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Ana em 1968

segunda-feira, 29 de Agosto de 2011 | 16:10

Aos seus vinte anos de idade a filha mais velha dum grupo de quatro irmãos.

Seus pais compraram uma linda casa na cidade. Onde passei a freqüentar periodicamente ou quando era chamado. Ali prestava um tipo de serviço incomum e muito valorizado.

Ana era muito vaidosa, clarinha, olhos verdes, cintura estreitinha, pernas grossas, dona dum pezinho pequeno e na mão: dedos longos, fininhos. Fazia exercícios euróbicos e pegava sol na varanda de casa. Lia, escrevia, estudava o tempo todo e gostava de cozinhar.

Meu serviço não tinha remuneração, horas marcadas e compromisses rotineiro. Era o melhor do mundo. Quando ela saia para as compras, eu sempre ia com ela.

De blusinha pequena, shorts, tamanquinho e cabeleira ruiva ao ombro. Uma grande pulseira, brincos, e óculos escuros exagerados. De lábios corados, unhas felinas e uma bolsa vermelha debaixo do braço.

Vistosa, elegante, maravilhosa...

Eu feliz, me sentindo na coleira a tiracolo.

Todas as pessoas: moços, velhos, mulheres... Todo mundo fica olhando, pareciam estar à espera às treze horas pra ver a professorinha passar, toda formosa escolhendo na calçada onde pisar.

Era um monumento moderno cheio de graça que enfeitava a avenida, o mercado, a fruteira e a escola onde lecionava.

Ela gostava de ficar sozinha em casa sem o incomodo dos irmãos.

Então eu era chamado.

Que felicidade sentia quando a família dela viajava a Pelotas e nós ficávamos sozinhos em sua casa: corria no pátio amplo, limpava tudo, varria, estendia roupas, molhava as plantas, lavava louças. Depois ela passava a mão nos meus cabelos me acariciando.

Almoçávamos e íamos à cesta.

Eu deitava no braço dela e ela dormia.

Eu. Eu não! Ficava quietinho só pra ficar mais tempo.

A tarde trazia lenha do galpão, fazia fogo e do galinheiro buscava ovos pra fazer ambrosia.

Que vida doce, de sorrisos, mão no rosto, cabelos soltos, roupas esvoaçantes, perfume e muitos beijos de recompensa.

"Aninha" minha prima, só gostava de mim.

Num tempo em que eu era criança..


Escrito por Gostaires Gonzales Acosta

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Encanto - Última Parte

segunda-feira, 22 de Agosto de 2011 | 14:11

Não me arisco sozinho em águas mansas e mesmo que rasas.

Veja só, o quanto curiosa é a "rota dos cavalos".

No principio da civilização do nosso continente, alguns desbravadores aportavam onde hoje é Montevidéu. Nesta terra adentraram subindo apartir "da Prata" pela costa, se embrenhando num saco cercado por águas, do Chuí a Rio Grande.

Os desbravadores, também aventureiros, uma vez sem saída no originário Campos Neutrais (atual município de Santa Vitória do Palmar), auxiliados por canoas atravessavam rumo a Jaguarão com os cavalos lagoa Mirim adentro à livre arbítrio.

Então "Tália" não se mostrava generosa se emergia a qualquer hora e soprava as águas: as ondas debandavam a tropa, que em apuros nadando sonando as mãos a lamina d?água em pleno nado, soltando pelas narinas jatos de ar abrasador e urros de exaustão investindo contra as embarcações, as afundando e a seguir desaparecendo nas águas como as divindades.

Os forasteiros ateus incrédulos por ora restavam um, para contar a história.

Os índios Minuanos e charruas antigos ainda que selvagens eram prudentes e conhecedores das trilhas e "passos", aguardando a estiagem e só se ariscavam depois de um ritual. Então os aventureiros europeus portadores do berro, ferro, fogo, cantis, punhais, "sombreiros" e instrumentarias, os "tementes", foram instruídos por uma "rota" para o interior do continente, atravessando num lugar mais seguro da lagoa.

Houve um pratico: índio velho, místico, muito bem resolvido que orava, repartia, doava, e por um exemplar da tropa à transpunha em comum harmonia.

Num caico enfeitado com pendas de palmeiras, com uma ?égua madrinha? de tiro, na frente remava na "rota dos cavalos", em silêncio só a remo cadencia. A peonada restante forçava a tropa se abstendo a margem. Nessa rota, distante no horizonte pode ser visto as matas Uruguaias, dando nado num pequeno intervalo.

A manada segue "Tália" confiante na esperança de alcançarem sua ilha verdejante (a embarcação) até seus cascos encontrarem o fundo compacto ainda que distante da margem, no outro lado.

Esta é uma das tantas Histórias que ouvi do Sr. Elcy Soares Amaral, bem antes do seu falecimento em janeiro de 1991 aos 89 anos de idade.


Escrito por Gostaires Gonzales Acosta

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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