Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
No início deste ano estivemos na rádio Nativa,conversando com os jornalistas Fábio Beiffus, Lídio Lima e José Valerão ,no programa Manhã Regional, sobre nossa preocupação com a possibilidade de surgimento de bolha imobiliária em Rio grande , em razão da disparada para cima dos preços dos imóveis em nossa cidade e, também, em face da possibilidade de redução das fontes de financiamento”(leia-se FGTS)”. O tema ficou registrado, em matéria de Fábio Beiffus, no Folha Gaúcha.
À época recebemos diversas manifestações de concordâncias e discordâncias, nada mais natural, pois o tema é realmente polêmico.
Agora, o FMI( fundo monetário internacional) alerta, em recente relatório, para riscos de surgimento de bolha imobiliária, no Brasil. A análise do FMI baseia-se no fato de que, com a queda dos juros ( SELIC) paga pelo governo brasileiro,muitos investidores irão buscar opções de ganhos substantivos. O mercado imobiliário seria uma opção.
Rio grande, além do fator “ expansão acelerada de crédito para o setor imobiliário”, está atravessando fase severa de aumento de demanda por imóveis residenciais e comerciais. Adicione-se ainda, o fato da baixa remuneração de outros investimentos financeiros ( notadamente títulos públicos). É muita lenha na fogueira.
Nosso alerta permanece no sentido de as pessoas evitarem especular com imóveis. Constata-se ,em várias cidades brasileiras, pessoas adquirindo imóveis na planta, com o intuito de revendê-los com lucro. Em tese a operação dá bons resultados. Mas o risco é grande, pois se a pessoa não tiver bom cadastro para obter financiamento, e não tiver comprador disposto a pagar o valor pedido, poderá “micar” com o investimento e perder dinheiro.
A turbulência global nos traz números preocupantes, como por exemplo, a forte queda dos resultados da produção industrial brasileira, que, em junho, encolheu 5,5% ( a maior queda desde setembro de 2009).
Assim, em razão do conjunto de fatores da economia, seguimos com a convicção de que é saudável refletir e avaliar bem sobre compra de imóvel com objetivo especulativo.
Pensem nisso.
Economista
nerinopiotto@globo.com
Depois do carro, das viagens de avião, da TV de plasma e LCD a nova classe média brasileira – que cresceu barbaridade notadamente em Rio Grande, parte para investimentos mais arrojados.
Dados estatísticos conhecidos dos últimos cem anos, nos mostram que o “ranking” dos investimentos segue a seguinte ordem, em termos de rendimento: Ações, títulos governamentais e imóveis.
A Classe média tradicional sempre teve a poupança como seu investimento preferido. Ela apresenta grau de segurança elevado e rentabilidade líquida, ou seja, isenta de imposto de renda, o que libera o aplicador de fazer exercícios para ver o que realmente está recebendo de rendimento.
Ocorre que o mundo está mudando, muito e muiiiito rápido E os hábitos de investimentos também. Antes operações de maior risco, como aplicações em bolsa ( ações ) , eram quase exclusividade de pessoas com recursos de sobra e sólido conhecimento de finanças.
Hoje, observa-se que o perfil dos investidores de corretoras de valores é bem diferente daquele de 10, 20 anos atrás.
Quase metade é constituído de pessoas que mudaram de padrão de renda nos últimos anos.
O que a nova classe média, hoje, mais procura nas corretoras/bancos é Previdência Privada, Papéis do Tesouro Direto e ...pasmem: Ações. O “feeling” está – a nosso ver – excelente!
A nova classe média ainda é conservadora, mas já percebeu que é possível poupar, por exemplo, 100 ou 200 ou 300 reais por mês para ter uma aposentadoria mais tranqüila.
E também investir em Tesouro Direto, que permite aplicações a partir de R$30,00 ( patamar de aplicação recentemente estabelecido ). E até em ações, seja por meio de fundos ou compra direta dos papéis, que rendem dividendos. É como se fosse um aluguel de imóvel! Mas.... Com liquidez, eis a grande vantagem das ações sobre os imóveis. Além de você poder vender uma parte, se necessitar, e em um imóvel não.
Esta é uma nova e longa jornada. Segundo o economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas ( FGV ), os agentes financeiros demoraram a enxergar o potencial da nova classe média. Por exemplo, o BB e instalou sua estrutura de “Private” em Pelotas, por questões geográficas e não identificou o potencial papareia.
Lembramos que esse público representa 55% da população brasileira, mas necessita de uma abordagem especial, cuja técnica ainda vem sendo desenvolvida pelos Bancos e demais agentes financeiros.
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.