Um homem magro de aproximadamente 45 anos, Marc Thiriez, que durante toda a sua vida usou bigode, resolve, depois de muita reflexão, raspá-lo durante o banho - nada de estranho nisso. Acontece que sua esposa não nota diferença alguma em sua fisionomia; o protagonista acha que a mulher, Agnès, deve estar de brincadeira, pois como não seria possível flagrar-se de tamanha diferença? Os dias passam e nada da mulher tocar no assunto, visitam um casal de amigos e eles também não fazem o esperado comentário. Duas hipóteses surgem para a trama do filme: ou ele é um homem louco, ou sua mulher, em conluio com um grupo de pessoas próximas está tentando fazer com que ele pense ser louco.
Enredos como este que acabo de apresentar causam estranhamento nos telespectadores acostumados aos roteiros do cinema holywoodiano e às novelinhas da Globo. Nas rodas de amigos, quando o papo é cinema, com freqüência ouço a frase: - bah cara, filme em francês é muito chato! Ou então a clássica: - já vi alguns filmes em francês, mas não entendi nada. E o pior é que não escapo nem dos comentários da namorada, que ao receber um comentário meu sobre algum filme que quero assistir já pergunta com cara de preocupação: - tá mas não é filme francês né amor? É cruel, meus caros, é cruel.
O fato é que quando entrei para o curso de Letras Francês da FURG, iniciei-me no cinema francófono, ou seja, cinema em língua francesa. O primeiro foi o clássico "Le fabuleux destin d Amélie Poulain" do Jean-Pierre Jeunet, um romance açucarado e multicolorido que traz como protagonista a hoje internacionalmente reconhecida Audrey Tautou. É uma obra recomendadíssima para quem quer iniciar-se no mundo do cinema mais "chato" do mundo. Na sequência, foi a vez de outro filme com a mesma atriz: "À la folie" pas du tout", que no Brasil ganhou o título "Bem-me-quer, Mal-me-quer", muito bem escolhido por sinal. Nesse filme o que realmente se destaca é o roteiro, pois o diretor consegue através de elementos narrativos, criar uma crença no telespectador que dura até a metade do filme, para depois desconstruí-la de maneira genial. E é exatamente disso que eu gosto em um filme: como é narrado.
O cinema francês é tachado de "chato" porque geralmente não traz a velocidade e a organização dogmática das produções americanas, e também porque não trabalha em primeiro plano, na maioria dos títulos, com elementos exteriores, mas sim com o interior dos protagonistas. Cinema francês é arte de introspecção. Tenho comigo que para gostar de cinema francês, o indivíduo tem que ter passado algum tempo da sua vida em companhia de personagens e outros elementos narrativos das obras de Machado de Assis e Clarice Lispector. Se não gosta de nenhum dos dois autores, vai acabar vestindo a camiseta daqueles que bradam aos quatro cantos que os filmes franceses são chatos e monótonos. Infelizmente, este preconceito atinge boa parte da Academia, o que é uma lástima.
Um forte abraço a todos.
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Vem crescendo cada vez mais o número de adeptos da dieta vegetariana, que consiste em alimentar-se preferencialmente de vegetais. As correntes do vegetarianismo se dividem em, basicamente, duas:
Aqueles que não comem nenhum tipo de carne, mas consomem leite, ovos e seus derivados.
E os que não admitem o consumo de qualquer produto obtido por meio de sofrimento ou exploração animal (inclusive ovos, leite e mel). Esses são conhecidos como vegans.
Há ainda os que se dizem vegetarianos mas consomem carne de peixes, ou de aves, excluindo apenas a carne vermelha.
Os vegetarianos que se preocupam com os direitos dos animais não restringem sua postura apenas ao hábito alimentar, eles vão bem mais além: Se recusam a usar produtos que são feitos com pele de animais, como as roupas de couro, e fazem boicote às empresas que testam seus produtos em animais. Os vegans, geralmente, adotam essa postura.
