Você já percebeu que o tempo não dá tréguas.
Vejam só!
Lá se vai mais um ano.
Para trás ficam as experiências vividas, os planos concretizados e também os sonhos desfeitos. Pouco a pouco, viram-se as páginas da vida, e o que temos em mãos é um belo e sugestivo álbum de lembranças.
Para alguns o tempo é um momento nostálgico, para outros um suspiro de esperança. Algumas imagens do álbum nos causam alegrias, outras tristezas: tudo neste mundo é assim mesmo.
Geralmente vivemos fora do tempo: ora no passado ora no futuro!
O que precisamos aprender não é simplesmente lembrar o que é bom, também esquecer o que é ruim e nos permitir o tratamento, buscar a cura das coisas que afetam a mente.
O ANO NOVO nos convida a olhar e andar para frente, e é isso mesmo que devemos fazer! Viveremos novos sonhos, desafios, trabalhos, novos relacionamentos; todavia o que importa é que Ele (Ano Novo), que comece "Boas Obras" em cada um de nós e haverá de continuar do nosso lado, pois "o TEMPO e a FÉ", acredito serem os únicos sustentadores de nossas vidas.
Creio invariavelmente que muito maior do que nossas almas, e muito mais importante também, é o sopro de vida em cada um de nós.
Sim. Desejo a todos, um Feliz Ano Novo!
MaNOEL foi na venda, num pitungo mundo a fora demorando horas, justamente no seu dia de folga. Onde ele é peão fica distante da cidade, da qual, só se vê um clarão no céu nas noites de tormenta.
MaNOEL é simpático, um índio loco de "bam" que passa horas falando só, planejando a lida e reprogramando a rotina. Os animais de pátio o procuram, pois ele os obsequia com pão, verduras, leite e ainda pica milho para os passarinhos. Com os guris dos companheiros, joga bola, conta piadas e cata vaga-lumes...
Da venda: voltou trazendo metade do salário em arranjos coloridos, rapaduras, balas, foguetes, bonecos e cavalinhos de madeira...
- Ora, pra quem"Adivinha"
- Para os filhos do patrão - "proprietário dum mundão de terras" - a perder de vista!
Ah! MaNOEL além de ser "bam" rapaz, é solteiro mais parece um desamparado, vindo da fronteira, coisa que se nota nas vestes, na pele queimada pelo sol, nos dentes e no tom do seu falar.
Claro, das compras: presentes para celebrar o nascimento do peãozinho, aquele da cama de pastos, amigos das vacas, lá de Belém. Alguém que ele só ouve falar. Até ensaia um sinal da cruz e se descobre do chapéu quando se trata de "Cristo".
MaNOEL entusiasmado, não sabe ao certo se no Natal se arma fogueira, queima-se Judas ou fica-se esperando o cometa dos Reis Magos.
Do peãozinho recém nascido: o renovador, o salvador, o predestinado, MaNOEL comprou para presentear uma estrela iluminada, para ser dependurada na fazenda, a noite no alto das árvores.
- Natal trás um bom presságio!
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.