima: se for para a Argentina, melhor levar em espécie, pois pagar em dólar pode reduzir despesas em cerca de 40%. Para outros sítios, melhor levar cartão pré-pago que sai menos 6% do que pagar com o cartão de crédito.
Bueno, e a corrupção ( que Deus siga nos livrando, em Rio Grande, desse terrível mal ), embora a impunidade tenha recebido a maior porretada da história com o resultado do Mensalão ( no qual o STF deixou claro que a Constituição é única, mas não unívoca, ou seja, suas regras não têm um único sentido ), está ativa no Brasil. Em São Paulo conversamos com políticos e jornalistas, chapas brancas e também de editoriais livres, sobre nosso mal-mor, e os antídotos que temos, como a Justiça, MPs, PF, RFB, BC, Legislativos....
Um dos antídotos à corrupção, sentimento geral que constamos, nossa Polícia Federal, deve, em virtude de tantos eventos, ficar feito cega em tiroteio. E, com sorte e competência, que não lhe falta, conta com arrependidos que resolvem livrar suas consciências de pesos maiores, como o cidadão ( na verdade pressionado pela esposa ao se deparar com envelopes contendo muita grana em casa ) que decidiu denunciar um esquema de fraudes de pareceres para concessões e serviços ao Porto de Santos e em agências e órgãos reguladores federais. A seqüência dos fatos, todos sabemos. Resultou na Operação Porto Seguro, da PF, na exoneração e indiciamento da Chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo, indicada e amiga pessoal de Lula, e também do chefe da Quadrilha, preso, indicado por Lula em 2009, rejeitado pelo Congresso e re-emplacado por pressão do governo em 2010, como diretor da ANA ( Agência Nacional de Águas), mesmo com parecer contrario da Comissão de Constituição e Justiça( CCJ ). Lula se disse, de novo, apunhalado pelas costas, como no caso do Mensalão. Um espanto! E Valdemar Costa Neto, deputado e recém condenado no Mensalão, foi pego, de novo, na operação Porto Seguro da PF com a boca na butija.
Temos de rezar – e também agir proativamente, como o fez a esposa do funcionário arrependido, para que consciências pesem e que os MPs não sejam impedidos de investigar, como é o desejo de muiiiiitos deputados manifestado em PEC ( proposta de emenda à Constituição ) . Devemos nos manifestar por todos os meios. Com a colaboração da imprensa livre, de vereadores, deputados e servidores probos e conscientes e esposas ciosas dos efeitos deletérios da corrupção e mal feitos sobre suas famílias. E de dedos sadios, não podres, podres de governantes nas indicações...O Brasil agradece!
Economista*
O mundo em que vivemos, aldeia global, está longe de ser uma aldeia homogênea.
Como dissemos aos leitores na semana passada, pauta é sobre os EEUU e a “Big Apple” ( Nova Iorque) , onde estamos .
Os americanos do norte ( nós também somos americanos, só que do sul ), cidadãos da economia mais forte do mundo são realmente diferentes. Praticam a democracia à exaustão. Haja vista a escolha recente que fizeram para Presidente, ao reeleger Obama.
A escolha foi pautada em propostas, diferentes barbaridade. Romney prometia cortar 25% dos impostos no primeiro dia e iniciar uma guerra comercial contra a China; Obama, o oposto: embora a favor do “made in America” disse que seria maneiro com a China (empresas americanas têm parcerias na China) e prometeu, elevar os impostos e brigar por mais empregos. Tudo às claras, sem subterfúgios, sem promessas – como estamos acostumados a ver no Brasil – vagas. Romney negaceou com relação as propostas de levariam a melhora do meio ambiente, estimularia gastos militares e seria contra o sistema de saúde mais abrangente, o chamado “Obamacare”. Obama é mais sensível aos problemas do clima no mundo. Tirou tropas do Iraque e aposta em investimentos em energia limpa. E, claro, vai seguir, como até então, ampliando os gastos sociais. Já Romney os cortaria na própria carne.
O povo americano viu propostas polarizadas e fez a escolha. Mesmo em áreas sem energia ( em razão do furacão “Sandy”, o que se viu aqui foram muitas pessoas, embora sem obrigação de votar – aqui vota quem quer – e sem casa-destruída pelo furacão, comparecendo às urnas.
Bueno, Nova Iorque, um mundo à parte dentro do outro mundo. Cosmopolita por natureza, rica cultural, financeira e economicamente, organizada, limpa, mesmo depois do pior “hurricane” ( furacão ) da história , oferece atrativos para se ver tantas vezes se possa: High Lines Park ( parque elevado num antigo viaduto ), Central Park, Metropolitan Museum, Broadway, Rockfeler Center - onde sempre vale a pena subir ao último andar – Pier 17, Estátua da Liberdade, Central Station ( trem e metrô ) com seus magníficos mármores e vitrais e lojas e confeitarias e padarias - NYC Library, Lincoln Center, onde se pode assistir um concerto ou ópera e jantar na redondeza, Moma, lojas como Macy’s, Sacks, Lords and Taylor, Bloomingdale’s, Berghoff & Goodman, Paragon Sports, Nike, Apple ( aberta 24 hs e sempre lotadas ) , etc.
Nem tudo são flores. Há problemas, ainda, com algumas poucas linhas de trens e metrôs da área sul de Manhatan. Aqui sem transporte público ( que é eficaz ) fica complicado de se locomover. Principalmente para quem mora longe e na área do extremo sul da cidade. Pela cidade ( Manhatan ) não, porque se faz tudo praticamente à pé e o sistema foi completamente restabelecido em menos de 24 horas após a tragédia. Ocorre que a água salgada de ondas gigantes invadiu túneis de trens e metrôs na parte sul da cidade e destruiu equipamentos que funcionavam bem Há cerca de 108 anos. Aí ficou complicado. Há ainda muita gente sem casa e também muitas áreas sem luz, pois a destruição foi brutal. Mas a capacidade de recuperação é admirável. Ninguém esmorece e a solidariedade é total.
O bom, aqui, em termos de assistência financeira, é que o Banco do Brasil abre até aos domingos e presta uma assistência personalizada aos brasileiros.
Desejamos um ótimo final de semana a todos e até a semana que vem. Embora velho, como bem escreveu nosso diretor presidente e redator chefe Dr. Alfaro, ( em brilhante e denso artigo, profícuo como sempre e no qual demonstra sua generosidade e respeito para com os mais velhos – somos testemunha pessoal disso e lembramos de seu carinho e atenções para com seu velho e saudoso tio e nosso amigo e irmão “Doro Talayer” ) mas ainda com gás e aproveitando até onde possa, faremos a próxima coluna de São Paulo, onde temos uma festa de aniversário antes de viajarmos para nosso lar no querido Cassino.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.