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Ricardo Farias Carvalho, é Psicólogo formado em teoria psicinalítica e suas aplicações psicoterapeuticas e com especialização em Psicologia Clínica e Psicoterapia cognitivo e comportamental. Atende na Rua Dezenove de Fevereiro, 593/301 – Fones: (53) 3232-4677 e 8437-1066/8166-6324 – E.mail: ricardof.carvalho@uol.com.br.


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SONHOS E VIDA

quarta-feira, 19 de Março de 2014 | 09:21

Durante a nossa vida, existem indivíduos que marcam bastante. São aqueles que, ocasionalmente, a memória se encarrega de evocá-los. Era um senhor humilde que, infelizmente, desenvolveu um câncer como tantas outras pessoas conhecidas. A família numerosa a qual pertencia, apesar da precariedade financeira, possuía dignidade. Legítimos trabalhadores. Incansáveis. O primeiro impacto que teve com a notícia da doença, evidentemente, foi um choque. Cirurgia realizada e a parte não saudável foi descartada. Passado um tempo, o ciclo foi reeditado. Nova operação e mais um pedaço retirado. O tempo, como sempre implacável, não deixou de transcorrer. Quando conversava com ele, em momento algum, tocava nos padecimentos psíquicos ou corpóreos. A sensação que eu tinha, mesmo sabendo da impossibilidade, é de que estava “numa boa”. Frequentemente, sorria. Num belo dia, fiquei sabendo do “segredo” de como driblava com maestria a sua fonte de atormentações. Para minha surpresa, havia um diferencial no pensamento. Ao invés de ficar detido no câncer em si, fazia planos, sonhava. Qualquer motivo “especial” funcionava como justificativa para criar um desvio das nuvens sombrias. Ver um neto nascer, completar tal idade, bodas de ouro, entre outros, tornavam-se objetivos maiores. Depois, dizia que poderia partir. Quando realizava o almejado, enganava, não sei exatamente quem, e novos sonhos, defensivamente, brotavam de um modo natural. Após vários anos, num determinado dia, a única certeza chegou cansada de tanto lutar com alguém que “quase” não cedeu. O guerreiro tombou, porém, deixou para nós, no mínimo, este exemplo a ser seguido.

Sonhos, na realidade, possuem uma enorme força. Desejos vivos, intensos, veementes e constantes, estão ligados diretamente às concretizações no que tange aos aspectos circundantes. Sonhar, tudo indica, antecede a uma execução verdadeira ou prazerosa. O cérebro precisa esboçar, prévia e verdadeiramente, para que o todo busque forças internas, principalmente, visando aos enfrentamentos naturais ou pertinentes que a existência nos reserva.

Steve Jobs, dentro do seu brilhantismo, disse: “Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”. Por mais difícil que possa parecer a viabilidade de um sonho, como no exemplo supracitado, acreditar no potencial e na superação dos limites é imprescindível. A experiência ou maturidade nos mostra que, somente sonhos megalomaníacos, incoerentes com o nosso EU ou incongruentes com verdades absolutas, são inatingíveis.

Os sonhos, no fundo, são as asas da alma. Voamos para possibilidades distantes que, num “piscar de olhos”, tomam forma e nos gratificam. Têm uma relação direta com um sentimento básico ou vital para os seres humanos: esperança. Caso contrário, ao invés de vivermos de uma maneira intensa, caímos num triste reducionismo. Destarte, “morremos parcialmente”...


Escrito por Dr. Ricardo Carvalho

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QUEM SOU

Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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