Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
A Prefeitura de Rio Grande, como o Governo Federal, age , em muitas frentes, como agem os bipolares. Na União, o caso emblemático é a aceleração pelo BNDES e o pé no freio pelo BC.
Em Rio Grande, a nosso ver, há secretarias que agem proativa e inteligentemente e já outras....
É o caso do nó no trânsito e do insucesso da tentativa de integração de linhas de ônibus. Limão é usado para talhar o leite, para depois se fazer o doce. No caso, limões seriam os PHds, encontrados na FURG. No geral são difíceis no trato ( resistem à burocracia e à rotina – por isso são bons em pesquisa...) mas conseguem ver, por seu melhor preparo o que os técnicos em geral não conseguem. São ácidos nas críticas, mas fundamentais para o doce.
A FURG ajuda a cidade, há o reconhecimento e o agradecimento. Ninguém duvida. Tivemos, semana passada, os testemunhos pessoais, aqui no Rio, de um Secretário da Prefeitura e do Vice-Reitor da FURG. Bonito de ver. Emocionante. A cidade em primeiro lugar! Mas... nos arriscamos a dizer que estão faltando PHds nas paradas da Prefeitura. E o caso do trânsito é emblemático!
Trânsito, semáforos, transporte público...o planejamento não é tarefa para práticos. Requer profundo conhecimento de estatística, matemática, lógica.... Na COPPE/UFRJ, um dos primeiros exercícios que nos foi dado a fazer – num pós-graduação, foi o cálculo – com uma montanha de variáveis ( horários, número de veículos, velocidades ) do tempo dos semáforos em uma via. Cálculo mal feito e o resultado seria um nó no trânsito.
A FURG tem estudos = com resultados positivos já comprovados = de criação de camarão e de linguado em cativeiro. É um dos grandes desafios do mundo. Ela venceu e parte na frente. Os especialistas da FURG merecem toda a admiração e reconhecimento por terem montado uma das equações mais complexas da pesquisa voltada para a economia real.
Bueno, se Rio Grande tem limão na FURG e já demonstrou que é capaz de criar peixe e camarão em cativeiro ( trilhões de vezes mais complicado que equações para o trânsito e linhas de ônibus) e tem bons técnicos operacionais, o que está faltando?
Faltam cadinhos para juntar tudo e se extrair o melhor para a solução dos inúmeros mas solucionáveis problemas que afligem Rio Grande – já esperados - advindos com o crescimento.
Vamos pensar nisso?
Quem acha que lixo é coisa para catadores ou urubus está redondamente equivocado.
O Rio de Janeiro, dentre as 27,2% das cidades que possuem aterros sanitários controlados, está mudando para ainda melhor.
Será inaugurado uma central de tratamento de resíduos que receberá todo o lixo da cidade do Rio ( nove mil toneladas por dia ) bem como de outras cidades como Itaguaí e da própria Seropédica, onde se localizará o aterro. A empreitada é muito grande para ser bancada só por uma cidade! Esta tem sido uma constante em cidades proativas.
Novidade: Quem vai tocar o empreendimento? Três jovens executivas ( Luzia Galdeano, Priscila Zidan e Adriana Felipetto). O desafio: transformar essa montanha de rejeitos em um ativo ambiental. As damas do lixo estão causando “frisson” e inveja aos descrentes.
Onde o lixo é tratado, não há catadores e nem urubus, dizem as executivas.
Hoje recebemos notícias de que ocorreram ventos de cerca de 100 km por hora no Cassino.
E o que o estado das ruas e vias, já crítico, ficou ainda pior.
Nosso código de posturas é bom, bem feito. Mas nosso bairro carece de fiscalização. Ela é muito tímida, quase inexistente, embora fiscais existam.
Nossa gente também não se importa muito, não toma providências, quando muito se queixa ao seu Jornal, não coloca na prensa o vereador que elegeu e, ao primeiro sinal de sol e praia parece esquecer as agruras que se repetirão no ano seguinte.
Bons exemplos – com iniciativas de sucesso não faltam para serem copiados e seguidos.
Os exemplos da organização conquistada nas praias do Rio e agora com o lixo poderiam estimular nossos vereadores e Xerife do Cassino a se organizar. Outra das muitas cidades que conseguiram se organizar foi São José dos Campos(SP). É possível, é viável.
Conviver com a desordem, caminhar literalmente pelo meio do lixo que é despejado nas ruas do Cassino é uma opção que pode e deve ser revertida.
Quem sabe alguma(s) bela(s) dama(s) se habilita(m) a executar um choque de gestão e de ordem, notadamente no Cassino? Pelo que se vê, os barbados não estão dando conta do recado.
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.