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Enigma

segunda-feira, 28 de Março de 2011 | 11:29

O ano era 1990. Certo dia de inverno, coloque os "rack" no meu Ford “Del Rey” peguei uma garrafa de café preto, uma toalha e fui à praia do Cassino levando, meu caiaque.

Uma bela embarcação, leve e pequena que dominava satisfatoriamente bem, no Saco de Mangueira (enseada)..

O mar estava com muitas ondas e vento, favorecendo a navegação de retorno e fustigante a passagem na rebentação.

Exigia toda minha força, ora estava cansado. Na quebra duma das ondas a embarcação virou e me atingiu na cabeça, cai na água atordoado. Moribundo e semi consciente nadei porque era fundo e nem sei pra que direção.

Procurando a consciência não tinha energia suficiente para me manter o tempo todo com a cabeça no nível e respirar.. Vi um surfista ali perto levantei a mão. O rapaz me passou a prancha e conduziu até a margem.

Ofegante, por ter bebido água, mal falava, por isso não conversei com o rapaz que me serviu num momento em que força me faltará.

Fiquei um tanto exaurido deitado na areia, achando uma maneira de me manter respirando.

Umas pessoas estranhas, que por ali passavam a pé, atribuíram o caiaque a deriva a mim e vieram ali prestar solidariedade.

Depois de algum tempo, Expliquei a eles meu dilema, e me conduziram a o meu carro que mais adiante estava.

Nisso tudo eu não sei ao certo.

Todos ali não concordaram com minha versão, de haver surfista por perto.

 


Escrito por Gostaires Gonzales Acosta

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Milagre X Fatalidade

quinta-feira, 24 de Março de 2011 | 17:37

Há uma tendência no ser humano em atribuir tudo aquilo que de bom acontece, sem uma explicação admissível a sua razão, a um milagre. E tudo que de mal acontece, a uma fatalidade.

Quando ocorrem “milagres”, atribuímos a Deus a sua autoria. Mas quando acontecem “fatalidades”, logo tratamos de tirar a culpa do Criador, atribuindo-as ao demônio, ao livre arbítrio ou ao carma, ou mesmo, ao acaso.

Entretanto, demônio, livre-arbítrio e carma, foram criados pelo próprio ser humano, para fechar algumas lacunas - de não conseguir explicar a existência do mal sobrepujando o bem com notável frequência, apesar de Deus ser um Pai onipotente e bondoso.

1.º Deus é imutável. Se Ele fizesse milagres, estaria mudando os seus desígnios, que são eternos.

2.º Deus é um ser absolutamente perfeito. Ora, o milagre parece ser um retoque ou um corretivo imposto à obra da sua criação.

Nosso cérebro foi formatado para encontrar sentido em tudo. Por exemplo, acertar na Mega-Sena é extremamente difícil. A chance é de 1 para mais de 50 milhões. Mas como sempre haverá ganhadores, nós atribuímos essa ocorrência a sorte. Mas, se os números sorteados forem 01, 02, 03, 04, 05 e 06, e o ganhador for uma pessoa carente, religiosa e necessitando de recursos financeiros imediatos, logo atribuiríamos isso a um milagre, apesar da chance de dar essa sequência ou outra, é a mesma.

Outro exemplo, se um passageiro chegar atrasado ao aeroporto, não conseguindo embarcar, e após, o avião cair matando todos os passageiros, atribuímos isso a um milagre. Não levamos em conta os dados estatísticos, tais como: a toda a hora pessoas chegam atrasadas ao aeroporto e não embarcam; a toda a hora pessoas antecipam voos; a toda a hora pessoas prorrogam voos, e uma série de combinações possíveis, com ou sem queda de avião.

Existem fenômenos que ocorrem e nossa razão consegue elucidar. Então, as pessoas indolentes não se esforçam para esclarecer e preferem atribuir esse fenômeno a obra divina, e chegam a conclusão que é um “milagre” e pronto.

Um fato ou fenômeno para ser considerado milagre tem que ser de IMPOSSÍVEL ocorrência. Assim temos:

1) Num desastre aéreo: se um único passageiro se salvar. É impossível?

NÃO.

Então não é milagre (A probabilidade de um avião cair e só uma pessoa se salvar é de uma em 40 milhões. Desde 1970, 16 pessoas conseguiram esse feito).

2) Num desastre aéreo: se uma pessoa perder o voo (com ou sem intuição) e o avião cair. É impossível?

NÃO.

Então não é milagre (em todos os voos existem pessoas perdendo, adiantando ou prorrogando os voos).

3) Num desastre aéreo: se o avião a 12km de altitude se desintegrar totalmente e um passageiro sobreviver. É impossível?

Talvez SIM.

Então é milagre.

4) Num desastre aéreo: se uma pessoa queimar durante 2 horas, a uma temperatura de mais de 1.000 graus, sem proteção nenhuma, e sobreviver. É impossível?

Talvez SIM.

Então é milagre.

5) Numa doença terminal. Se uma pessoa sobreviver a um câncer “terminal” (com reza ou não). É impossível?

NÃO.

Então não é milagre (Diagnóstico mal feito; melhora temporária; cura natural; etc.).

Milagre é uma crença. Crenças são produtos do cérebro - explicações internas que criamos para satisfazer nossos anseios e aflições. São convicções sobre a realidade que adquirimos no decorrer da vida através das pessoas com as quais convivemos. Como somos seres acomodados e indolentes e não queremos ser responsáveis por nossos atos e destino, preferimos entregar tudo isso nas mão de um criador.

Outra alternativa é aceitar esses acontecimentos (milagres ou fatalidades), como obra do Acaso, ou das leis da Natureza, ou de algum outro causador ainda não identificado.


Escrito por JC Coutinho

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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