Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
O Brasil tem 5,5 habitantes por veículo (automóveis, caminhões, ônibus e comerciais leves ). A Argentina tem 4,21, a Coréia do Sul 3,56, o Japão 2,14, a França 2,01, a Alemanha 1,9. E.....Rio Grande tem 2,2 habitantes por veículo.
É bom ou ruim? Não vou, neste artigo, entrar na polêmica. É fio desencapado energizado! Mas vou deixar claro que em Rio Grande não identifico políticos com inteligência voltada para o mal e nem burros. Ponto favorável. Segundo o poeta e psicanalista mineiro Hélio Pelegrino, um dos fundadores do PT, a inteligência voltada para o mal é pior do que a burrice.
O fato é que, na história econômica mundial, a alta na relação entre habitantes e veículos é antiga em países ricos. Os EEUU e o Reino Unido estão perto da relação de um habitante para cada automóvel.
Pra quem acha ruim o fato de não poder estacionar, hoje, em Rio Grande, com folga como há 10 anos, uma má notícia: Segundo o Presidente do Conselho Mundial da Ford, Bill Ford, até meados do século a frota mundial vai passar do 1 bilhão atual para 4 bilhões.
Só nos resta, então, transformar o limão em limonada. São José dos Campos, SP, está atenta e faz planejamento com ano/meta projetado para 20 anos e atualiza a cada 5 anos. E bota na planilha um cálculo da capacidade de suporte do sistema de circulação que coloca limites potenciais construtivos legalmente permitidos pelas leis de zoneamento. Assim espera evitar o caos urbano a exemplo do vivido pelos paulistanos.
Tenho batido, há anos, na tecla que a ligação Rio Grande – Cassino ( RS ) deveria ser municipalizada. A Prefeitura é ágil, haja vista a rótula da Junção. Obtida a autorização do DAER, arregaçou as mangas e...está quase pronta. O projeto da duplicação da RS foi mal feito, tomara que sem malfeitos. No mundo todo se constrói ciclovias ( baratas, ajudam em vários aspectos na melhoria da qualidade de vida, do meio ambiente...) ao lado das vias. O DAER comeu mosca e nós vamos sofrer com engarrafamentos, com vidas perdidas, gastos materiais e emocionais irrecuperáveis, bem feito, por aceitarmos esse cabresto.
Ainda há tempo de corrigir esse e muitos outros mal feitos. Se não, vamos enfrentar – em nossa cidade – em breve, em vários pontos, como já enfrenta quem sai do serviço na Barra e deseja ir para casa na cidade, brutais e irracionais engarrafamentos. E que Deus siga nos livrando dos malfeitos de corrupções, mal até agora distante de nós. Com a palavra os senhores candidatos a Prefeito e Vereadores.
Economista*
O Governo Federal, utilizando o poder de fogo de armas estatais, como o Banco do Brasil – para desespero de seus acionistas, as cotações ações do BB despencaram, decidiu encarar o problema dos juros altos e lançou – sob fortes críticas de economistas, empresários e sindicalistas, o sexto pacote de estímulo à economia desde 2008.
O Plano, no montante de R$60,4 bilhões, inclui medidas de desonerações, barateamento e aumento do crédito, incentivos à produção nacional de veículos, dentre outros, tudo para tentar fazer o Brasil crescer este ano 4,5%. O Prof. Da USP Fábio Kanzuc opina que as medidas foram tímidas e são repeteco do passado. Alerta que o governo – “ao eleger alguns setores – pode ter escolhido mal, que deveria ter dado medidas gerais, que elevariam a competitividade da indústria” . O Deputado Paulo Pereira da Silva ( PDT-SP) e presidente da Força Sindical, reclamou que, “com o câmbio a R$1,80 ( o pacote não toca em câmbio ) não tem empresa que aguente” . Tem razão, a nosso ver, o Paulinho. E concordamos em termos macros com a avaliação do Prof. Fábio Kanzuc. Entendemos que o impacto será pequeno na economia como um todo, o que poderá não contribuir para alcançar o objetivo plenamente.
O ponto alto, a nosso ver, é a desoneração da folha de pagamentos. Isto ajudará a reduzir o custo fixo das empresas – que pagarão mais ao faturarem mais. É justo! E deverá ter impacto positivo sobre os empregos, que deverão crescer. Mas.....Outro pacote...
Este municipal, vem gerando muiiiiitos aplausos. É da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Dentre as medidas, a cobrança de IPTU progressivo de prédios mal conservados e a destinação comercial a prédios tombados. Mas a campeã em aplausos demorados é um decreto do Prefeito, com validade a partir da publicação em Diário Oficial ( com base no art. 1.276 do Código Civil, que estabelece que o imóvel urbano abandonado pelo proprietário e não conservado “poderá ser arrecadado, como bem pago, e passar, três anos depois, à propriedade do município ou à do Distritito Federal” ). Autorizará o Município a vender imóveis abandonados e com débitos de IPTU, repassando ao proprietário ou depositando em juízo o que exceder ao valore devido à Prefeitura. Gol de placa!!!
Rio Grande – se adotasse as ideias - contribuiria para oxigenar nossa cidade, melhoraria o visual poluído de cidade com casas e mais casas com janelas e portas “seladas”, não raro ponto de consumo de drogas pesadas e de risco para a vizinhança - e estaria contribuindo para a equação de um grave problema: a falta de imóveis em Rio Grande que obrigam trabalhadores e executivos a residirem em Pelotas. Com a palavra os Senhores candidatos a Prefeito e Vereadores!
Vamos pensar nisso?
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.