Maysa minha prima, tinha uma amiga que morava em sua casa na cidade, chamada Marina, dois anos mais nova. Eu tinha menos idade que elas e gostava da Marina.
Elas andavam sempre juntas. Eu não tinha paradeiro era uma espécie de itinerante: meu trabalho era assim, queria ganhar a confiança de Marina e pedi ajuda a Maysa.
Foi quando descobri que a moçinha gostava de mim.
Um dia estava sozinho na campanha, uma fazenda modesta e carente de comunicação, luz elétrica e outros confortos. Rendia a folga do caseiro: cuidava dos viventes de pátio, almasegos, e zelava pela segurança do patrimônio. No aconchego da vida rural, estar sozinho é triste e desanimador para quem é jovem principalmente aos feriados.
Ao dia, dispunha de duas linhas de ônibus, uma ida e outra a volta. Quando que de repente, quase ao anoitecer de sexta-feira o ultimo ônibus (ida) parou e desceu Marina com uma mala, com a intenção de visitar minha mãe e ficar o fim de semana.
Aos dezoito anos de idade Marina uma garota de belas curvas, morena, cabelos negros longo, toda fofinha, nesse momento vestia saia jeans, camiseta branca e botinha preta. Incluía em suas vestes laçinhos, rendinhas, lantejoulas, florzinhas e pulseiras tantas, o que a tornava mais linda.
Feliz e sorridente, nem se importou de não haver mais alguém além de mim.
Nem podia, pois não havia como voltar!
Estava numa reunião em pelotas, no Teatro 7 de Setembro. Confraternizando a formatura em Enfermagem do meu irmão Jorge Osni, pela faculdade Anhanguera.
O ambiente Repleto de pessoas, todas entusiasmadas com os formandos pelo sucesso de uma turma de pessoas maduras: aplaudiram, assoviaram, explodiram balões, apitaram, assopraram com vuvuzelas, lembrei das formaturas quando realizadas na SAC no Cassino.
Depois da colação de grau, um cerimonial fantástico, descontraído a confraternização continuou, num restaurante aconchegante. Éramos umas quarenta pessoas, num clima alegre, houve um rápido discurso, agradecimentos, presentes... Na seqüência um grupo de garçons providenciou um delicioso jantar.
Estava lado a lado meu irmão e eu, um senhor aparentando uns sessenta anos, sentou à mesa a nossa frente. E começou a contar uma história a respeito da igualdade das pessoas, mesmo que algumas não se preparem tanto quanto outras (sermão).
Duma maneira bem sintética, assim:
-Um jornalista, fretou uma canoa para atravessar um rio, com um caboclo pacato, bom de remo, queimado do sol. O jornalista muito falante, enquanto admirava a habilidade do caboclo ao remar, perguntava:
Você fala inglês? Você já esteve nos EUA? Você já andou de avião? Conhece elefante? Lida com computadores?... As respostas eram sempre não ou nunca.
E após o jornalista dizia eu sim ou já!
Quando a travessia do rio passava da metade do rio, a canoa começou a afundar, o caboclo perguntou ao jornalista:
-Você sabe nadar?
O jornalista respondeu: não.
-Pois eu sei. Disse o caboclo.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.