Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
A ameaça de um “tsunami” no sistema financeiro mundial passou ao largo da costa.
O risco de uma inédita moratória (vulgo calote) da dívida dos americanos do norte (Estados Unidos da América) foi temporariamente afastado. Mas a incerteza ainda paira como um fantasma sobre a economia mundial.
O cenário na Europa é dos piores. Mas....quando uns perdem, outros podem ganhar. O baixo crescimento dos desenvolvidos (Brasil fora) mantém a perspectiva de desequilíbrio mas acende um baita farol aos países emergentes. Quem sabe faz a hora, já diz o ditado. E a oportunidade é agora, para que os emergentes olhem para seus mercados internos.
O Brasil – hoje – tem uma boa proteção externa, graças às reservas internacionais. Mas, internamente, está vulnerável. O Economista, ex-Diretor do Banco Central e Diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) defende a idéia que a hora de o Brasil eliminar o déficit público nominal (gastar só o que arrecadar) é agora. Com isto, criaria uma proteção interna também. Os riscos de crise são reais. “O pior cenário seria um ajuste mal feito”, afirma Langoni. Um dos problemas do pacote que superou a questão da dívida americana é que os cortes ainda serão definidos. Pior: em meio a uma disputa política.
Rio Grande, em meio a essa baita crise, diferentemente de outras cidades brasileiras, tende a sair fortalecida. Os emergentes (Brasil dentro) vão olhar com carinho seus mercados. E nós, em Rio Grande, estamos nos preparando para fabricar plataformas que operação no pré-sal e poderemos até fabricar pontes de aço, a exemplo da China. Enquanto muitas cidades se desindustrializam, nós estamos de passo certo, no rumo certo.
Mas nosso povo tem de ficar ligado. Até agora, nossas autoridades estaduais , federais e precipuamente as municipais tem agido com sabedoria e competência. Não podemos perder o rumo! Rio Grande tem problemas? Tem. Muito menos do que se poderia esperar. Em uma análise de “custo x benefício” estamos no lucro, bem azul. A peste da corrupção, que mata homeopaticamente, mais que as guerras, ainda não assolou nossos pagos. “TOC, TOC, TOC...”
Mais: algumas das últimas novidades da área federal nos favorecem: financiamento da inovação, redução da carga trabalhista de setores que empregam muito é tudo de bom para Rio Grande. Para outras cidades não se pode dizer o mesmo, pois incentivo fiscal para indústria de automóveis (não é o nosso caso) e a ressurreição do “crédito-prêmio” dos anos 1970 por meio do programa Reintegra (coloca grana na mão do exportador) podem ser desastrosos.
Economista*
Os assuntos, polêmicos por natureza, mostram que Rio Grande não tem tido medo de se antecipar a problemas de mobilidade urbana que ocorrem notadamente em cidades que sofrem fortes processos de desenvolvimento como o que estamos atravessando.
E ainda vem muiiiiiito mais a caminho. Hoje pela manhã participamos, na Prefeitura, a convite do Secretário municipal Gilberto Pinho, de palestra técnica – verdadeira aula de otimismo e lógica – proferida pelo Eng. Ivo Dworschak, Vice-Presidente da Engevix Construções Oceânicas.
A Engevix, segundo seu vice-presidente, deverá empregar além dos 400 postos atuais, mais 4.500. E está não só preocupada, mas apresentado alternativas inteligentes, viáveis e de operação rápida para o alívio do estresse natural que isto causará, pela pressão que será efetuada sobre todos os sistemas (habitacional, educacional, de saúde, viário...) em nossa cidade. A escolha de Rio Grande é motivo de orgulho. Temos de fazer a nossa parte!
Muitas pessoas não conseguem perceber que mudanças são necessárias antes que o caos se instale. Compreensível o temor. Bulir com rotinas é encrenca em potencial. Mas o poder público tem a obrigação de fazer.
ZONA AZUL – O articulista foi um dos primeiros a se manifestar favorável (coluna de Economia – Jornal do Cassino) à medida, brutal, impiedosa e injustamente criticada por muitos, quando ainda em gestação. Hoje se constata movimentos e entidades de classes pela ampliação da “zona azul”. É o caminho natural, inevitável.
INTEGRAÇÃO DOS TRANSPORTES – No mundo todo é tarefa altamente complexa. Não há modelo pronto para ser copiado. E Rio Grande paga o preço – como chamamos em economia – do aprendizado. A idéia é tão boa que muitas cidades, como Porto Alegre, já trilham o mesmo caminho. Lógico que linhas como a que servia os campi do Centro e Carreiros da FURG deveriam ter dinâmica diferenciada. Esse custo é normal e se corrigem os equívocos ao longo do tempo. Problemas pontuais não invalidam o sistema.
O próximo passo natural? Com o que deve acontecer em São José Norte, em termos de implantação de empreendimentos, deverá ser a integração ônibus/barcas. A modernização, inclusive com novos equipamentos, deste sistema já passou do ponto e será inevitável em curto espaço temporal.
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.