Prof. Nerino Dionello Piotto
Articulista Econômico - Empresário ramo imobiliário - Aposentado do Banco Central do Brasil.
Acompanhei, em Rio Grande, um arquiteto, um consultor de negócios e um empresário que desejava construir em Rio Grande. O grupo veio prenho de idéias. Demos um giro pela cidade e bairros da Barra, Cassino e Jardim do Sol. A meu ver – futuros cartões de visita. Digo futuros. Hoje, estão um lixo. O Cassino, um nojo - palavra usada por uma professora da Furg, residente no Cassino, em carta aberta – muito bem escrita – eu assinaria junto - ao Prefeito. No Cassino, tiraram o Lawson, inteligente e experiente e colocaram um secretário que tentou reinventar a roda da administração e se deu mal – saiu quadrada; agora, num sistema que me parece empírico, de tentativa e erro, colocaram um que é competente. Se tiver apoio....
Ao chegarmos ao Jardim do Sol, o empresário me disse que achava até normal o bairro – que possui ótima infra-estrutura, estar abandonado pela Prefeitura, com Governo “dito” popular. Ledo engano! Bairros considerados modestos também estão. Ou não?
Mas... se as faces visíveis, tangíveis, de nossa cidade estão assim...como andará o intangível resultado da educação de nossas crianças? Entendo que a “teoria das Janelas Partidas” se aplica a elementos tangíveis e intangíveis e, como só 4% das escolas públicas brasileiras – educação básica - tem infra-estrutura para funcionar de forma adequada ( MEC/Inep/DEED ).... Tínhamos uma ilha de excelência em Rio Grande. Trabalhos densos e profundos de professores como Eurípedes Vieira, Vera Torronteguy, Sonia Tissot, Claudiomar Nunes, Arthur Dornelles dentre outros, com a interação, parceria dos (as) diretores(as)e dedicados e sacrificados ( é da profissão-missão ) professores(as) de nossas escolas , estão avançando?
Meu temor: os mecanismos econômicos e pedagógicos de PINDORAMA vêm há muito tentando, digamos, reinventar a roda; a ciência econômica vem se estreitando, ou seja, os economistas falam pouco com os pedagogos, com os médicos, com os engenheiros de meio ambiente, se preocupam mais em ganhar dinheiro ; e os pedagogos, como os economistas, parecem sofrer da possivelmente preconceituosa incapacidade ( decerto sinal de suas inconscientes insipiência e incipiência ) de aceitar modelos, em educação, consagrados e de comprovadas eficiência, eficácia e efetividade. Leia-se: Coréia do Sul, Canadá, Inglaterra, Japão, Rússia, China, Israel, França...E em economia, que priorizem a sustentabilidade.
Parece-me que, em lugar de ficar endeusando o Paulo Freire e buscando reducionismos educativos – procedimentos que, em essência, significariam admitir que as crianças tupiniquins são congnitivamente inferiores àquelas do Primeiro Mundo, o que evidentemente seria um total “nonsense” – nossos técnicos em educação e economia deveriam despir-se de sua pretensão de exibir criatividade espetacular e talvez também de possivelmente fazer concessões a esquemas “bolivarianos”, reconhecidamente modeladores de cabecinhas primárias. O Jardim do Sol e o Cassino, um dia, com algum “mutirão” ou boa vontade terão suas agruras resolvidas...mas...e nossas crianças? Nessa área não há “mutirão” que resolva!
Economista*
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.