Porém, os vegetarianos, de um modo geral, se esquecem que para comerem vegetais, alguém tem que matar as plantas, e isso também seria uma violência. É certo que as plantas são tão vivas como os animais. Alguns dizem que as plantas têm sentimentos. Outros acreditam, inclusive, que elas têm alma. Assim, para os vegetarianos, matar um animal para comer, não pode, mas matar uma planta, pode. Vegetais e animais são diferentes apenas no grau de manifestação da vida. O Prof. J. C. Bose, da Índia, provou que os vegetais têm um sistema nervoso que responde a um estimulo favorável através do prazer, e a uma influência desfavorável através da dor. Eles têm batimento cardíaco, sistema circulatório, pressão da seiva e uma vida central, em certas células das raízes - o cérebro dos vegetais. Ampute um dedo seu e você não morrerá, corte um galho e a planta não morrerá, mas remova o cérebro humano e o corpo que o continha morrerá, exatamente como ocorre quando se corta a raiz de uma planta: ela morre.
Assim como os animais respondem a certos tratadores, os vegetais crescem em abundância sob certas vibrações humanas benignas, e definham ou crescem pouco quando cultivados por pessoas com vibrações erradas. Pode se anestesiar uma planta, fazer com que sinta prazer ou dor, ou até envenená-la e matá-la. Matar um vegetal é o mesmo que matar um animal?
Instrumentos de precisão desenvolvidos pelo Prof. J. C. Bose nos mostram a dor e a agonia da morte em plantas torturadas ou moribundas. A couve-flor abatida só pode expressar sua agonia pré-morte através dos instrumentos do Prof. J. C. Bose. O homem se aproveita do fato de que ele não entende a linguagem dos vegetais e os mata contra a vontade deles.
Pense bem: As plantas podem ser abatidas (mortas), para satisfazer a nossa alimentação, só porque não podem expressar seu sofrimento? Por acharmos que nas escala evolutiva são inferiores?
A maior parte dos consumidores de carne bovina desistiriam de comer carne se tivessem que matar os animais para obtê-la. Mas nenhum vegetariano se importaria em descascar os vegetais e cortar as cabeças das cenouras ou de qualquer outro vegetal. Os vegetais não gritam de dor nem derramam sangue quando são mortos. Como os gemidos e sofrimentos das plantas estão fora do nosso alcance sensorial, pretensiosamente achamos que elas nada sentem quando são devoradas. Como se diz: o que os olhos não vêem o coração não sente. Do ponto de vista da sensibilidade humana, podemos dizer que é menos dolorido matar um vegetal do que um animal. No entanto, “almas adiantadas” hesitam até em remover as cabeças das rosas de seus corpos vegetais que florescem em jardins domésticos.
Do ponto de vista civilizado, a preocupação em escolher uma alimentação não é como evitar a mortandade de animais ou vegetais, uma alternativa impossível, mas adotar uma alimentação equilibrada, de frutas, cereais, vegetais, carnes, leite e derivados. Ou seja, buscar o Caminho do Meio.
Nesse sentido, o Budismo é mais evoluído. Ele ensina que uma alimentação vegetariana proporciona condições melhores para uma prática meditativa e para uma vida emocional mais estável. Mas isso não é uma regra. O vegetarianismo não torna ninguém melhor. Existem muitos vegetarianos que são insensíveis e muitos carnívoros que são compassivos. O importante é que cada um coma aquilo que precise e dignifique aquilo que está comendo. Que dignifique aquela vida que está nos dando o sustento e o sacrifício que foi feito, mesmo por uma cenoura, com ações virtuosas na vida.
LEMBRE-SE:
Haverá um tempo em que o homem não precisará mais se alimentar de animais ou de vegetais.
Assim como temos animais de estimação e animais para alimentação, temos também plantas de estimação e plantas para alimentação.
Experiências mostram que as plantas reagem como seres humanos, possuindo emoções e mostrando alegria, medo, angústia, depressão.
A verdade é que as plantas reagem a pensamentos sobre o bem-estar delas, sofrem com a morte de formas de vida e simpatizam com seres humanos que as cultivam e são capazes de comunicar-se sensorialmente com estes, a centenas de quilômetros de distância.
Não destruas nenhum ser vivo (seja animal ou vegetal). Já que não te foi dado o poder de criar, não te é dado o direito de destruir.
Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.
Maltratar animais (e plantas) é demonstrar covardia e ignorância.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.