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PRETINHO

segunda-feira, 11 de Abril de 2011 | 16:19

Quando fui a mando da minha mãe para comprar umas rodas de carroça, fora instruído tim-tim por tim-tim para realizar uma boa compra.

Desta vez vou contar a historia dum terneiro preto, que eu vira na costa da Lagoa Mirim num acampamento de pescadores.

Lá cheguei, me impressionei com a pobreza do lugar: sem utensílios, sem casa... Era só baiucas um tanto primitivo . As pessoas que me receberam a beira d água com sua canoas, pareciam índios, sem camisa, sem calçados, queimadas do sol, conversavam agachadas. Conclui serem nômades descendeste de Guaranis, oriundos de Jaguarão, pra não dizer abigeatários.

No local logo tive a atenção desviada para um terneiro mansinho, bem pretinho de aproximadamente um mês de vida que apresentava um aspecto saudável e nuances de fome.

Ao voltar para casa relatei tudo a minha mãe, inclusive que as rodas não apresentavam condições de uso.

Logo a seguir, recebi outras instruções e fui para a cidade realizar uma missão que nem lembro qual.

No outro dia quando voltei, o terneiro estava em casa. Minha mãe teria ido ao acampamento e o comprado com a finalidade de me fazer surpresa.

Foi ótimo, "Preto" alegrou o pátio.

Guaxo desde nascido foi criado no pátio à mamadeira e com todo carinho.

Na minha casa de campanha foi motivo de felicidade, algo inédito de um tempo que não se dispunha de lentes parar documentar as façanhas.. Preto nos seguia o dia todo, preferido entre os animais de pátio, era uma gracinha "o filho, o irmão, o mascote querido".

Com um ano de idade nós mediamos força, num misto de luta greco-romana. Eu tentando o derrubar e Preto a se defender como se fosse atacado por uma onça.

Com um e meio ano, Preto mais agressivo babando, me arrastava e me apertava no chão com a cabeça desprovida de guampas. Para ter sua recompensa, que normalmente era uma espiga de milho, batata, cenoura...

Com dois anos, Preto, invadia a horta, comia as roupas no varal, carregava os porcos, derrubava as cercas, pisoteava os ovinos...

Rapidamente preto foi ganhando tamanho e dono "dum" aspecto assustador se tornou adulto, um touro "Poliango" de raça. Seguiu a tropa e foi morar no campo.

Preto não gostava de cavalos, tão pouco gente montada por perto, onde assumira um grupo de vacas. Quando forçado, Preto entrava numa aguada qualquer onde se tornava impossível o remover.

Por ironia do destino Preto no auge do seu peso, foi colocado a força de cavalo num caminhão de gado com destino ao frigorífico em Pelotas.

Ao longo de quatro anos transcorreu a existência do Pretinho. Pra mim pouco mudou.

A missão do embarque foi minha, num momento que ele não mais me reconhecia.


Escrito por Gostaires Gonzales Acosta

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segunda-feira, 04 de Abril de 2011 | 10:07

 

 

 

 

 

 

 

Na minha terra tudo era diferente doutros lugares e a prova está nas coisas que testemunhei ao longo do tempo. Realizações, façanhas e proezas.

Lá era pobre de tudo, as pessoas muito tímidas ao ponto de carregarem o
apelido (mergulhão). Não havia diversão, as novidades vinham de fora, o povo
se prazerava, com novos calçados, bebidas, truco, pencas, massas, relógios,
maquinas...

Quando no cine-teatro chegava os filmes do Teixeirinha, Tonico e Tinoco,
Mazaropi..., as filas eram infindáveis levando o povo ao delírio por semanas
com lotação máxima. 

Num tempo passado, quando lá morava apareceu um circo enorme.

Lona colorida majestosa, globo da morte, homens de perna de pau, bailarinas
esguias, trapezistas musculosos, malabaristas audazes e lindos animais
domesticados.

Os espetáculos eram diferente a cada dia, fantásticos, ilustravam os olhos,
causando uma grande euforia, fazia a gente gritar, assoviar, bater os pés na
arquibancada aplaudindo.

O apresentador já era em show, vestido de coringa, fraque ou rei, fazia a
chamada e as luzes na retina novamente explodia deslumbrante a um som de
musica apropriado.

Ao longo dos espetáculos, algo inédito acontecia na vida de muito biguá
(peazito).

A apresentação de animais, todos lindos e bem cuidados. Cavalos dançarinos,
leopardos equilibristas, jaguatirica voadora, ursos palhaços, leões ferozes.

As pessoas passivas. O mundo não estava voltado para o ambiente: touradas,
rinhas, desmatamentos, queimadas...

Na despedida do espetáculo o apresentador fazia a chamada para o dia
seguinte dizendo:

- Amanhã quem trouxer um gato, não paga!

Na semana seguinte dizia:

- Quem trouxer um cão não paga!

Assim a gente ia ao circo todos os dias.


Escrito por Gostaires Gonzales Acosta

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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